Morada
Todos vêm e todos vão do jeito que entraram no mundo; porém, se pretendem chegar à morada celesial é melhor entrar nela do jeito que Deus descreveu na Bíblia, santificado.
O Eterno não habita em templos feitos por mãos humanas (At 17.24), mas faz morada em cada pessoa que se rendeu a Cristo. Isso não significa uma proibição de que os crentes se reúnam em lugares específicos para adorar a Deus (Lc 4.16; At 5.42; Hb 10.25). Mas que o lugar (estrutura) nunca será mais importante que as pessoas (templos vivos), por qual Cristo morreu.
Olhando para o firmamento à noite, muitos procuram identificar e eleger uma estrelinha como morada de um ente amado que partiu. Assim, estrelinhas passam a sorrir, algumas latem e outras miam. Sim, se existiu amor, os pets estão por lá.
Vou invadir a tua mente
pra encontrar morada,
ficarei às espreitas,
agirei sorrateiramente
até chegar a hora exata
dos pensamentos persistentes.
Aqueles que cativamos, pelos quais, também somos cativados, fazem morada nas nossas melhores lembranças por meio de momentos vivenciados com a vitalidade de uma criança, corações imensamente gratos, sem cobranças insensatas de sentimentos, assim, um amor constantemente compartilhado que se mostra cada vez mais verdadeiro.
Quando estão longe ou simplesmente ausentes, deixam saudades calorosas que os trazem para perto, o peso da distância é atenuado para não sofrermos tanto pelo impacto do distanciamento, a felicidade do reencontro decerto será demasiada, mas, por enquanto, a vontade de estarmos juntos vai só aumentando até chegar a ocasião tão esperada.
Tipo de laço que é muito forte e amável, daqueles que o tempo não desata, desde que seja sempre abençoado e conduzido por Deus, permitindo que haja uma reciprocidade sincera e ativa, consequentemente, nossas vidas permanecerão conectadas pela indispensável providência divina, conexão valiosa que não será abalada mesmo entre chegadas e despedidas.
Seja morada de bons sentimentos, trate como um templo o seu corpo, pois o tempo está cada vez mais escasso, todo instante deve ser proveitoso, portanto, que o seu coração seja casa para alguns e abrigo para poucos, um entendimento incomum bastante valioso.
Sabe, nesse exato momento o Espírito Santo entrou em meu coração para fazer morada. Obrigada pelas bençãos, pela paz, o amor, e a alegria que aqui deixou.
Nos campos devastados da Palestina,
Onde a esperança insiste em fazer morada,
Ergue-se o heroico povo, em desobediência divina,
Contra o jugo da opressão descarada.
Terras banhadas por lágrimas e sangue,
Voraz cenário de um genocídio impune,
O grito silente de um povo que não se exangue,
Ecoa no vazio de um mundo que se ilude.
Cada pedra lançada é um poema de resistência,
Cada lar desfeito, um testemunho de vergonha nossa.
Os corações que pulsam ali, em franca persistência,
Convocam a humanidade a enfrentar sua farsa.
Sob o céu velado por drones e fumaça,
Crianças desenham sonhos com dedos de coragem,
Enquanto adultos, heróis de toda uma raça,
Transformam dor em força, em vida e em mensagem.
Radical é o amor que não sucumbe ao terror,
Crítico, o espírito que não se dobra à tirania.
Ácida, a verdade em seus olhos, refletindo o horror,
De um mundo que, cúmplice, nega-lhes a cidadania.
Cada lágrima é uma estrela desafiando a noite escura,
Cada sorriso, um ato de insurreição pacífica.
O povo palestino, na sua luta tão pura,
É espelho de uma justiça que nos falta, explícita.
Que a vergonha recaia sobre as nações mudas,
Sobre os palcos de líderes, mascarados e covardes.
Pois na Palestina, a resistência é mais que agudas,
É um hino à vida, desafiando todas as grades.
Não aceito a tristeza fazer morada em mim. Quero que meu sorriso seja sempre o sol, iluminando a vida de outras pessoas!
SAUDADE AJOELHADA
Cá, sob este chão de superfície rude
de pouca chuva, seco, natal morada
meu eu, jaz pra sempre em plenitude
a causa da minha narrativa poetada
Fora-se-me nostálgico a cada parada
e, vãos, os sonhos da terna juventude
aqui, pelas calçadas, firme e devotada
lembranças, de um tempo de virtude
Repousa, cá, em paz sob este sertão
emoções, as recordações, do genuíno
sentimento... suspirados do coração!
E, cada sensação sentida, sussurrada
da alma, mescla com o dobre do sino
da Matriz, pondo a saudade ajoelhada...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 abril, 2021, 13’58” – Araguari, MG
o livro
o livro é a morada do vocábulo,
pábulo da imaginação,
asas da ilusão,
fonte de prazer,
sede,
saber ao se ler...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 abril, 2022 – Araguari, MG
dia internacional do livro