Moça Linda
Eu tinha medo que as pessoas não gostassem das minhas ações e fossem embora. Agora tenho é medo de me perder.
Vidas Paralelas
Criei um mundo pra ficar contigo
Nele coexisto, ausência de dores
Nele sou o que sou, sigo e me dispo
De todos os pudores, revelando minhas cores.
Vidas paralelas, escolha errante
Estar com você é tocar o infinito
Paixão misteriosa, nau delirante
Atravessando o tempo, beirando o abismo.
Ao olhar o mar, te vejo longínquo
A saudade aperta, não reconheço e brinco
O cotidiano emerge, ouço o silente sino.
A tarde cai, me transporto e te cogito
Desejo tênue, sonho leve, quase agito
É nesse mundo que te encontro e te habilito.
Desejo...
Meu desejo pela vida...
Tão grande que não cabe em mim
Tão forte que me amedronta
Tão sedutor qual cor de carmim.
Desejo saborear cada momento
Ousar e sonhar o impossível
Viver cada paixão sem lamento
Num todo saber imprevisível.
Desejo tocar tudo intensamente
Tantos planos ainda surgem em minha mente
Andar pelo mundo, semear novas sementes
Curtir a liberdade, viver apaixonadamente.
Desejo eternizar o meu presente
O amanhã é futuro longínquo e silente
O tempo se faz relativo e intermitente
Navegar no universo, deixar-se levar pela corrente!
Universo de Nós Dois
Paira no ar um cheiro de pele
Juras secretas são desvendadas
Vem a centelha e o fogo se espalha
Perde-se o medo e soltam-se as amarras.
O toque acende e o desejo se instala
O brilho dos olhos reflete na sala
Emoção sutil, ternura que embala
Sensibilidade latente no fio da navalha.
Uma aura de amor circunda a coxia
Música de fundo, dança e poesia
Olhares furtivos em pura magia.
Desejos sussurrados, instintos em folia
Corpos entrelaçados, calor, energia
Sentimento ilhado na fantasia.
Crepúsculo II
A tarde cai serena e fagueira
Fechando as janelas do dia
Cedendo espaço à lua e às estrelas
Que ousam clarear as sombras da boemia.
A luz vai mudando de cor
Mil tons se transformam em harmonia
Há um quê de melancolia e torpor
Nessa dança entre a noite e o dia.
O sol se põe e os amores se aguçam
Lânguidos olhares acendem e atiçam
Os corações amantes que logo se agitam.
Descobrem-se os véus e vem a penumbra
O clima de sedução envolve e deslumbra
A noite é criança e a folia é fecunda!
Infinito...
Acalento o desejo de um dia...
Voar mundo afora sem destino
Provando e sentindo o dia-a-dia
Dos andarilhos e dos peregrinos.
Acalento o desejo de um dia...
Navegar por mares nunca dantes
Ouvindo histórias de coxia
Bebendo a sangria dos amantes.
Acalento o desejo de um dia...
Habitar em praias oníricas
Ouvindo as ondas bravias
Soando qual músicas líricas.
Acalento o desejo de um dia...
Viver livre, plena e tranquila
Retratando o infinito...
Saboreando o néctar da vida!
Tua Falta
Sinto falta de você...
do teu beijo apaixonado
do teu gosto de fruta madura
do teu corpo quente e dourado
do teu olhar cheio de doçura.
Sinto falta de você...
da tua forma de me olhar
da tua mão a me acariciar
da tua comida a me encantar
da tua voz a me incendiar.
Sinto falta de você...
do teu amor a me querer
do teu olhar de desejo
do teu calor a me aquecer
do teu galope matreiro.
Sinto falta de você...
da tua mansa suavidade
da tua forma de me cortejar
da tua doce sensibilidade
do teu jeito de me amar!
Encontro Esperado...
Quando penso em te encontrar
Me sinto borboleta nascida
Batendo asas, querendo chegar
No teu casulo, emoção atrevida.
Esse momento esperado
Me faz voar, pássaro sonhador
Sentir o galope apaixonado
Do cavalo alado, viril e sedutor.
Pensamento leve, livre e arrebatador
Sentimento errante, quase assustador
Momento mágico, sonho abrasador.
A espera é cruel, tempo usurpador
Vôo buscando com total despudor
O amor desnudo, fiel e perturbador!
Minhas Dúvidas...
Tantas vezes me questiono
O que fazer com esse amor
Que me inunda de felicidade
E me encurrala de modo assustador.
Tantas vezes me surpreendo
Sonhando esse amor impossível
Buscando o horizonte perdido
Pra me encontrar no infinito.
Tantas vezes me assusto e luto
Contra essa dúbia realidade
Com esse presente do destino
Que roubou minha tranquilidade.
Tantas dúvidas ainda me assaltam
Tantos medos passeiam em mim
Sou nau errante desgovernada
Nesse universo paralelo e sem fim.
Ousadia de mim
Esse amor me fez ousar
olhar fundo pra dentro de mim
abrir minhas portas, me desarmar
desabrochar, me desnudar assim.
Encontrar-te me trouxe à tona
das profundezas do meu mar tranquilo
No desvendar dos meus segredos
No caminhar pelo meu desconhecido.
Descobrir-me como um caleidoscópio
E reconhecer faces ocultas de mim
Estremece meus alicerces seguros
Descortina um mundo novo sem fim.
Descompasso
Explodia a paixão desenfreada
Em seu derradeiro encontro
Forte, sôfrega e arrebatadora
Como último suspiro antes da morte
O amor eterno começava a arrefecer
O desejo latente era estancado pela razão
Ela inquieta, pressentia a vacuidade
E buscava se fazer pronta
Para deixar ir seu grande amor.
Ele aflito, não mais conseguia disfarçar
Mas não poderia ferir sua bem-amada.
Findo o objeto do desejo
O adeus se consolidou
E seus corações se soltaram livres
Naquela primeira manhã do futuro!
Final da História
Toda história tem seu final
E a nossa não poderia ser diferente
Amar, sonhar, sentir, desencontrar
A vida nos envolveu irresistivelmente.
Nos afagamos com tanto carinho
Experimentamos todos os prazeres
Degustamos tantos sabores
Nos desnudamos de todos os pudores
Depois de provar do néctar proibido
Voltamos ao inevitável caminho
Renunciamos ao amor eterno
Para nos encontrar no infinito!
As mulheres jovens sonham com os maridos que desejam, as mais velhas sonham com os maridos que desejavam ter tido e apenas as mais sortudas sonham com os maridos que têm.
A quantidade de tempo que as pessoas que acabaram de se conhecer devem olhar diretamente uma para a outra, sobretudo sem falar, é uma unidade muito curta e precisa. Quando excede esse tempo, você se torna suspeito, ou é ameaçado, ou tem um lampejo de intimidade acidental, como se tivesse espiado a pessoa nua pelo vidro do chuveiro