Moça Linda
Sou moça querendo ser mais miúda, pequenina, cabendo na palma da mão. Esconderijo. Moça que não espera que a sua vida a sorte surta efeito, prefere ser autora dos seus feitos, dar a eles seu feitio e fazer deles mais que enfeites. Poder fazer desfeitas, porque tem defeitos, mas não buscando o perfeito — apenas o seu inteiro. Há de ser moça também feita de fases e de frases: um sujeito com seus jeitos, objetos e objetivos, apostos e opostos, travessões e travessias, linhas e ladainhas, vírgulas e virtudes. Garotinha-mulher que prefiro ser, ainda me conservo e sou secreta por natureza
Ei,
moça!
O anseio
por você se
intensifica a cada
segundo, e a separação
entre nós faz minha alma doer.
Está comigo Quira?
Ei, moça!
Eu te amo como
uma chama selvagem
devorando a escuridão
consumindo cada pedacinho
de dúvida deixando apenas brasas
inebriantes de paixão no seu rastro.
Antigamente, pra conquistar uma moça, você precisava seduzir os pais dela.
Hoje, você precisa conquistar o cãozinho também.
Histórias de amor no trem
Moça ao celular:
- Olha, meu pai me viu chorando e me falou:
- Você quer chorar agora, ou a vida inteira?
Então eu decidi que não quero chorar a vida inteira, você não vai mudar.
Essa é a última vez que falamos.
Tchau
...
Celular desligado.
Silêncio total no trem.
Será o fim?
O país do Marrabenta nunca crescerá se o mesmo estiver sob dominação da Frente de Limitação de Moçambique.
Aquela menina moça que você conheceu no passado era alguém cuidado pelos pais.
E essa mulher de hoje, é alguém que você cuida!
Ao passar do tempo, qual dos resultados desta mesma mulher é melhor?
O que ela era antes de você ou o que ela é com você?
Lembrando que o reflexo é sempre de quem cuida.
Do nada te conheci, menina moça,
E sem querer me apaixonei,
Cada detalhe seu me encantou,
E seu sorriso me fez sonhar.
Imagino como seria viver
No século da sua boca,
Seria um mundo de amor e poesia,
Onde a paixão nunca morreria.
Então, menina moça,
Deixe-me ser seu poeta,
E juntos vamos viver
Um amor que nunca se acaba.
A moça ferrada
Falam tanto dessa moça. Ninguém viu,
todos juram.
Cada qual conta coisa diferente,
e todas concordantes.
Dizem que à noite, ela. Ela o quê?
E com quem? Com viajantes
que somem sem rastro
gabando no caminho
os espasmos secretos (tão públicos) da moça.
Sobe a moça
a ladeira da igreja
para a reza de todas as tardes.
De branco perfeitíssimo,
alta, superior, inabordável
(luxúria de mil-folhas sob o véu,
murmura alguém).
À noite é que acontecem coisas
no quarto escuro. Ganidos de prazer,
escutados por quem? se ninguém passa
na rua em altas horas-muro?
Pouco importa, a moça está marcada,
marca de rês na anca, ferro em brasa
de língua popular.
A MORTE CHEGOU DE BRANCO
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Foi a moça do barranco
que mal a viu se escondeu.
Chegou de branco trazendo
um sopro de terras santas
de rosas castas e rios
onde em claros arrepios
se deita o sonho gemendo...
Chegou de verdes colinas
de longínquos povoados
e tinha toda a pureza
da risada das meninas
das águas virgens das plantas
dos campos mal-assombrados.
Chegou de branco! De branco...
De branco como o silêncio
como as núpcias de branco
como o primeiro suspiro
da moça que no barranco
só por vê-la se escondeu.
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
A SAGA DE UMA MOÇA RETIRANTE
Altura mediana, fina e frágil; cabeça bem formada; cabelos claros ondulados lhe escapava pelos ombros indo até os quadris; olhos intensos, cor de mel de tons amarelo âmbar ou dourado transparente; faces rosadas, sorriso cativante, predicados de beleza que faziam dela a moça mais bonita do lugar em que morava.
Mergulhada em uma vida de modéstia, recatada, reservada, era uma moça romântica, sentimental, inteiramente relaxada pela ociosidade, livre de tudo, vítima fácil de sedução pelo drama da pobreza e da ingenuidade por parte dos amantes de ocasião.
Caminhava por caminhos tortuosos de aclive áspero, solo pedregoso, pouco fértil pela escassez de chuvas, farnel ao ombro, a túnica arrepanhada à cinta, beirando as margens dos riachos secos com cacimbas de águas salobras e escuras pelas folhas dos arbustos e pelos gravetos retorcidos. Voltando os olhos por extensão sem fim, viu a noite baixar o seu manto escuro pela vastidão do espaço, onde só se ouvia o cantar agudo e alto da cigarra nas árvores de mata seca. Saiu-lhe do coração um suspiro profundo, quando a lua e as estrelas iluminaram radiosamente o céu com pequenos lumes que piscavam no alto do céu.
Acordou num certo dia, sentindo um silêncio sepulcral em seu entorno, pôs o saco nas costas e foi-se embora para a cidade grande e nunca mais retornou à terra natal.
Conheci uma moça, uma moça bem bacana, de essência pura e íntegra, diferente, aloprada, aloprada de um jeito eloquente, bom e persistente,
tem história, tem passado!
Delicada, não como uma flor, mas como uma bomba.
Não a culpo, pois seu processo forçado de amadurecimento a fez ser quem é.
Me encantei por aquele olhar, aquele sorriso, seu cabelo crespo cacheado, aquela pele negra e autêntica!
Seu jeito aloprado, seu humor sarado .
Para mim foi uma dádiva poder ver seu sorriso de perto e admirar as ondulações de seu cabelo. Mesmo que por pouco tempo, observar sua reação aos fatos, foi uma boa sensação...
CORDEL DA DESCONHECIDA
Contam uma história
De uma moça granfina
Que apareceu certa vez
Com a sua cintura fina
As pernas eram tortas
Seu nome era Josefina.
Gostava de um forró
Apaixonada por um vaqueiro
Com o sangue nordestino
O moço era forasteiro
Ela chegava, se apresentava
Como filha de fazendeiro.
O homem era conhecido
Como aventureiro José
Certo dia sem avisar
Na estrada meteu o pé
Foi viver na capital
Levou na bagagem a fé.
Josefina se lamentava
Por ter sido abandonada
O amor lhe dominou
Estava apaixonada
O mais triste da vida
Não podia fazer nada.
Chorava de noite a dia
Pior não tinha dinheiro
Parabéns correr o mundo
Atrás do seu vaqueiro
A alegria foi embora
Seu amor era verdadeiro.
O tempo foi passando
A moça era só tristeza
Desenganada do amor
Saiu pela redondeza
Chorando a desilusão
Pelo destino foi presa.
Autoria Irá Rodrigues.
Tudo que ela quer é se entregar a uma paixão, Ela é ousada excesso sem divisão
É coração de moça frágil que quer ser amada.
Ela quer levar flores todo dia em seu portão Viver pra sua vida sendo uma declaração.
❤️
SONETO #3
ESTETICISTA FACIAL
Moça bela, secretária me atendendo
Na sua mesa, logo de manhã bem cedo
Antes de tudo, maquiagem completa
Seu nome é Marcela bela, lábios violeta.
Ninfa das plumas rosas e sutis regalias
Me inspirei olhando a ti que me avalias
Meus documentos, minha três por quatro
Tua singularidade feito lua deixa rastro.
Marcela, esmeralda desejada por Brás
Cubas, luxuosa no brilho e com batom.
Modelo da estética artística, que trás
A arte como um soneto agudo semitom
Nos azulejos da moda, fugaz nas letras
Feita escansão para se admirar o bom.
O cardume com peixes nadando em perfeita sincronia lembrou a moça que na vida muita coisa é por necessidade, seu amado podia detestá-la mas se eles ficassem presos em uma ilha deserta ambos viveriam como um casal. Se fossem regatados ele a deixaria, então ele a amava bem no fundo só não preferia estar com ela se houvesse outra opção.
Moça bela, que sua beleza desconhece.
Moça inteligente, nem Einstein se compara.
Moça determinada, que até montanhas moveria.
Moça, mal lhe conheço, mas você não sai da minha cabeça.
Moça só te peço que na minha mente sejas passageira.
Mas se não fores passageira, não me magoe assim como fizeram as outras moças.