Moça
Menina moça feita de ouro, dos olhos cristalizados com diamantes, acetinada do jeito que dá gosto de olhar, pele de pêssego, sorriso lustroso, caminha cantando e dança sonhando. Quão bela és, olha de um jeito desejoso, sorri um pouco mais e se joga na relva como quem não tem problemas, se joga e se envolve com a natureza, embevecida com toda a delicadeza do mundo dada a si, presentinho guardado no fundo do coração, em uma caixinha dourada e fitas rosadas. Com todo o amor do mundo rega as rosas que plantou, beija-as com o doce amor, mas essa rosinha linda dos olhos verdes é toda sentimental, chora pelo teu amor, se não vier a tarde passa à noitinha chorando, rosinha pequena, não chores, cuidarei de ti. Se você não tiver todo amor do mundo, toda a doçura e as palavras certas para aconselhar não poderá ter uma pequena florzinha, mas a rosa da moça mora dentro do coração que necessita de cuidado todos os dias, um afago depois do café da manhã, um chamego no fim da tarde e um beijo na testa antes de dormir, sorria pra disfarçar o amor que carecia. Desenhou a carícia doce feita debaixo dos azulejos e atrás das cortinas, navegou pelos mares da ternura e chegou ao céu, pegou a caneta e tatuou com o mel nas nuvens, na maresia marcou com fôlego o que a ânsia de querer e de ter, escondeu os ombros marcados com o beijo, guardou o pano por amor a quem te via como era por dentro, pela face simplesmente embelezada, feita de maquiagem natural, tua beleza interior que nascia e renascia todos os dias, corava a face de um jeito vergonhoso, soltava um riso engraçado e bobo e já enrubescia , usava vestidos dos anos 50 e tiaras coloridos, que encanto de menina, bela de qualquer maneira. Enfeitava-se por amor a tudo, que dava a ela asas angelicais, flutua pela epiderme, tateia o que vê, junta, cola e não desgruda.
DE INSALUBRE A PLENO
Um filme insosso,
Minha vida dias atrás.
Fui velha, embora ainda moça,
Fiquei triste e incapaz.
A solidão costumeira
Deixou minha vida sem sal,
Tornou-me sua companheira,
E fez minha dor abissal.
O amor próprio bateu-me nos ombros,
Sacudiu-me e acordei para vida
Destruí recordações, limpei escombros,
Soergui-me e me sinto viva, embora sofrida!
A força da mente mudou-me
E fez bela minha vida.
Esse dom especial, e eu,
Ser carnal animado por ela,
Mereço outro filme, com um grande final.
"Descobri que a madrugada está para mim assim como a bela moça esteve para Vinícius".
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Se, de forma alguma, você espera ver alguém se atrever com sua filha-moça, há de expor o exemplo de se dar ao respeito e à disparidade de idade, de também não querer tomar a liberdade de dar de cima de uma adolescente que descende de outros!
A MOÇA E A RELVA
A moça canta e sua tristeza enfeia
Preenche o momento e os arrabaldes
De sua candura inebriada
E ausenta-se da forma como estava
Apanhando uma cesta de rosas
E o tempo de sua alegria
É o mesmo tempo das rosas.
Um andamento que não se prepara
E anda sequentemente por todas as estações.
Sabe a linda moça que do seu retorno
Das nuvens onde se alojou.
Lá reconheceram a sua voz
E as músicas que cantava.
Por ser repetitivo o tempo
Contado à maneira como se quer
A moça linda dá-lhe o andamento
De quando volta para a casa
Atestada de flores, no movimento
Diferente quando emergiu a altura de cima
O céu e cada estrela que lhe saudaram.
Névoa rara, rogação de paz
Concórdia no seu amor andarilho
Que todos os dias vai às campinas
Nos tarjes quase sempre iguais
Que não é porque é pobre, não tem
É que lhe caem muito bem
Lhe embelezando mais
Os seus vestidos dos varais.
Menina moça feita de complicações. Era tão igual ao resto do mundo , afinal todos os seres possuem suas imperfeições. Mas sabia tratar delas com uma perfeita contradição e isso tornará a garota imperfeita especial. Loucura abrandava em sua mente, mas era doce. Se confundia gradualmente. Tinha fases como a lua. Ora chorava de tristeza, ora sorria de alegria. Um dia, sabia bem, encontraria outra contradição, como ela, para completar seu modo estranho de viver.
Insana
Vi de perto aquela moça,
Tão insana, tão inquieta,
Com medo do presente,
Inserta do futuro,
Questionando onde estava,
Ela queria ver o mar,
Sonhava com quem já havia amado,
Ela passou tão de perto,
E nos meus olhos me falou,
Daquela angustia, daquele medo,
Nos meus ouvidos me olhou,
Um olhar perdido e estranho,
Ela tocava os objetos,
Com dúvida se ali de verdade estavam,
Implorou pra na minha vida adentrar,
Com carinho a recebi,
Em minha casa deixei entrar,
No meu trabalho interferiu.
Minha vida se alterou.
Depois que a conheci,
Vi o mundo diferente,
Vi amor, senti a dor,
Senti o céu, toquei no inferno,
Andei no paraíso
E no meio das incertezas,
Precisou ir se embora,
Deixou me forte, calmo e sereno,
Fez me entender melhor a dor,
Alheia e a própria.
Ela saiu a caminhar,
E pode a qualquer um encontrar,
Se alguém a ver,
Não corra, a sinta!
Só assim irá embora.
O nome dela?
Loucura.
Ela é bela, ela é feia.
Depende de como vê La caminhar.
Acorde um pouco, moça. E perceba o que a vida quer de ti. Abra seus olhos e sonhe. Não apenas os abra como se não fossem nada. Tu tens o mundo dentro de si. Só vai de ti saber vê-lo da maneira que sempre quis. Não te importe com o que não pode sentir. Sinta o que tu sempre quis. Sonhe com o que tu sempre quis viver. Acredite apenas naquilo que a vida lhe ensinou a amar.
Moça consegue ver, olhe minhas mãos, elas não transcrevem o sinto.
Elas emolduram minha dor com algum rosto desconhecido, mudam meu nome.
Colocam-me como poeta, e justificam a fraqueza por questões de amor.
Mas moça, eu admito a fraqueza, não me interprete mal.
Eu não quero me esconder, não quero criar eu-líricos absurdos para enfeitar minha dor.
Um certo dia eu vi uma moça linda em um jardim, que me fez brilhar os olhos... certo tempo depois me encontrei aos melhores beijos molhado, com gostinho de felicidade no ar... e acordei agora lembrando que tudo isso foi infelismente apenas um sonho que passou na minha realidade...
Não, moça, não me pergunte como, você sabe muito bem que não se deve, nem tentar, entender o que o coração faz.
CANDIDATA PRA CASÁ
(Tânia Mara Camargo)
Vóis suncê casa com eu?
Tenho dote de moça prendada,
Sei lavá, cozinhá, bordá,
Só num aprendi amá.
Debuio o mio, faço pamonha,
Curá e o cê precisa prová o
Meu mingá.
Sô assiada, limpinha mesmo,
As veiz cato carrapato pelas
Pernas, mais sô virge.
Sô muié da roça, pego na inxada,
Sei capiná, só num sei pegá lá.
Óia to precisando di marido,
To ficando veia,
A vizinhãça ta dizendu que vô
Ficá pra tia.
Casa com eu vá!
Cê vai sê o homem mai feliz da
Redondeza, osotro vão tê inveja.
Num precisa nem botá cabresto,
Sô potranca dereita,
Num sô dessas oferecida que usa
Saia no pescoço.
Óia moço, responde logo,
To loca pra casá
E já tenho Enxová.
(meu presente para o Poeta Caipirinha)
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Tânia Mara Camargo. 1997 – Livro – Vôo de Abiã Participação em Antologias Editora Scortecci 1997 – Volumes IV e V 1998 – Volume VI Antologias para Bienal 1998 – 15ª.Bienal do Livro/SP 2006 – 19ª.Bienal do Livro/SP 2006 – 2.Prêmio Ebrahim Ramadan Poesias Brasileiras
DIGITAIS
A moça, tímida
Bordou o céu e colocou as estrelas para que
A moça, apaixonada
Sonhasse minuciosos castelos que
A moça, traída
Iria infinita e vagarosamente ver ruir
Ah, essas moças que moram
dentro daquela moça que hoje está velha
Elas não sabem mas são como beijos de despedida
A última morada de todas elas
É este coração que ainda lembra
De todos os moços
para quem bordou, sonhou e morreu
Questionando a Saudade
Ó saudade! Porque levastes aquela moça ?
Aquela pequena moça.
Para sempre dos lábios meus.
De desespero tu ouves o meu chorar.
De alegria debocha ao olha-lá no breu.
Saudade, porque ser tão cruel?
Corpo e alma a entreguei em vida.
Em morte dormirei e subirei aos braços teus.
Saudade, onde foi que eu errei ?
Por merecer tamanha frieza.
Por ter sido verdadeiro?
Isso um desejo que nunca saberei.
Difícil será esquecê-la.
Impossível ao vê-la com outro.
Deus há de me ajudar,
junto com os anjos dai-me força.
Bela se faz. Seus cabelos soltos estão mais.
Bela se fez, por mostrar-me suas mãos,
seus suspiros e sua languidez.
Saudade, sinto saudade dela.
O vento lembra-me seu toque,
as ruas seu corpo,
a luz a sorte.
Caminhávamos por caminhar.
Sonhava só por sonhar.
Sorria talvez por amar.
Saudade, ela tens raiva de mim? Me esqueceu?
Conte-me bem baixinho no meu ouvido para não acordá-la.
Prometo não contá-la ao saber o que aconteceu.
Saudade, ela vai voltar?
Pelo meu sentir acho que não.
Choro dia e noite, me entreguei a solidão.
Mi'alma jás do corpo são.
Podes ficar com ela para ti saudade.
Cuide-a como mereces.
Se ei de saber que faz-a sofrer.
Meus olhos há de temer.
Saudade, não irás ganhar.
Não deixarei que apague-a do meu passado.
Espero continuar outrora dessa vida.
Cheio de suas memórias.
Daquela pequena moça.
Gosto do perigo, gosto de veneno , da faca , da raiva . Gosto de sofrer, é bom sofrer moça, é bom você chorar, é bom você sentir raiva , abuso , descontrole. É bom você chutar cadeira, descontar no celular , é bom você gritar , comer com raiva , fazer bico e se estressar... Quando tudo isso passar , você vai perceber que pessoa nenhuma merece nem seus defeitos, que pessoas que te fazem mal não merece seu perigo, seu medo , não merece você . Você pode odiar hoje , e alguém chegar amanhã te ensinando a amar, você pode chorar hoje, e alguém chegar amanha e te fazer rir. Sofra agora , e sorria depois. Sofra moça, é sofrendo que você aprende , e ensina.
Menina moça que me encanta.
Menina moça que me inspira.
Menina moça que meche com meus desejos secretos.
Ninique.
Anjo real da desordem de meu coração.
Seus beijos e olhares inexplicavelmente me confundem a razão.
Olhos azuis encantadores do qual o elogio se faz constante.
De onde furtou essa cor, pois nem o céu tem uma tão interessante.
Menina Moça
De uma fofa e risonha menininha
Virou uma decidida e delicada mocinha
Que de um pequeno botão virou uma rosa
E nós meus quinze anos
Que eu celebrarei essa transformação
E convido vocês para entrarem nesse sonho comigo
Que finalmente irá se realizar
E então a moça sentiu um frio, um vazio dentro dela, já não havia mais motivos de felicidade para aquela moça; Pensou em desistir, pensou em dizer que jamais conseguiria ser feliz de novo. Certa tarde disse pra essa moça de que tudo passava que tudo se resolvia. Ela chora, chora pra tentar esquecer, mesmo sabendo que não vai esquecer tão cedo... Essa moça tinha escutado o meu conselho, não só uma vez. Tenta fazer tudo certo, para que não sofra de novo. Essa moça, só se esqueceu de que tem a mim, sempre ao seu lado lhe apoiando apesar de tudo (...). Amizade, não é mesmo? Tudo que ela precisa agora é de um ombro amigo, e se quiser estou aqui. Como sempre estive.
Há um tempo conheci uma moça, seu sorriso era contagiante. Dedicada como poucas. Visitava sempre um parque que ficava perto de sua casa. Certo dia, nesse mesmo parque conheceu um moço. Logo as coisas em comum foram surgindo. Todos os dias estavam ali, naquele mesmo parque. Até que algo brotou daquela amizade. Eles começaram a namorar. Ele era loucamente apaixonado por ela. Ela não conseguia passar sequer um segundo sem pensar nele. Chegava a ser possessivo. Certo dia eles foram fazer um exame de rotina; E descobriram que ele estava com uma doença que era totalmente nova, os médicos ainda não conheciam. As chances de ele morrer eram muitas. E então ele resolveu deixá-la para não ver a moça sofrer. Ela ficou triste, mas teve que aceitar. Afinal, foi à decisão dele. Chorava todos os dias pensando na dor que ele estava sentido, que a causa não era só a doença. Passava pelo parque e via outros casais se conhecendo e lembrava quando foi à vez deles. E resolveu ligar. Uma moça de voz estranha atendeu dizendo que o número não era de quem ela estava procurando. Dias se passaram e ela encontrou uma amiga em comum deles que deu a trágica noticia... Ele não tinha agüentando tamanho sofrimento e tinha falecido. Ela não agüentou ouvir aquela noticia e começou a chorar, ali mesmo. Disse que não suportaria viver sabendo que ele não estava mais entre ela. Resolveu sair da cidade, deixou a seguinte carta: “Eu ainda tento entender por que ele preferiu passar por tamanho sofrimento sozinho. Onde estar agora não sei, já não está entre nós. Não agüentava mais passar por aquele parque. Poderíamos ter passado por esse problema juntos. Eu nunca amei alguém como eu o amo, eu daria minha vida por ele. Ele sabia, e vivia dizendo que ele nunca iria me fazer sofrer. E fez, não por culpa dele. Sabem aqueles meus sorrisos antes de conhecê-lo? Eles nunca existiram. Eu não era feliz. Eu sorria para que ninguém viesse me perguntar o que eu estava sentindo, ou o motivo por qual eu estava triste. Eu sentia que precisava de alguém para dividir os problemas, as alegrias e até mesmo as tristezas (...). Ele me completou como ninguém nunca mais conseguirá completar. Agora vou tentar ser feliz, sem ele. Não tenho outra opção.” Muito tempo passou, ela superou essa dor, mas não esqueceu. Como sempre chega um momento que se cansa de lamentar, de chorar. Essa moça achou que nunca conseguiria superar tamanha dor, mas superou. Preferiu não se envolver em outros relacionamentos. Mas levou isso como um exemplo de vida, que sempre terá que aproveitar os momentos com quem ama. Para não perder ninguém, e ficar sofrendo.