Moça

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Moça, não desiste não. ainda é muito cedo para você chamar de amor aquilo que só te machucou.

Pois, quando um homem busca uma aventura passageira, escolhe geralmente uma moça que não seja bonita demais.

- Eu compreendo-a perfeitamente. É uma moça [...] ainda jovem no corpo, mas velha n'alma. Quando se atira a esses excessos de depravação [...] atordoa-se, embriaga-se e esquece um momento; depois vem a reação, o nojo das torpezas em que rojou, a irritabilidade de desejos que a devoram e que não pode satisfazer; nestas ocasiões tem suas veleidades de arrependimento; a consciência solta ainda num grito fraco; a cortesã revolta-se contra si mesma. Isso passa no dia seguinte. Eis o que é Lúcia; daqui a algum tempo o hábito fará dela o mesmo que tem feito das outras: envelhecerá o corpo, como já envelheceu a alma.

E então a moça abraçou seus sonhos e seguiu adiante.
Mesmo estando sozinha, não temeu. Seguiu em frente e deu asas naquilo que desejava.
Tentava entender seus atos impensados, suas loucuras e todas as decisões que cometia, e de nada se arrependia.
No fundo, ela era mesmo pequena demais aos olhos desse mundo, mas gigante aos olhos de Deus.
Tinha em seu coração certa convicção, ELE sempre a tiraria do chão. E aos tombos da vida, ela sempre sobreviveria.

O amor é brega

viola uivando pra lua
vela pro santo
nome na macumba

beijo doce
de moça de quermesse
andar de cio
brincando um flerte

beliscão safado
no trem lotado
desejo invadindo
a próxima estação

rima pobre rica de malícia
verso infiltrado na lição

o amor é isso

uma canção do Roberto
um soneto do Vinícius

Moça Nordestina.

A nordestina é faceira
bonita formosa e bela
se a menina for solteira
ainda é moça donzela
se bulir, fizer besteira
é na base da peixeira
Que o cabra casa com ela.

A Moça Do Sonho

Súbito me encantou
A moça em contraluz
Arrisquei perguntar: quem és?
Mas fraquejou a voz
Sem jeito eu lhe pegava as mãos
Como quem desatasse um nó
Toque seu rosto sem pensar
E o rosto se desfez em pó

Por encanto voltou
Cantando a meia voz
Súbito perguntei: quem és?
Mas oscilou a luz
Fugia devagar de mim
E quando a segurei, gemeu
O seu vestido se partiu
E o rosto já não era o seu

Há de haver algum lugar
Um confuso casarão
Onde os sonhos serão reais
E a vida não
Por ali reinaria meu bem
Com seus risos, seus ais, sua tez
E uma cama onde à noite
Sonhasse comigo
Talvez

Um lugar deve existir
Uma espécie de bazar
Onde os sonhos extraviados
Vão parar
Entre escadas que fogem dos pés
E relógios que rodam pra trás
Se eu pudesse encontrar meu amor
Não voltava
Jamais

Há uma sereia dentro de você.


Moça, há uma sereia dentro de você.
Eu consigo a ver, ela está dormindo num belo e prazeroso sono.
E, a qualquer momento, ela pode acordar e encantar o mundo.
Deixe-a livre.
Liberte-a desse sono e encante o mundo junto a ela.

“Amor é diverso. É um casal de idoso no banco da praça. É a moça e o rapaz brigando porque não querem terminar, mas não sabem mais continuar. É o menino de cinco anos levando uma flor para a “amiguinha”. É o menino apaixonado pelo menino. É a menina apaixonada pela menina. E nenhuma dessas faces atrapalha a vida alheia. Nenhuma espécie de amor foi feita para não caber no mundo. Até ele, o tal do amor, depende de como se vê.”

Moça! Não fique triste.
Você é uma menina de coração bom
Que sabe cuidar e amar verdadeiramente.

Preciso confessa-lhe moça, a princípio tive medo de amar.
Tive medo de não conseguir corresponder todo aquele carinho e amor que havia recebido desde o início por você.
Mas hoje, olhando pra gente e para os momentos inesquecíveis e surpreendentes que já vivemos em tão pouco tempo, percebo que foi bobeira ter todo aquele receio e não lhe entregar meu coração.
Foram tantas cicatrizes. Tantos amores que eu achava que era pra valer e não eram.
A vida me fez amadurecer. Me fechei para esse mundo.
Mas de repente veio você, com toda a sua ousadia e toda a sua magia e me fez sorrir novamente.
Hoje me vendo em seus olhos, percebo que já não sei mais viver sem você, sem te ver, sem o teu amor.
Perdoe-me se ainda não consigo demonstrar todo o carinho que mereces de mim. Mas acredite, o futuro não mais me assombra. Meu presente tem sido assustadoramente encantador ao seu lado.
E assim como entregaste teu coração a mim eu me entrego por inteiro à ti, minha pequena.

Homi , cabra seu minino
Rapaiz dexe de besteira
Num permita a moça ir imbora
Que nem carne e macaxeira

Essa coisa de orgulho
De mostrar que não se importa
Pode acabá te fazendo
Batê com a cara na porta

Ela tá é te querendo
Tú viu aquele sorriso?
Se isso num bulí contigo
Outro cabra pode achar
A porta do paraíso

Homi, a moça é jeitosinha
E vocês já cunversaram
Dexe di enrolação
Peça logo a sua mão
E se acerte com o vigário.
Urbano Sertão

Mãe menina escutei de alguem quando os vi chorar: no sofrimento é que crescem.
Hoje, mãe moça aos 77 anos preciso crescer nas horas que choro escondida.

Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor!

É, moça de vidro, ainda bem que você anda blindada.

Amor em caixa


- Está procurando por algo especial, moça?

“Estou. Sabe um amor daqueles que a gente só vê em filme? Pronto, era por um desses que eu tava procurando... Você vende dele aqui? É que eu queria um desses pra mim... Queria um amor pra ter saudade, pra fazer os olhos rirem, pra fazer o coração pular de alegria quando o ver. Um amor pra amar. Mas acho que isso é só coisa da minha cabeça, né? O último que eu vi tava numa estante. Parado, acabado. Morreu. Eram dois, um colado no outro, como um quebra-cabeça de sentimentos... Só que um morreu, e quando isso aconteceu, o outro sentiu-se vazio. Era vazio por dentro e por fora; era vazio porque não existia mais ninguém que ele pudesse amar; era um vazio que tinha nome: tristeza. Cheio de tanto vazio, fez-se morto. Morreu junto, porque sua metade não estava mais com ele. Morreu de tanto amar. Era um amor desses que eu queria pra mim. Assim, especial. Era isso que eu tava procurando, mas deixa pra lá... Um amor assim não existe mais, não... O último desses que eu vi, acabou guardado numa caixa de lembranças”


- Não, não... Só uma blusa pra frio. Você tem?

Moça, suas estrias são como poesias, e eu adoraria ler cada uma delas.

Cuidado moça, cuidado, porque tem pessoas que passam por nossas vidas e quando vão, levam tudo. Então não deixa! Escuta moça, quem é você afinal? Quem era você antes disso tudo, me diz? É isso que você tem que se perguntar. Porque olha, você é o que importa! E tem gente, que provoca uma mudança na gente e a gente nem percebe, quando vê já deixou de ser “um” e virou um laço na pessoa, coisa besta moça! Cê é mulher, então vou te contar umas coisas que cê num pode esquecer. Respeito, antes de qualquer pessoa, você se deve ao respeito, a mais ninguém. Se você não se respeita, quem vai te respeitar? Acontece moça, que às vezes a mulher se esquece, mulher é um bicho fraco pra algumas coisas mesmo, tem horas que parece que nasceu pra ficar garrada, né? Acorda! Quando tu vê que não tá dando certo, cai fora! Mas não, né? Mulher é teimosa demais, fica ali insistindo! Ôh moça, lâmpada queimada não se acende, se troca por outra! Pra que ficar ali se queimando atoa? Vai viver sua vida! Diz que gosta do cê? Tá! Gosta tanto que tá ali te vendo sofrer e não faz nada. Que homi fraco esse que cê foi arrumar, heim? Tudo bem que tu é daqueles tipo de mulher traiçoeira, te conheço! Tu suga toda a força dos homi, deixa ele doidinho, pra depois ele ficar comendo na sua mão né? Aí o coitado fica fraco e num dá conta mais! E aí cê num aguenta as bestage dele mais. Pois é, ai cê sai pra baladinha e encontra um que te esnoba, que te pisa, e tu gosta, mas depois tu cansa e num quer mais também! Que que cê ta fazendo, muié? Me diz? Tu só ta se metendo em roubada! Oh, tudo bem que quando tu encontrar o cara certo não vai ser tudo perfeito, mas cês se acerta, pó ter certeza. E num vão se maltratar tanto assim não, porque quem gosta, moça... Quem gosta não se maltrata.

PSICANÁLISE: Conversa na recepção: Conversa vai, conversa vem, digo que sou psicanalista. A moça entra em pânico, temerosa de que eu tivesse poderes para ver a sua alma. “Eu já fiz terapia”, ela disse. “Mas agora estou resolvida.” Pergunto: “Quando se deu o óbito?”. Ela me olha sem entender. Óbito? Explico: as únicas pessoas resolvidas que conheço estão no cemitério.

Manifesto do amor.

Morena valente, égua bravia.
Moça simpática, corpo febril.
Donzela faceira, menina manhosa.
Gata indomada, pele macia.
Moleca sapeca, corpo no cio.
Mulher dengosa, cabrita cheirosa.

Moça sorridente, olhar de felina.
Botão de rosa, estrada do pecado.
Caminho do paraiso, destino do inferno.
Cabocla inquieta, pecado é tua cina.
Manifesto do prazer, sofrimento anunciado.
Enigma do amor, gata felina.

Moreana radiante, onça pintada.
Nega estérica, tem dó de mim.
Estou a sofrer, vivo chorando.
Quero teu corpo nu, sem nada.
Nojenta, antipática, não vivo sem ti.
Morro sem te, vivo te amando.