Mistério
SÓ
é tão melancólico ser solitário
na incompreensão de um mistério
trás um vazio que só se ocupa:
de carência, fardo, forte tristeza
não tenho forças contra tal sentimento
sou vítima da eterna escuridão
sofro por não ter nenhuma ação
e o efeito é a inexistência da solução
minha alma chora em planto
desespera-se, suplica a morte!
Na fuga dessa vida quem sabe,
eu vire pó e leve-me o vento embora
gemidos de dor trazem feridas
há... é tanta tristeza e mágoa
que até mesmo a noite se retira
ninguém me quer, nem mesmo a vida.
Se conhecesses
o mistério imenso do céu onde agora vivo,
este horizonte sem fim,
esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias, se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus,
na sua infindável beleza.
Permanece em mim o seu amor,
uma enorme ternura,
que nem tu consegues imaginar.
Vivo numa alegria puríssima.
Nas angústias do tempo,
pensa nesta casa onde, um dia,
estaremos reunidos para além da morte,
matando a sede na inesgotável fonte
da alegria e do amor infinito.
Não chores,
se verdadeiramente me amas!
Armadilhas
Vamos combinar que muitas vezes não há mistério algum, vilão algum, nenhuma influência sobrenatural, questão de sorte. A gente sabe que se tocar naquele fio desencapado é choque garantido, como da última vez, mas a gente toca. A gente sabe que certos adubos são infalíveis para fazer a nossa dor crescer, mas a gente aduba. A gente sabe os tons emocionais que desarmonizam a pintura da tela de cada dia, mas a gente escolhe exatamente esses para pintar, mesmo dispondo de outros tantos na nossa caixa de lápis de cor. A gente sabe a medida do tempero e a desmedida, como sabe o sabor resultante de cada uma. Por histórico, a gente sabe a resposta muito antes de refazer a pergunta, mas a gente refaz.
Vamos combinar que muitas vezes não há nada de tão imprevisível, de tão inimaginável, muito menos entrelinhas, muito menos mau-olhado. A gente sabe, por memória das andanças, para onde a estrada de certos gestos nos leva, mas a gente segue. A gente sabe no que dá mexer em casa de marimbondo, mas a gente mexe. A gente sabe que não vai receber o que espera, mas a gente oferta sempre pela penúltima vez. A gente sabe que algumas praias são traiçoeiras, que não sabemos sequer nadar direito, que o afogamento é a coisa mais provável de todas, mas a gente mergulha. A gente sabe que a realidade, por mais dura que seja, precisa ser encarada com os olhos mais abertos do mundo, mas a gente inventa todo jeito que pode para desviar o olhar.
Vamos combinar que muitas vezes não há segredo algum, inimigo algum, interrogação alguma, nenhuma entidade obsessora além da nossa autosabotagem. A gente sabe que esticar a corda costuma encolher o coração, mas a gente estica. A gente sabe que nos trechos de inverno é necessário se agasalhar, mas a gente se expõe à friagem. A gente sabe que não pode mudar ninguém, que só podemos promover mudanças na nossa própria vida, mas a gente age como se esquecesse completamente dessa percepção tão sincera. A gente lembra os lugares de dor mais aguda onde já esteve e como foi difícil sair deles, mas, diante de circunstâncias de cheiro familiar, a gente teima em não aceitar o óbvio, em não se render ao fluxo, em não respeitar o próprio cansaço.
...
Sempre acreditei que havia um certo mistério em teus olhos castanhos. Parece que planetas colidem entre si produzindo uma explosão de luzes fazendo cada parte de mim contrair-se maravilhada. Quando olho para os teus olhos viajo por galáxias distantes e flutuo docemente sob as mais belas estrelas, e meu corpo ansiosamente clama para mergulhar na imensidão dos olhos teus. Esse universo, distante e misterioso, é capaz de dominar-me os sentidos levando-me à teus braços e desesperadamente a tua doce boca, e ali pertenço a ti loucamente. Quando os teus braços me envolvem sinto como se cada parte de mim transbordasse fazendo meu ser querer-te mais perto a cada milésimo de segundo. Milhões de sensações explodem dentro de mim quando encontro teu belo par de olhos castanhos a olhar-me com ternura. Estou certa de que você é a minha galáxia favorita.
Este é o mistério do amor de Deus: ele é grande, mas está escondido nas coisas pequenas, que os sistemas deste mundo desprezam e consideram sem nenhum valor.
Sentimento que me atrai
Assusta e fascina
Mistério e sedução
Te admiro mantendo
Uma certa distância
Com receio de desejo
Forte brilho que atrai
E ofusca nossos olhos
Se dar sem se prender
Conhecer o mundo
Viver um grande amor
Uma paixão
Liberdade
Ou solidão ?
Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados;" (I Coríntios 15 : 51)
A beleza física é, realmente, um atrativo, mas sem sensualidade, ela perde todo o mistério do magnetismo.
O mistério da existência humana não está apenas em permanecer vivo, mas em encontrar algo pelo qual viver.
O mistério da Santíssima Trindade cristã é o mistério do
amor Divino. Você vê a Santíssima Trindade, se você vê
o amor [Deus é ágape].
Não existe mistério mais intrigante do que aquele que mesmo depois de revelado continua sendo um enigma.