Miséria
Pobre coração! Te lamentas de que não sabes orar? Podes ver tua miséria? Deus te há mostrado que por natureza está debaixo da maldição de sua Lei? Se assim for, não erres; sei que gemes, e de fato, mui amargamente. Estou persuadido de que apenas não podes fazer qualquer coisa
em seu trabalho diário sem que a oração brote de teu peito. Não subiram teus lamentos aos céus desde de todos os cantos da tua casa? Sei que é assim; e também teu próprio coração pesaroso testifica de tuas lágrimas, do
esquecimento de tua vocação etc. Não é verdade que o teu coração está tão cheio de desejos pelas coisas da outra vida, que às vezes te esqueces até mesmo deste mundo?
A miséria degrada o homem na sua dignidade e o degradado parte para a violência, única e desesperada arma de defesa.
Só dando as costas pra tristeza, que veremos a alegria de frente.
Xo tristeza, xo miséria, xo depressão!
O orgulho de não ser um filho pródigo, torna um homem, pródigo na mais profunda miséria, lançando-o de volta no chiqueiro dos porcos. No sentido existencial todo cristão só voltou pra casa depois de dissipar toda riqueza que possuía...
Mas não havia nela miséria humana. É que tinha em si mesma uma certa flor fresca. Pois, por estranho que pareça, ela acreditava. Era apenas fina matéria orgânica. Existia. Só isto. E eu? De mim só se sabe que respiro.
Alquimia
É transformar cores e ervas
em temperos para agradar
a alma, o olfato, o olhar.
Picantes como pimenta,
salgados como o mar.
Misturas que invento,
com cheiro de alecrim, sálvia, coentro, cravo e canela,
na dose certa, sem miséria ou exagero.
Escondem amarguras, tristezas
escritos nas papilas, pelas coisas do tempo…
Divertir-se é uma forma de distrair-se com ocupações que nos distanciam das misérias que vivemos. Quando não tivermos nada para fazer, sentiremos as nossas misérias, o divertimento é o fazer algo que vai distanciar nossa alma do vazio e do tédio. A diversão é uma fuga de nós mesmos.
Os ideais serão algo que se possa alcançar?
Venho manifestando já por vezes minha opinião de que cada povo e até cada indivíduo, em vez de sonhar com falsas “responsabilidades” políticas, devia refletir a fundo sobre a parte de culpa que lhe cabe da guerra e de outras misérias humanas, quer por sua atuação, por sua omissão ou por seus maus costumes; este seria provavelmente o único meio de se evitar a próxima guerra. E por isso, não me perdoam, pois se julgam todos, sem dúvida, inocentes: o Kaiser, os generais, os grandes industriais, os políticos, os jornalistas... nenhum deles tem absolutamente nada de que recriminar-se, ninguém tem culpa alguma! Poder-se-ia até pensar que tudo foi melhor assim para o mundo, embora alguns milhões de mortos estejam embaixo da terra. E saiba, Hermínia, embora esses artigos ignominiosos não me possam atingir, às vezes me entristecem. Dois terços da gente do meu país leem esta espécie de jornal; leem de manhã e à noite coisas escritas neste tom, são trabalhados permanentemente, incitados, açulados; semeia-se neles o descontentamento e a maldade, e a meta final de tudo isto é outra vez a guerra, a próxima guerra, que já está chegando e que sem dúvida alguma será muito mais horrenda do que a última. Tudo isto é claro e simples, qualquer pessoa pode compreendê-lo; com uma hora de meditação todos poderiam chegar ao mesmo resultado. Mas ninguém quer agir assim, ninguém quer evitar a próxima guerra, quer livrar-se nem livrar a seus filhos da morte aos milhares, nem quer parar um instante e pensar voluntariamente. Uma hora de reflexão, um momento de entrar em si mesmo e perguntar a parte de culpa que lhe cabe nesta desordem e na maldade que impera no mundo... mas ninguém quer fazê-lo! E assim tudo continua como estava e a próxima guerra vai-se preparando cada dia que passa, com o auxílio de milhares e milhares de pessoas diligentes. Estas coisas sempre me desesperaram: para mim não existe “pátria”, não existe “ideal” algum. Tudo isto não passa de frases inculcadas por aqueles que preparam a próxima carnificina. Não tem sentido pensar ou escrever algo que seja humano, de nada vale ter boas ideias na mente... são duas ou três pessoas que agem assim em compensação, há milhares de jornais, de revistas, de conferências, reuniões públicas ou secretas que, dia após dia, insistem no contrário e acabarão por alcançá-lo. Hermínia permaneceu ouvindo com interesse.
— Sim — disse em seguida — você tem razão. Naturalmente haverá outra guerra; não é preciso ler nos jornais para saber disto. É certo, embora isso nos entristeça, que o homem, apesar de tudo e de todos, apesar do que possa fazer, o homem tem inevitavelmente de morrer. A luta contra a morte, meu caro Harry, é sempre uma coisa bela, nobre, prodigiosa e digna, da mesma forma que a luta contra a guerra. Mas há de ser sempre uma quixotada sem esperanças.
— Talvez seja verdade — exclamei enérgico — mas com verdades semelhantes a esta de que temos todos de morrer e que, por conseguinte, tudo é igual, é que convertemos a vida em algo monótono e estúpido. Desta forma teremos de renunciar a tudo, ao espírito, às aspirações; teremos de destruir a Humanidade, teremos de permitir que reine o egoísmo e o dinheiro e esperar a próxima guerra com um copo de cerveja à mão.
Estranho foi o olhar que Hermínia me dirigiu; um olhar de regozijo, cheio de ironia e malícia, de compreensão e camaradagem, mas também cheio de arrogância, de consciência e de profunda seriedade.
— Isto não se aplica a você — disse em tom maternal. — Sua vida não será monótona nem estúpida, embora saiba que sua luta é inútil. É muito mais lisonjeiro, Harry, lutar-se por alguma coisa bela e ideal e saber ao mesmo tempo que não se conseguirá alcançá-la. Os ideais serão algo que se possa alcançar? Viveremos para acabar com a morte? Não, vivemos para temê-la e também para amá-la, e precisamente por causa da morte é que nossa vida vez por outra resplandece tão radiosa num breve instante.
(de O Lobo da Estepe)
A corrupção é um câncer maligno. Ela é a mãe de toda miséria humana; pois ataca devastadoramente todas as áreas da sociedade, maciçamente, em efeito dominó e portanto tem que ser combatida.
"A fortuna é uma prova mais arriscada do que a miséria, porque é uma tentação para o abuso e os excessos e porque é mais difícil ser-se moderado do que resignado."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)
O amor,
Também é matéria...
E, possui estados físicos
Sólido, líquido e miséria...
O amor também não é matéria.
Matéria é descontínua no átomo.
Mesmo na miséria,
o amor
Nunca é grande e nunca é pequeno.
Se existir algum amor imenso
É lindo, sereno.
A Não ser este tal que penso
Amor branco e negro
Loiro e mesmo moreno.
O amor não é assim, como os homens...
De raça em raça
Quando o amor é caçado fica caça.
É o resto vira desgraça.
Perguntei
A Um observador anónimo
Como se perguntasse a um papagaio falador
Se amor tinha sinônimo.
A resposta dele
Não saiu pela boca
Nem pela pele
Sinceramente, falou tanto
E, voz ficou rouca.
Realmente, falou tanto e não me disse sinônimo nenhum.
Eu não tinha certeza
se ele falou pela boca
Ou, pelo bumbum.
Doentes morais produzem miséria. Mentirosos e demagogos produzem crises. Somente estadistas unem as nações e promovem o desenvolvimento.
PENSAMENTOS
Na miséria humana habita a ingratidão do ser humano.
Não existes pessoas perfeitas, o que existes são pessoas que não reconhece suas incapacidade de chegar a perfeição.
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É na liberdade que encontraremos o atalho mais facil para o caminho da felicidade.
A maior ignorância de ser humano é pensar que um dia poderá chegar a perfeição.
Se a vida é uma batalha muito cansativa a morte é o descanso eterno.
Não desistas dos seus sonhos para depois querer justificar a injustiça divina.
Você encontrará o caminho da felicidade escondido nos nossos melhores sentimentos.
A vingança é fruto dos nossos piores sentimentos.
O ódio é a recompensa da ira dos derrotados.
Não se justifica querer roubar ou matar para enriquecer ou para justificar uma vingança, pois o maior ladrão da honestidade é da deformidade do caráter são justamente estes atos.
O maior sofrimento de um derrotado é a sua incapacidade de reconhecer as suas fraquezas.
Não procure amar o próximo para exaltar a sua benevolência, mas sim para demonstrar a sua gratidão de poder ter a possibilidade de fazer isso.
Os maiores injustiçados da eterna baralha pela sobrevivência encontrão o seu sustento e a sua recompensa nas suas feridas e nos seus sofrimentos pois pelo que se sabe até o filho de Deus passou por este verdadeiro calvário.
Não glorifique suas vitórias, mas exalte suas derrotas, já que sem elas, suas derrotas, não teria vitória alguma.
A maior frustração da humanidade foi a sua completa incapacidade de tentar explicar a infinidade do universo.
A ganância do ser humano poderá provocar a sua própria extinção.
Não precisa provar a sua sabedoria através da sua inteligência e sim da sua benevolência.
Partilha o que tiveres de ti, não poderá ser de outro modo,
Que sempre sobrevivas à miséria que hoje fustiga a alma do teu Irmão.
Não impeças o curso às águas.
Não emprestes. Dá. Porque nada do que tens é realmente teu.