Miséria
Quem poderá domar os ventos?
Quem poderá calar a voz do sino triste?
Nem deuses...
Nem monstros...
Nem tiranos...
Que em cada hora se perde...
A esperança que amarga...
Do que foi dito pelo não dito...
Na voz dos aflitos...
O consolo dos desconsolados...
O cristal foi quebrado...
O tempo perdido...
A lágrima que rola...
Escondendo os gritos...
Outrora prometido...
O que hoje não tem mais sentido...
E no labirinto que se encontra...
Ainda sonha...
Desejando não estar perdido...
Mas os ratos devoram...
Até as hóstias sagradas...
Invadem casas...
Trazem dores e martírios...
A saída é a luta...
Mas com quem lutar?
A luz está difusa...
O fim será se entregar?
Será do látego o carinho que irá receber?
A fome...
A miséria...
A morte...
Mais sofrer...
O destino escolhido...
Pela indecisão...
Sandro Paschoal Nogueira
Existem seres tão atolados no vício do dinheiro que nem se dão conta de que já andam a viver na miséria faz tempo.
Rodrigo Gael
O mundo está tão abandalhado, que às vezes me sinto como um velho desalinhado no meio do salão.
Rodrigo Gael
Maldade
A maldade dança rua afora
rodopia cada vez mais malvada,
coberta com seu manto rubro,
transbordante de alegria;
escarra à minha porta,
beija a boca da vizinha,
faz-lhe filhos deformados
e rodopia, rodopia invencível,
entre cacos de agonia.
Apenas seus pés choram
o sangue ciclo da menina morta: Esperança.
Morta entre um riso e um grito de bom dia.
O Bicho
Na rua estreita, o breu fazia morada,
as lixeiras reviradas em estranha balada.
Passos cautelosos, silêncio a pairar,
o mistério na noite me fez hesitar.
Que ser seria aquele, que ali remexia?
Um animal furtivo em busca de energia?
Talvez um gato, um cão em desespero,
no lixo, seu banquete, um sonho tão efêmero.
Mas ao me aproximar, tremi de assombro,
o que vi não era fera nem monstro do lodo.
Era um homem, dobrado, retorcido de fome,
o "bicho" era humano, sem nome, sem sobrenome.
Olhos vazios, um grito calado,
pele marcada, um destino estragado.
Vi nos seus gestos o peso do mundo,
um eco que grita num abismo profundo.
Meu Deus, pensei, que ironia tão fria,
a cidade dormia, mas sua dor fervia.
O bicho é um homem, e o homem é o bicho,
um ciclo cruel, um abismo sem nicho.
Voltei ao silêncio, mas nunca esqueci,
do rosto marcado que ali descobri.
Que futuro nos resta, que mundo sem chão,
onde homens viram bichos na escuridão?
"Naturalizaram chamar de justiça dar a cada um o que é seu, mas tristemente constatei que isso se traduziu em dar-se ao pobre a pobreza, ao miserável a miséria, ao afortunado a fortuna, perpetuando desse modo o que de mais perverso pode existir em uma sociedade: um abismo instransponível para ascensão social daqueles que não nasceram privilegiados pela sorte.
Sonho com o dia em que isso mude, mas até lá, acordado, tenho o dever de lutar para ver esse estado de coisas se transformar."
O MENDIGO
A calçada é meu lar.
Sou pessoa oprimida.
Cato lixo para achar
uma sobra de comida.
É tão grande a minha fome
que nem sei mais o meu nome
e nem mesmo o que é vida.
A natureza é nossa grande aliada, se a tratamos com respeito e responsabilidade, viveremos bem e em abundância, caso contrário, com sofrimento e miséria.
"JESUS É UM CARA LEGAL, O QUE ESTRAGA É O SEU FÃ CLUBE."
Jesus é muito além de um cara legal, Ele é a plenitude em forma de homem, é Deus buscando o que havia se perdido, eu e você, Jesus não tem fã clube, Jesus tem seguidores que entenderam o seu estado de miséria, e arrependidos, decidiram se levantar do lamaçal do pecado que inclusive vivem até hoje a maioria dos mesmos que rotulam seus seguidores de fã clube e consideram Jesus somente como um cara legal.
A omissão de autoridades e mesmo de poderes constituídos no cumprimento dos seus deveres constitucionais, em especial diante de desmandos praticados por autoridades, empurra o país num verdadeiro precipício moral, político, jurídico e econômico, com perdas incalculáveis e crescentes sobre toda uma nação, podendo levá-la até mesmo a um estado de miséria generalizada.
Acredito na arte na sociedade contemporânea do seculo XXI que também desempenhe o papel transformador como plataforma de massa para educação, inclusão social e de gêneros, diminuição da miséria e fecunda cidadania.
Criança com fome não aprende, a educação consciente tem que prover um raciocínio objetivo e simples como uma boa alimentação. O não trabalho infantil no Brasil, é uma demagogia estupida se as plataformas publicas educacionais não conseguem colocar todas as crianças famintas nas escolas. A legalização e a fiscalização imperativa por regras duras do trabalho infantil. atende em si toda nossa social, cultural, profissional e educacional realidade.
A paz e a soberania contemporânea mundial se afasta cada vez mais dos argumentos de uma politica verbal exterior e dos tratados multilaterais pacificadores. A paz e a soberania hoje resume se a uma simples questão de poder ofensivo bélico com armas bio-químicas e nucleares de destruição em massa que garante sua posição e opinião interna independente.
Diante o alto desenvolvimento tecnológico da contemporaneidade alcançado nos diversos locais do mundo no seculo XXI, não existe nada mais rentável e de super-valorização internacional do que a água potável e os alimentos naturais.
Os encontros mundiais da nova agenda climática se resolvem por promessas utópicas, que nunca serão efetivadas mas com a compra pelos poderosos de créditos carbonos dos mais subdesenvolvidos. Na verdade servem na mesma oportunidade para um arcabouço humanitário ideológico para sensibilizar os poluidores mais poderosos, que amontoam riquezas sobre a fome, a doença social e a miséria hoje, dos lugares mais necessitados, que permanecem invisíveis e sem vozes no mundo.
A Culpa é Nossa!
No espelho da alma, a face da nação,
Reflete a sombra da nossa omissão.
Guerras, fome, a dor que não se finda,
A culpa é nossa, que a treva ainda brinda.
Na política, o eco do descaso ecoa,
Escolhas erradas, a esperança que voa.
A saúde, um grito de angústia e dor,
A educação, um sonho que se esvai, sem cor.
A economia, um jogo de cartas marcadas,
Onde a ganância, as almas dilaceradas.
A negligência, um veneno que se espalha,
A responsabilidade, que a covardia amordaça.
Somos nós, os artífices do presente,
Com as mãos manchadas, o futuro ausente.
A culpa é nossa, no silêncio que consente,
A injustiça, que a alma da nação sente.
Resposta do Pobre ao Rico
Nós
Achamos um excelente momento
Para mandar um recado para
Esta criatura excomungada.
"NINGUÉM É TÃO IMPORTANTE O QUANTO PENSA E NEM TÃO INSIGNIFICANTE QUANTO APARENTA SER".
Com ajuda ou não
O PODRE
É o GARFO na mesa
De qualquer "RICO".
CARAPAÇA
Proteção inócua à mente do guerreiro
Tantos pesos na carapaça da armadura
Para manter hígido o corpo e a matéria
Embora lastimado pelo desespero
Peleia ingrata que só lhe traz amargura
Melhor desertar essa causa deletéria
É um alerta quando tudo é exagero
A temperança há de ser a tua cura
Erradicando qualquer humana miséria.