Minha Terra tem Palmeiras onde Canta o Sabia
Sonho Oriental
Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha...
O aroma da magnolia e da baunilha
Paira no ar diaphano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...
E emquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um scismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,
Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.
Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se reproduz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem porquê, distingo apenas felizardos e desventurados.
Surgem assim teus divinos / membros do leito onde jazias adoentada, / e em ti a beleza revive: / áurea beleza, que é o único conforto dos homens / destinados a errar entre paixões e vãs esperanças.
No fundo, talvez o problema da pátria não passe de um problema de linguagem! Onde quer que se encontre, aonde quer que vá, o homem continua a pensar com as palavras e com a sintaxe do seu país.
Se um pouco de conhecimento é perigoso, onde está o homem que conhece tanto a ponto de estar fora de perigo?.
O pensamento é difícil de conter, leve, correndo para onde lhe agrada. Dominá-lo é uma coisa salutar, e depois de dominado ele procura a felicidade.