Minha Mãe
Singular.
Que não me deixa
Desde o ventre de minha mãe
Que está em todos os momentos
Felizes ou tristes, sempre comigo
Muitas vezes nostálgico
Não é capaz de me acoimar
Não é capaz de fugir às dificuldades
Pode me fazer sorrir
Pode sentir minha dor
E chora em mim sempre que choro
Em particular é nossa conversa
Não nos cabe nenhum oculto
E quem de mim sabe tudo
E quando alguém disse: "Ser ou não ser"
Em si não estaria,
Diríamos nós "Somos ou não somos"
Pois não somos capazes da discórdia
Não sendo jamais um eu e você
Mas um eterno eu, comigo mesmo
Sendo meus todos os sorrisos
Assim como todas as lágrimas
Vivemos o tempo em todos os tempos
Presente, passado e futuro
Todos muitas vezes em um único iminente
Onde muitas vezes não é dor saber a verdade
Mas descobrir que estávamos vivendo uma mentira
E o que é mentira! se não a verdade mais sentida
Onde a pele sobre meu corpo
É o mapa de uma vida
Muito em singular vivida.
José Henrique
Azaléia⚘**
Gosto desta azaléia, minha mãe me deu a nove anos, mais ou menos, ela se foi em outubro do ano passado e ficou a azaléia e a cada nova flor um sorriso sentido...ficamos em alguma coisa...na memória, lembranças e nos corações de quem sempre nos amou...desta forma...somos eternos...
Sou o Zé ⚘ Simples Assim ⚘
José Henrique
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à minha mãe, Georgina
ao meu pai, Manuel
por serem: dia
à minha irmã,
Mariana
à minha avó, Rosa
ao meu avô, Manuel
ambos viram este início, não o fim
à minha avó, Ilda
ao meu avô, Álvaro
que nada mas tudo viram, e foram início
à Raquel,
apex amoris
ao futuro
Ta vou te contar
Não sei que horas eram
Acordei vi a lua
Achei que minha mãe tinha me deixado
Tinha 4 anos
Lembro dessa dor até hoje
Com 6 anos vi várias pessoas batendo na minha mãe
Saímos no meio do barro
Em frente à favela do jardim Elba
Ela me puxando pelo braço
Fui para casa de uma pessoa
Só lembro dos fios de alta tensão
Não fiquei lá, fui para outra
Lembro que eram ricos
Tinham um piano na sala
Do nada estou em um caminhão
Vindo para Garça
Lembro de chegar a noite
Me lembro da cor da parede
Parecia verde, mas a luz era fraca e amarela
Lembro que tinha um toco na frente de casa
Os dias passaram
Lembro de minha mãe me chamando
Ou você joga bola ou vai para céu
Os dois não da
Tinha acho que 8 anos meu paidastro era vivo
Lembro do pastor me chamar e dizer
Ou você usa bermuda ou vai para o céu
Os dois não da
Lembro da minha mãe dizer
Ou você assiste TV ou vai para o céu
Os dois não da
Lembro de passar nas mãos dos vizinhos
Lembro de mim sentado na calçada
E não tinha opção
Meu paidastro tinha morrido
Tinha 10 anos
Lembro que sempre tinha uma escolha
Mas a escolha nunca era real
Depois disso to aqui
Como fazer escolhas saudáveis
Se por 45 anos não fiz
Não sei o que é saudavel.
Minha Mãe
Gosto da inocência dela:
Benze crianças,
Faz simpatias,
Reza sorrindo,
Chora rezando.
Gosto da inocência dela:
Apanha rosas,
Poda os espinhos,
Coloca nas mãos,
De meninos branquinhos.
Gosto da inocência dela:
Conta histórias longas,
De negros perdidos,
Nas matas cerradas,
Dos chãos do país.
Ama a todo o mundo,
Diz que a ida à lua,
É conto de fada.
Gosto da inocência dela:
Crê na independência,
E é tanta a inocência,
Que até hoje ela pensa,
Que acabou a escravidão.
… Inocência dela…
Bicho-da-seda
Nascia
um belo dia,
emoção forte me causou vertigem,
mamei minha mãe na fonte
de leite fiz um verso virgem.
Dos rios mastiguei os córregos
dos sóis sorvi dourados bicos
tomei do alfabeto, os símbolos
com eles fiz um verso rico.
Mas, da primeira cobra
armada em botes,
aprendi as contorções molengas
tomei da angústia, vida fluída
ri um verso duro, capenga.
Sou hoje colheita descoberta
dos amores de auroras nas fazendas,
extração dos capitães de mato
e dos de Areia do Jorge.
Explico então:
o poeta é um bicho-de-seda...
que explode
“Minha Mãe Natureza...
Eu sempre me rejuvenesço durante a noite, num longo sono reparador. Porém também me rejuvenesço a cada manhã. Com o canto dos pássaros me refaço, com a beleza da natureza e com o cheiro das flores.”
A cada ano, minha mãe tirava um quadro do meu pai da parede para dar espaço a mais uma estante de livros.
CONSELHOS DE MINHA MÃE
Quando o dia amanhece
Levanto cedo e agradeço
De joelhos ao Senhor
Oro aos céus em uma prece
De glorificar eu não esqueço
Foi o que sempre me ensinou
Minha mãe sempre pedia
Pra ser um homem de respeito
Ser honesto e trabalhar
Tudo pra nós ela fazia
Nos ensinava a ser direiro
Que a maior riqueza era estudar
O aprendizado ninguém tira de você
Ser bom e não ser ganancioso
Ter fé e ajudar a quem precisa
Era o que ela falava ao anoitecer
Antes da rede e do sono gostoso
Aconselhava com sua palavra bendita
Os conselhos foram importantes
Assim, formei minha família
E minhas filhas todas orientei
Mesmo que esteja muito distante
Quero lhe agradecer com honraria
O pai de família que me tornei
Assim, agradeço todos os dias
Os dons que recebi de Deus
Louvando glórias ao Senhor
Tudo que senhora fazia
Ensino aos filhos meus
Com as bênçãos do Salvador
Autor: José Gomes Paes
Em 25/09/2019
Poeta urucaraense
Membro da Abeppa - Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan Amazônicos.
Acadêmico Fundador da Alcama - Academia de Letras Culturas e Arte da
Amazônia.
Se tiver que voar eu voarei,se tiver que nadar eu nadarei só que como minha mãe dizia. Se eles se jogarem da ponte vc vai junto !?
Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
(...)
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
--vê se não perde o endereço, você vai precisar dele guando chegar lá.--;minha mãe falando."
--Deus vai te guiar! Se não der certo, volta pra casa.
--cuidado com as más companhias...
--chegando lá, escreva!
do lado de dentro da calça, costurado, uma carteira de pano com todo o dinheiro que tinha, quase nada.
na mala, quase vazia, iam umas três calças, umas quatro camisas com os colarinhos puídos. uns pares de meias, um par de sapato sobressalente, uma toalha de banho,uma escova de dentes, um pente e um tubo de dentes,pela metade.. A maioria de tudo isso era compartilhado com os outros irmãos, que ficaram sem.
na hora da partida, la estava o aventureiro, cheio de medo, mas já sem outra opção a não ser embarcar naquela nave de prata, que parecia estar gemendo ou chorando, hoje acho que chorando junto com aqueles que vieram na despedida e ficavam ali, entrelaçados nos abraços amarrados e com as mãos agarradas iguais a garras não querendo se soltar.
a nave sempre partia à noite bem melhor. não dava para ver as lágrimas de quem ia e nem daqueles que ficavam.
quando a porta da nave se fechava, outras portas se fechavam também. não eram mais sonhos, era a realidade que se iniciava
na casinha humilde, com janela de cortina branca, um par de olhos fitavam a ruazinha de terra, remoendo as lembranças, agora transformadas em espera de uma volta, que ela sabia, não mais existir (i
Um dia minha mãe me disse: Uma pessoa arrependida não só chora, ela também muda e te procura. Após isso, eu aprendi muitas coisas.