Minha Mãe
De repente percebi que estava sozinha em casa, na verdade parcialmente..minha mãe estava dormindo. Desliguei todas as luzes, roubei um cigarro e acendi, fui pra varanda e sentei no chão. Tenho me sentido tão perdida ultimamente, olhei pra frente e agradeci pelo muro não deixar com que as pessoas me vissem, mas eu podia ver o céu, e as estrelas e alguns vizinhos dos prédios mais altos tinham a liberdade de me vez. Me fiz perguntas, em voz alta, perguntas as quais só terei a resposta ao longo da minha vida que só está no inicio. Dei dois tragos e me sentei no sofá e do meu lado o cinzeiro que parecia estar a minha espera. Quando olhei pra frente percebi que tinha uma vela acesa na parede, próxima ao interruptor que eu desliguei a luz. Se eu não tivesse apago a luz, acendido o cigarro, desistido da varanda, eu nunca teria reparado nessa luz. A luz formava uma figura semelhante a uma flor de lótus, semelhante a um triângulo, não sei explicar. Decidi então brincar, me avisei que o desenho seria eu, a ponta esquerda era a opinião das pessoas sobre mim, a ponta centralmente alta é o que eu realmente sou, e a direita é o que os meus pais esperam que eu me torne um dia. Há uma desarmonia na situação , mas não é o desenho, sou eu em desarmonia com as coisas a minha volta. Pensei com o cigarro na boca, pensei na minha liberdade de poder fumar, pensei também nos amigos que ja me pediram pra parar de fumar, e nos amigos que nunca me deixaram faltar um cigarro e percebi que, não dá pra agradar todo mundo,e eu sou o tipo de pessoa desagradável, porque não me importo em agradar ninguém. Dessa vez não fumei o cigarro até o filtro, apaguei ele na metade, e percebi que a gente precisa pensar com nossa cabeça nos nossos atos, até a realidade cair por terra para nós e nos dar um bom motivo para apagar nossos próprios cigarros sem que ninguém nos ordene ou implore por isso.
Hoje, passando pela casa da minha mãe, notei que ela resolveu se livrar das tralhas. Ela vive reclamando de como minha vó guarda eletrodomésticos antigos, panelas antigas, móveis antigos e não se desfaz de nada, mas aí eu percebi que ela faz o mesmo. Não foi com espanto, não ainda, que olhei para a minha vida, pois sei que sou o oposto delas. Uau, mas do que eu estou falando? Se sou tão sã e oposta, por que com você seria diferente? Desde minha adolescência, nunca hesitei em me livrar de cadernos sem páginas em branco, esmaltes que estavam estragando, sapatos já menores que meu número, roupas velhas, porque é assim a vida, precisamos nos livrar de tudo que parou de nos fornecer benefícios e começou a ocupar espaço inútil. Foi assim que eu aprendi e pensei desde cedo. Temos que tirar o que não funciona mais pra dar lugar à coisas melhores ainda. Mas se eu sou tão diferente assim, por que eu ainda não consegui tirar você da minha vida?
Hoje durante o serviço, vendo tanta dor por parente falecido, lembrando da minha dor, da minha mãe, me veio - dessa vez de surpresa, um poema do Francisco Otaviano que há muito não passava na minha cabeça:
"Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em placido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu."
O que eu mais queria nessa vida era que minha mãe, jamais sofresse, jamais ficasse doente e também nunca envelhecesse...by.fmayoral
Minha mãe descobriu que eu sou gay. (1994)
-Vou te colocar em um internato para você aprender a ser homem, disse. (1994)
Ano 2000:
-Vim buscar meu filho, disse na portaria.
-Interne ele novamente, disse ao me ver.
Quando eu disse que passei no vestibular, minha mãe me abraçou toda feliz. Quando disse que era em publicidade ela quase aproveitou o abraço para me dar um mata-leão.
A minha mãe sempre me disse. O céu é o limite e eu sempre acreditei, quando era pequena tudo parecia mais fácil, vivi os meus sonhos, passei uma infancia feliz, não posso dizer que agora tenho uma vida triste, mas á medida que o tempo passa, as coisas mudam, parece que o mundo perde um pouco do seu encanto
Minha MÃE:
É suco de beterraba, cenoura e laranja...
É casa limpa, cheirosa e arrumada...
É roupa lavada e passada...
É violeta na janela da cozinha...
É o arroz com couve, filé de frango, calabresa, bacon e azeitona...
É reclamação (como reclama)...
É novela (todas)...
É aquela voz mansinha pedindo para fazer escova e cortar o cabelo...
É aquela sempre pronta a ajudar a todos...
É o despertador humano de todos os filhos...
É a contadora e a pagadora da casa...
É igreja...
É hino...
É mulher de oração...
É frágil e forte...
É criança carente...
É ligada no 220...
É do meu signo, porém muito diferente...
É boa...
É boba...
É batalhadora...
É muito eficaz em TUDO que faz...
É TUDO para mim e para os meus irmãos...
E mesmo com todas as nossas diferenças, divergências e discussões, não há no mundo ninguém que poderia ser melhor.
Era difícil para mim acreditar. Minha mãe tinha um buraco e meu pai um pinto que espirrava suco. Como eles podiam ter coisas como essas e continuar caminhando como se tudo fosse normal, conversando sobre banalidades, e então fazem aquilo e não contam nada para ninguém? Sentia realmente vontade de vomitar quando encarava a idéia de ter começado a partir do suco do meu pai.
Tenho música em minha vida desde a barriga de minha mãe, pois meu pais cantavam antigamente. Em 2011 com a participação do programa Ídolos percebi o quão importante era a música em minha vida. Estou iniciando por definitivo neste ano de 2013 o meu projeto musical e quero levar a minha música e a minha alma a todos os ouvidos do nosso país!
Conversando com minha mãe!
Mãe: o importante é ser uma pessoa boa de coração,
fazer o bem para o próximo, Jô.
Eu: ô mãe, nem vem com essa conversinha hoje.
Vejo muita gente ruim, que nunca pensa nos outros,
vivendo bem melhor que eu. Eu não ganho nada sendo boa.
Mas sou boa por que eu quero ser boa,
não por que quero ter paz na minha próxima vida
ou quero um lugar no céu ou por que o Deus polinésio quer.
Mãe: você tem que fazer o curso básico da academia filosófica,
eu falo, você não me escuta!
Eu: mãe, você trabalha com seguro há 20 anos e nunca deu um golpe.
Unzinho sequer. Nada. É correta. E aí? Nem pra dar pelo menos um golpinho mãe,
pegar um dinheirinho, conhecer a Europa, visitar a Capela Sistina...
Mãe: kkkkkkkkkkkkk... você me diverte, Jô.
´dorme lá em casa?´´ ´´sim mas pede pra minha mãe´´ ´´'não eu tenho vergonha´´ ´´se você pedir ela deixa se eu pedir ela não deixa;
#QuemNunca? kkkkkkk
E foi assim, no colo da minha mãe que eu chorei. Chorei um choro desesperado, cansado. Um choro pedindo por proteção, por piedade. Um choro pedindo refúgio. Me senti tão pequeno, tão indefeso, tão frágil. Minha vontade é desistir de mim. Não quero mais viver nesse mundo sombrio cheio de pessoas malvadas. Não quero mais me machucar e correr atrás de quem nem sequer lembra que eu existo. Eu sou um idiota. Idiota que quer ir embora. Mas ir embora não da vida, de uma ou duas pessoas. Mas ir embora pra sempre, de todo mundo. Cada dia que passa, eu cogito mais essa ideia. Eu preciso me encontrar. Estou perdido, sem rumo, sem amor e sem coração. Estou em prantos, cada vez mais desesperado.
Olhos Cor do Céu
CAPÍTULO 5:
Cheguei em casa. Minha mãe estava indo dormir. Eu disse à ela que também ia. Dei boa-noite à ela, entrei no quarto e fechei a porta. Um tanto alegre com a noite de hoje, guardei a mochila, troquei de roupa e liguei o laptop. Na internet, contei as novidades à Andi... Ela ainda não estava online, então resolvi esperar.
Enquanto esperava, fui à janela do quarto. A janela da sala do apê dele ficava bem em frente à do meu quarto. Eu sabia que era a janela da sala porque eu já estive nesse apê antes dele morar ali.
Mas então, quando abri minha janela, levei um susto. Ele me observava da janela da sala. Franzi a testa e abri a janela. A dele já estava aberta. A gente ficou se encarando alguns segundos, então ele disse:
- Então essa é a janela do seu quarto?
- Aham.
- Legal. Essa aqui é da minha sala.
- Eu sei.
- Sabe?
- Aham. Eu já entrei aí nessa apartamento. Antes de ficar pronto, claro.
- Hum, legal.
- É... Então, você costuma dormir que horas?
- Depende. Mas costuma ser tarde.
- E o que você faz na madrugada?
- Eu fico na internet, ou lendo livros, ou fazendo tarefas, ou ouvindo música e...
Ele parou de falar. Não sei por quê. Nem sei de devia perguntar, mas perguntei.
- E...?
- Bom, acho que devo dizer, “escrevendo”.
- Escrevendo?
- É, escrevendo coisas. Mas não quero falar sobre isso.
- Ah, claro, tudo bem. Bom, então acho que vou dormir. Boa-noite.
- Boa-noite.
Fechei a janela. Ele também.
Minha mãe sempre diz: Não há dor que dure para sempre! Tudo é vário. Temporário. Efêmero. Nunca somos, sempre estamos!
"Lembrei da minha mãe contando de quando estudava, quando carregava seus pertences no saco de arroz e apagava os cadernos com borracha dos irmãos pra aproveitar no ano seguinte, hoje em dia o muleque só vai na aula se tiver roupa de grife e o playstation de final do ano virou a motivação que os pais criaram pros filhos estudarem. Já não se fazem pais (na maioria dos casos) e crianças empenhadas como antigamente."
Laurel: Preciso muito de você agora, Tommy. Minha mãe aparece e diz que a minhã irmã está viva. E meu pai está furioso comigo porque dei ouvidos a ela. Não sei em acreditar. Sinto que estou desmoronando.
Tommy: Estou aqui por você.
Laurel: Não. Não está. Está a quilômetros de distância. E o pior, é que nem sei o porquê.