Mim Mesma
Mesmo que eu negue, mesmo que eu minta para mim mesma, eu nunca vou deixar de amar você e sentir saudade enquanto eu viver.
Nunca penso em mim mesma como escritora, apenas como alguém que escreve, que precisa escrever.
Não preciso de um bilhete dourado. Só preciso acreditar em mim mesma.
Decidi limitar o acesso a mim mesma, não como um ato de fuga, mas de fortalecimento. Um lembrete de que, em meio ao tumulto do mundo, sempre posso encontrar um lugar de paz dentro de mim.
Ando me perdendo de mim mesma,
As horas passam por mim,
E eu vou ficando no tempo.
Se me olho no espelho,
Não me reconheço,
Aquele brilho no olhar,
Aquele jeito de moleca,
Aos poucos se desfaz.
Mas a mulher que habita em mim,
Luta como uma guerreira,
Com altos e baixos,
Sem vergonha de falar,
Que tudo vale a pena,
Quando se sabe lidar com as consequências!
Preciso sempre encarar-me a mim mesma,com ousadia e coragem para não esquecerquem sou eu de verdade.
Passei os últimos meses mergulhada em mim mesma. E descobri que quanto mais eu me conheço, mais eu me gosto. Toda essa liberdade que me permite transitar entre a expansão e a introspecção, fazem com que eu me escolha, sempre. Independente de qual seja a circunstancia.
Confesso, que ampliei também a minha fresta, para que eu me conheça também através da interação com o outro. Descobri até uma timidez e um mau jeito com as mãos enquanto conversa.
Essa Lorena, sempre foi de escutar mais do que falar. Mesmo hoje, falando um pouco mais, mantém os olhos calmos e os ouvidos atentos.
Sinto-me tão desprezada por tua ausência que ouso a desprezar-me a mim mesma
Ainda que inseparável seja o meu olhar do Teu
Vejo-te como
Raios que anunciam estrondoso trovão,
exuberante em sua potência!
Desperta-me o ouvido - Ruído em dor
Da dor que deveras sinto
Que brinco para não ser dor!
Sorrio e saio do gemido que altera meu pranto
Desencanto
Vivo e morro!
É uma loucura perceber que eu venho me tornado a pessoa que eu precisava ser pra mim mesma quando criança.
Com o passar dos dias e com inúmeras questões trabalhadas e superadas não sei quem se realiza mais, se é a Lorena criança ou a Lorena adulta. Ou se de alguma maneira alimentar uma significa também alimentar a outra.
Quanto mais amadureço, mais percebo o quanto ainda sei muito pouco sobre a vida. Isso tem feito com que eu me divirta mais, principalmente nas atividades mais simples do meu dia a dia e na convivência com as pessoas que amo.
É como se todo dia pela manhã, a Lorena adulta desse as mãos para Lorena criança e seguisse com os seus afazeres e lazeres. E nas atividades mais simples, como ir ao mercado comprar um item que falta na cozinha, por exemplo, refletir durante o percurso sobre quão louco é estarmos nesse mundo em movimento.
Talvez tudo isso seja parte de ser adulto. Independência e responsabilidades que nos trazem segurança para desenvolver e aperfeiçoar os nossos sonhos e vontades de criança.
Eu sou um esboço inacabado de mim mesma; a cada dia procuro dar um retoque, mas ainda não encontrei o tom, o ângulo certo, para brilhar, completar com coerência, harmonia, a arte final.
Às vezes eu me perco dentro de mim mesma,
E para me encontrar
É preciso uma estrada
Um caminho
Que nem eu mesma sei achar
É preciso a descoberta do eu
E ser quem eu nem conheço mais.
Eu não posso me curar se não admitir a mim mesma minhas falhas, se não assumir a responsabilidade de meus erros, se não compreender que fui a única responsável por cada dor e sofrimento em minha vida.
Eu não posso me curar se entendo tudo isso, não me olhar com olhos amorosos e perdoar a mim mesma!
Não vejo pessoas como concorrentes, vejo como a mim mesma, não perco meu tempo gastando energia para falar mal do meu próximo.
Buscando a cada dia viver o que Cristo já me reservou. Afinal, o que faço ao próximo eu faço a Cristo.
Leia Mateus 25:40
Evelyn Araujo
Não quero ser platônica em relação a mim mesma. Sou profundamente derrotada pelo mundo em que vivo.