Milho
SEMENTES
Já plantei tantas coisas que nem sei.
Plantei feijão, plantei arroz e milho
Já plantei mandioca, araruta, cebola
Não recordo mais de quanta coisa já plantei.
Plantei pimenta de cores e qualidades
Plantei árvores que deram flores
Palmeiras que mudou a paisagem
Flores de muitas variedades.
Plantei sementes que não frutificaram
Plantei coisas que nem sei pra que serviam
Já doei sementes de muitas plantas
Gente que vieram de longe e as levaram.
Há coisas que a gente planta que não serve para nada
Há coisas plantadas que dão frutos depois de anos
Frutos que não se come, e não se vende
Àrvores em solos estéreis que não deviam ser plantadas.
Já plantei saudades, plantei paixão,
Já plantei saúde, tristezas e mágoas
Já plantei muita esperança em pessoas amarguradas.
Plantei sorrisos gostosos, risos e gargalhadas
Plantei no coração das pessoas
Muitas coisas engraçadas.
Para o burro plantei capim.
Para a criança plantei carinho,
Plantei no coração do idoso,
Um belo e florido jardim.
Sementes de quase tudo a gente pode plantar,
Sementes que no futuro pode até frutificar,
Quem sabe, a gente colhe Um pouco
E pode até multiplicar.
Quisera eu inflar o coração como o milho da pipoca ao estourar. Um coração que infla nunca mais volta ao seu tamanho original, e isto não é mal de Chagas, é mal de amor.
[Invisível ao toque - Nat Bespaloff]
Nossas vidas não passam de milho, que precisam de fogo pra se romper e mostrar oque realmente temos por dentro...
O mundo está mesmo mudado: antes, 'papagaio comia milho e periquito levava a fama'. Hoje, quem come milho é o periquito, enquanto papagaio vende na 'sale', faz 'coffee-break' e diverte-se com 'games'.
MILHO DE PIPOCA
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos:
A dor.
Pode ser fogo de fora: Perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: Pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece:
BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras pela vida inteira.
Transforme-se na flor branca, macia e nutritiva.
Mude!
ESCOLHA:
MILHO PARA SEMPRE OU PIPOCA?
Pondere...
O cavalo indomável procura com mais facilidade aquele que tem o milho nas mãos; do que aquele que tem nas mãos o chicote. Porque o milho atrai; mas, o chicote repele.
Pense nisso...
Pr. Valdemar Fontoura
SABOR DO MILHO.
O cuscuz é com certeza
um condutor de proteína
que nasce na natureza
que alimenta e fascina
não tem comida Chinesa
Italiana e nem Francesa
que supere a nordestina.
"Quando a vida lhe der limões , faça ...
...um trava-língua:
um limão, mil limões, milhões de limões"
Seja como o grão de milho que se transforma em pipoca. Nos momentos mais difícieis, de maior pressão, ele se transforma de dentro para fora. Busque em si a sua luz, a sua força, a sua sabedoria. Traga para fora o melhor que está dentro de você.
Olhos de sereia
Se fizeste flor do agreste. Dourada.
Feito cabelo de milho em plena florada.
Com o brilho desse olhar.
Se fizeste sereia. E; em noite de lua cheia,
mirando o moço a passar.
Tiraste um pouco de tempo,
para torná-lo fecundo.
para encantar uma vida.
para alegrar esse mundo.
Em pensamentos largados.
Se estonteia um coração.
Não se esqueças;sois tão bela?
És torre, rainha,
Guardada em um coração.
Não se canses. De fazer-se assim.
Da beleza que só você tem.
É essa beleza que encanta.
É sua beleza que me faz bem.
Projeta sua figura na vida,
conforme manda a sua visão.
Daquilo que as pessoas procuram.
Daquilo que comanda meu coração.
Carregando a paixão, tão segura.
Que motivo , no incerto eu teria.
Se. Depois de atravessar,
todos os perigos do mar?
Se lá adiante não estaria?
Com seus olhos de sereia?
Com sorriso, de musa a esperar?
marcos fereS
Jamais generalize as pessoas em meio a uma multidão, e a mesma coisa que jogar milho aos pombos sem se importar se no meio deles a Águias e Falcoes.
NAIR
Minha mãe
Era como o papel de seda cobrindo a pipa,
Era o milho verde feito canjica
Canela em pó por cima da papa
Bife mal passado sobre arroz branco,
Figado acebolado cheirando
Café coado no pano,
As doces canções de moacir franco ...
Cabelo em desalinho,
Zêlo em forma de carinho
Cocada morena e branca
Em forma de coração
Como uma declaração
De amor a humanidade
Sua voz marcante e grave,
No ofício de nossa senhora,
Minha mãe carregaria se fosse preciso,
O mundo sobre os seus 44 quilos;
Abraçaria ao olhar, adotaria ao sorrir...
Minha mãe Nair
Mãe dos meus irmãos,
Mãe das suas irmãs...
Mãe da sua mãe!
FELIZ DE QUEM DEU MILHO AOS POMBOS
Afunde seu derrière no sofá macio
Ajeite suas costas na fofa almofada
Conecte-se com o mundo lá fora
Enquanto passa indolente a sua vida
Feliz de quem deu milho aos pombos
Posto que viram os pombos em bandos
E ouviram seu revoar ao saciarem a fome
E viram o poeta fazer disso, canção
Agora, tudo isso acontecendo
E você aí...afundado num sofá
Teclando no seu celular
Conectado ao mundo inteiro
Protestando contra o sistema
Dos coxinhas e dos truculentos
Entre foices e martelos
Sem sair do seu lugar
Feliz de quem deu milho aos pombos
E viu que eles são reais
Hoje você voa tão alto quanto eles
No seu mundo virtual
Grita bem alto em seu perfil
Esse seu jeito de herói varonil
Enquanto do seu lado o silêncio
Afasta todos os seus amigos
Afunde seu derrière no sofá macio
E deixa morrer de fome os pombos na praça
Enquanto os tiros dos canhões disparados
Atingem seu alvo real
(Nane-19/05/2015)