Frases de Mia Couto

Cerca de 138 frases de Mia Couto

" O homem sabe os segredos do mundo: o rio verdadeiro não mexe. Flui, deixado e desleixado. Quem faz mover as águas são os rabos dos peixes, inumeráveis leques que nunca pausam. Como nós. Deixemo-nos quietos como pedras e o tempo não anda".
(Na berma de nenhuma estrada - p.50)

Inserida por portalraizes

Como ele sempre dissera: o rio e o coração, o que os une? O rio nunca está feito, como não está o coração. Ambos são sempre nascentes, sempre nascendo. Ou como eu hoje escrevo: milagre é o rio não findar mais. Milagre é o coração começar sempre no peito de outra vida.

Inserida por portalraizes

"Conselhos de minha mãe foram apenas silêncios. Suas falas tinham o sotaque de nuvem”.

( em "O ultimo voo do flamingo". Lisboa: Editorial Caminho, 2000.)

Inserida por portalraizes

“O amanhecer costumava ser um beijo no vidro de sua casa. Naquela manhã, porém, a luz era mais tensa do que intensa”.

(em "O outro pé da sereia". Lisboa: Editorial Caminho, 2006.)

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" O amor é deitar o fogo para apagar a água?"
(in " Na berma de nenhuma estrada " - página176)

Inserida por portalraizes

"Eis o que descobri: as aranhas que observei sobre a mesa estiveram sempre dentro de mim. E dentro de mim fabricaram uma teia que me tolda não apenas os movimentos, mas toda a minha vida".
(in "Mulheres de Cinzas" página 236)

Inserida por portalraizes

" Porque o amor é esquivadiço. A gente lhe monta casa, ele nasce no quintal". (in " Terra Sonâmbula ")

Inserida por portalraizes

“A adiada enchente
Velho, não.
Entardecido, talvez.
Antigo, sim”.

(em "Idades cidades divindades". Lisboa: Editorial Caminho, 2007.)

Inserida por portalraizes

“A uns satisfaz uma sombra,
a outros nem o mundo basta.
Uns batem com a porta,
outros hesitam como se não houvesse saída”
.
(em “Tradutor de chuvas”. Lisboa: Editorial Caminho, 2011).

Inserida por portalraizes

“Amor se parece com a Vida:
ambos nascem na sede da palavra,
ambos morrem na palavra bebida”.

(trecho em "Idades cidades divindades". Lisboa: Editora Caminho, 2007.)

Inserida por portalraizes

"Quero morar numa cidade onde se sonha com chuva. Num mundo onde chover é a maior felicidade. E onde todos chovemos”.

( em "Antes de nascer o mundo". São Paulo: Companhia das Letras, 2009.)

Inserida por portalraizes

"A palavra de hoje é aquela que cada vez mais se despiu da dimensão poética e que não carrega nenhuma utopia sobre um mundo diferente”.

( em "E se Obama fosse africano?". Lisboa: Editorial Caminho, 2009)

Inserida por portalraizes

De que vale ter voz
se só quando não falo é que me entendem?
De que vale acordar
se o que vivo é menos do que o que sonhei?

(VERSOS DO MENINO QUE FAZIA VERSOS)
(trecho extraído do livro “O fio das missangas”, Cia. das Letras, 2004, pág. 131.)

Inserida por portalraizes

⁠Sempre que chorares, nascerás uma outra vez.

Mia Couto
Tradutor de chuvas. Alfragide: Editorial Caminho, 2011.

Nota: Trecho do poema O degrau da lágrima.

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Inserida por Amithris

E tudo era novo, tão novo que nenhuma saudade morava em mim.

Mia Couto
Tradutor de chuvas. Alfragide: Editorial Caminho, 2011.

Nota: Trecho do poema A varanda do antigamente.

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Inserida por Amithris

⁠“ Perdi a vontade de limpar
a casa .
Se tivesse que arrumar
não seria a casa.
— Arrumaria , sim, as coisas que não existem,
os sussurros e suspiros
que se acumulam
pelos cantos.

Inserida por PaulaFreitas

⁠Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitámos tão pouco.

Mia Couto
E se Obama fosse africano?, e outras interinvenções. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Inserida por ClaudioLouro

E o tempo comeu o chão.

Sem terra, sem rio, sem céu, não me restou
senão o vislumbrar
de um sonho.

E o sonho
foi ave e peixe,
foi tempo e foi céu.
Depois, aos poucos, o sonho me devorou a vida.

E, assim,
em mim,
nasceram todas as vidas.

Inserida por ecopriscilares

⁠Na barriga da mãe, não se tece apenas um outro corpo. Fabrica-se a alma.

Mia Couto
Mulheres de cinzas: as areias do imperador: uma trilogia moçambicana, livro 1. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
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Inserida por pensador

O vento foi um pássaro e fugiu para fora de si mesmo quando os homens o quiseram capturar. Deixou de ter corpo, fez ninho nas nuvens e viaja com elas para pousar quando se cansa. É por isso que o vento canta.

Mia Couto
O bebedor de horizontes. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
Inserida por mstrege