Mfpoton
Cansastes das passadas
que vão caindo para trás
que insiste em não avançar
queres tanto seguir
em frente
de embaraços
mas como...
se não podes seguir sem par
se para trás é fácil
não olhar,
mas para o lado
não tens como evitar
Olhar para frente em par,
pois a natureza induz ao par
como negar...
em par de idéias
aconchego
não de escoras
que te invalidam
a vida
aprender a seguir
sem negar
negando sempre...
Mar de pessoas
em idas e vindas
em rotineira romaria
sem reformulações num
mar sem ressacas
à espera do novo
ciclo lunar como
ondas chacoalhando
na areia já tão granulada
por tantas batidas
num vai e vem da vida
que se desfaz em
grãos que se
dissipam n'água
como a vontade aparente
desses grãos fadados
a um comum acordo
convencional das adversidades
à diversificação
como um grito no cristal.
Emoções tão engessadas
e veladas num velório pedante
que logo explodirá
em ondas volumosas em ressaca
dragando os inanimados grãos
arrastados pelas águas...
A força do livre
Arbítrio com certeza...
Ah!... que nos escapa em fuga
Como que a brindar loucos
desvairados e excêntricos
se deuses ou demônios
comandando
num tabuleiro jogos.....
com expressões sublimes
fitando com surpresas
exclamações e consternados risos
a se divertirem no Olimpo
com reações dos arbitrariedados
gladiadores
dessa nossa suposta
presunção de livre arbítrio.
sem as pedras não ficaria tão lindo....
ficaria reto e liso,
faltando contornos e quedas
dando relevos a vida...
e ao olhar então...
nem se fala...
os passarinhos não
cantariam tanto
dando coro
a enxurrada
e a mata embaçaria
o verde das folhas
a deslizar sobre
as águas...
a individualidade não torna a pessoa menos humana, mas sim, com mais coerência com a vida e consigo mesma, não se aproveitar dos outros e procurar se preservar dos maus intencionados e sem querer ficar por aí fazendo o papel de bonzinho. E se isso vai de encontro com a mentalidade predominante e nos torna mais isolados, o que fazer, ao menos quando interagimos, o fazemos verdadeiramente. Nossos sonhos devem seguir o coração, como se fosse uma criança e orientado pela lucidez da mãe inteligência. Não deve ser tão difícil, abrir para aquilo que Deus nos enviou.
Se houvesse uma compreensão do significado da liberdade, num mundo atual estereotipado com formas mediocremente quadradas e inexpressivas como tijolos.
Os gregos esculturavam em formas arredondadas, expressão de uma mentalidade livre, não é o mesmo em outra cultura como a dos egípcios, com formas geométricas expressão de um povo submetido a ditaduras e tiranias.
O maior aprendizado seria justamente não somente ter a capacidade de ser livre, mas principalmente reconhecer o significado dessa liberdade.
Estava sentada olhando as montanhas no
horizonte, o correr e formatos das nuvens.
A frente uma árvore sem nenhuma folha
levadas pelo outono, com multiplos galhos
e semi galhos, que pareciam seus braços e
dedos. Ao bater do vento, ela em uma delicada
dança se remexia. Eu senti nitidamente que ela dançava para mim, ela sabia da minha presença......
Pirilampo encantado
de luz verde fosforecente
afastando o medo
do escuro, dos
sonhos infantis
Uma fadinha com
varinha de condão
a soltar estrelinhas
e a iluminar a escuridão
Como um ratinho assustado,
olhinhos redondos a te acompanhar...
espantando com a negritude
sem fundo da noite.
Mas estes olhinhos não vão chorar...
Montado numa libélula...
com asas transparentes
em pontas de pavão e
longa cauda de cometa...
no colo de papai que acalenta
o sono em pleno vôo se misturando
aos sonhos de criança...
Um contemplar dissimulado à
fogosa rosa rubi que incendeia
corações e deixa rubro de
paixão o tímido desconcertado
violino, a tocar partituras a mística violeta
ametista em floração de seus pequenos rizomas
roxos que encanta o rouxinol...
com um olhar enigmático ao brilhante
diamante de um escultural envidraçado
santuário para admirar em topázios...
em turmalinas...
a magnífica orquídia
que contempla dissimuladamente a rosa...
Em num canteiro a margarida
apaixonada pelo gira-sol...
que girando sempre em busca do sol
mas a noite, cabisbaixo...
ele olha a margarida que se sente como um sol...
e se despetala em amor-perfeito
bem-me-quer...
mal-me-quer...
bem-me-quer... até o sol despontar
Devaneios ao vento...
em ponteiro de setas que
me impedem de seguir,
então fico aqui...
Quando etésios me
anunciam o calor do verão
em alísios me alisando
as velas da imaginação
fugindo dos amores
em tormentas que
tornan-se nuvens negras
ciclone das paixões violentas
que nos rodopiam até cessar...
quando parece que nem existiu
se não pelo estrago e
virão brisas das ilusões.
Sigo de vento em popa
com minhas fantasias de
furacão deste meu amor
impetuoso por ti
que me vê como um
fenômeno típico do tempo.
O que faço...
para soprar pra ti
esta minha manifestação abstrata
e perceberes que estou aqui...
Meu sol, meu mar, meu ar...
fincando bandeira de posse em meu chão
em meu caminhar...
que a mim não me desferez nada além de vocês
partirei em domínio deste território
apossar-me, onde todos pensam ser posseiros
ignorando-me...
Onde deixei a ermo
na minha tradução de vida
se pudessem, levariam-me até meu pensar...
em detrimento de mentalidades que sempre ignorei.
Encontrar forças e retornar ao que a mim pertence
antes que por numa espécie de troféu do domínio
me levem além dos anos, também a alma...
Preciso tanto renascer, ressurgir como a uma fênix das cinzas de mim mesma...
Sozinho encontrar um caminho
onde me arranque das garras do condicionamento
onde me parece tudo perdido e triste...
só falta você além de mim mesma...
Quem é essa figura...
Negro terno
Longa barba
Chapéu ou cartola...
Será que há
Coelho
Ou pombinhos lá...
Num ritual preciso
Com estirpe de mágico
Mas sem sorrisos...
Oh! Mundo...
De gomos e guetos
Como tangerina
A cuspir-mos caroços
Me faz pensar
Como se fossemos
Grandes mestres
A pincelar
Obras que julgamos
Primas
Mas que na verdade
Somos todos meras
caricaturas...
Rasgo folha
amasso papel
e esse barulho de buzina
céu em cedilhas
desconvidando o sol
neste ostracismo lânguido
dessa realidade invadindo
como água
úmida
a me gelar o espírito
a me tirar do sossego
dos meus sonhos
em aterrissagem
de albatroz...
não há humor
que agüente a ausência
forçada dos sonhos que
nos gritam inconveniente atenção
de dias frios de calor
cadê você...
não aparece, sumiu
ou nunca existiu...
Quando te vejo
sinto uma euforia
tomar meu ser
Este magnetismo
inexplicável que me
atordoa, como uma atração
que me confunde...
sensorial ou fantasia
é que não me falta
fantasias...
Alço vôo
com tanta facilidade
que horas penso
que meu mundo
não é daqui
Só mesmo, olhar para ti
para me aterrissar
ou ainda mais
me confundir...
Enquanto nesta incerteza de
um sonho duvidoso
Tentando
entender...
Ainda que neste
momento quando busco
o seu ser...
"amor com choro é posse
sem choro é compaixão
sem amor, então nem se fala
é duro a solidão...
vamos vivendo e levando
esses corações impetuosos
que nos tiram a razão..."
"Sem fantasia o que seria da realidade,
não faria sentido existir,
nem sei se existiriamos ou se suportariamos a existência. É um toque mágico em nossa imaginação que nos conduz a criar,
na tentaviva de nos igualarmos a magia da existência,
uma aspiração em retribuição à vida....
à realidade.
A realidade inspirada pelas emoções e o equilíbrio da inteligência,
nos proporciona o respaldo para criar fantasias."
"Suas palavras...
me penetraram tanto
que me tiraram o fôlego...
como uma oração
um suplicio
de paixão...
pura emoção...
linguagem poética
que fala a alma
com endereço certo
coração..."
Percebi seu sembrante...
venha
encostes teu rosto
quero acaricia-lo
e olhar para teus olhos
senti tantas saudades...
Num musical
nem ouvia a melodia
apenas a luz azul
que entranhava
entre as palmeiras
a me lembrar de ti...
Que bom saber
que você esta aí...
amor esotérico
que me encandeia...
apenas sentido...
apenas emoção...
sem explicação..."
De repente me pego
repentista de seus versos...
sei que estas em meus
delírios...
sinto a textura de seu rosto
sua barba de fazer,
em meus sonhos...
E no alvorecer
sei que em algum
lugar estas...
e sei que estou...
em seu pensamento
nessa refutação desvairada
de mensagens deliciosas;
como ondas que
vem e vão...
dessa nossa imaginação...
meu rebatedor de emoções...
nem sei se me inspira versos ou
ainda mais amor...
As vezes fico como a lua...
que não vira a face...
pois é sempre a mesma...
mas muda de fases...
e as vezes fico oculta...
meu amor...
Aquela casa é minha
É minha aquela casa
Ela tem olhos, nariz e boca
E me diz
Você é dona
dos escombros
janelas despencadas
muito entulho pelo chão
Esta casa é minha
Porque me diz
Que é como eu
Abandonada
Todos enchem os olhos
E querem a casa
Mas a casa diz
Sou tua
Você é como eu
Se outro aqui entrar
Eu expulso
Só se for você
Só se for como eu
Sem teto,
abandonada
Mas que tem alma...
Luar a trilhar à estrela de destino
No poente farol em rodopios
Como minha alma emotiva
Ponto de referência de descanso
De abrigo
Refúgio para navegantes
Fundear as amarras
Em terra...
Por tempo necessário
Logo parto em busca
Entre luz e escuridão
Na orientação de um novo destino
Lá se vai minha nau,
Seguindo...
Estrelas, lua e farol
Luz que me acende a emoção
Em estímulo na tamanha
Imensidão da vida...
em noites de ébano
Conduzindo-me na
certeza de um porto seguro...
Olho favela
na penumbra escuridão
da noite
com luzes confundindo
uma constelação
submerso mundo
submundo dos aflitos
com lágrimas e sorrisos
em levar mais um amanhã
da superação humana
A noite caindo
e se derramando
sobre a montanha
em continuação a
linha do horizonte
é inconcebível querer
entender...
Até me faz criar raízes
nesta pedra
onde arpoo
meus pensamentos
em detrimento
a este mar
de sentimentos...
As ondas borbulhantes
vem em espuma branca
engolfar as pedras
e me faz pensar que somos
como aqueles mariscos
entre as ondas e os rochedos
entre a realidade e a vida...
A dama da gafieira
com pinta de rampeira,
cheia de patchouli;
saltos desgrenhados
tortos e engraçados,
vestido rosa choque
não pink, bem abrasileirado
em tecido acetinado,
farto decote em seios
também fartos e generosos,
de causar comoção
em imaginar-mos
a máquina e a
costureira...
Uma maquiagem com
resquícios infantis
de cores desorientadas,
ou quem sabe com
algumas cervejas e luz fraca...
Com seu par engravatado
embuídos da responsabilidade
do espetáculo...
a valsar com tamanha honradez
como se fosse a
primeira ou a última vez...
Caracteres da noite que
emitem escamoteadas
intenções artística
de um povo...
de um tempo...
da Lapa...