Meu Silêncio
Eu, morta e enterrada
Meu silêncio sepulcral
Serve de passagem
Uma espécie de ritual
A vida é renovada
A torre foi, enfim, derrubada.
Eu, descanso em paz.
Para os que tripudiam sobre minhas palavras simples, eu ofereço meu silêncio na taça do mais fino cristal da minha rebuscada indiferença.
Às vezes, prefiro dá meu silêncio como resposta, do que proferir palavras para depois tornar-me escravo das mesmas.
Costumo criar asas, quando fico preso em meu silêncio. Ninguém me entende, sinto que estou só e derepente, mesmo com asas não sei o que fazer, posso ir para qualquer lugar, mas ainda assim não devo voar, não quero te abandonar, não posso correr o risco de te perder. Meu silêncio me faz te observar e te manter por perto, assim quando precisar estarei aqui com minhas asas fortes e prontas para voar para onde você quiser, mais até lá saiba que o silêncio que me domina é o mesmo que grita Eu Te Amo...
É poesia o meu silêncio, dos olhos marejados, da boca seca e do peito escancarado.
É poesia o que resta, os dias contados, o valor que me emprestam, meus poucos trocados.
É poesia essa minha calma, dos gritos calados, da desesperança de estar acordado.
É poesia o meu passo, os espinhos tirados, e o alívio da dor dos meus pés machucados.
Eu poderia dizer, mas meu silêncio talvez signifique que eu saiba e estou apenas dando oportunidade ao seu constrangimento falar por mim.
Acredito que o meu suficiente é aprender viver o meu silêncio no qual entendo errado com a vida;
Deixo que falem, achem, especulem e até mesmo me julguem, pois o meu silêncio me ensina que se eu me calar fico ainda mais forte;
Eu poderia dizer, mas talvez meu silêncio diga que eu estou seguindo em frente, mesmo que você esteja atrapalhando, que é semelhante a quem não ajuda.
O meu silêncio em comunhão com a consciência aconselhou-me a silenciar! Por isso, não espere palavras de mim, apenas silêncio!