Meu Silêncio
Olhe pra mim e apenas espere um sorriso em meio ao meu silêncio
Ao invés de esperar alguma palavra sair de minha boca...
Meu silêncio quase abstrato.
Do que eu mais precisei foi de conforto, emocional. Na vida as coisas são tão difíceis, mas escrever me salva a alma, como se o mundo estivesse a espera da minha escrita, e as pessoas estivessem gritando de vontade me ler, “Escreva, Escreva, Escreva!!”. Mas como se isso fosse possível, quando ninguém mesmo me conhece, nem eu própria sei de onde vim, ou pra que exatamente estou aqui. Mas na corrida que eu sempre me perco, há de ter alguém me esperando, há de ter alguém pra me dar um apoio emocional, ou ofensivo.
Eu espero para que todos durmam, mas na maioria das vezes eu durmo primeiro, pois não vejo a hora de chegar em casa e me deitar para me desligar da realidade, as pessoas que já não tem mais prazer em viver deveriam ser chamadas de “anti-vida”, sim, as que perderam totalmente a vontade de levantar e continuar.
Mas mesmo que o mundo acorde sempre de manhã, eu sempre vou ter amor, seja lá de quem for, ou meu próprio, sei que nasci para poucas coisas, e elas são, escrever, amar meus filhos que ainda pretendo ter, e amar o mundo com sede de viver, mesmo sendo fingimento, talvez alguém um dia consiga se acostumar com essa rotina de quem é feliz, e por se acostumar tanto, nem perceba que já se é feliz verdadeiramente, sem mentiras.
Um dia na casa mais bonita da cidade, a gente vai se encontrar, eu vou ficar em silêncio, como de costume, é o que eu mais faço, fico em silêncio, e vamos ter uma conversa silenciosa, eu e você, vida.
Vamos discutir esse estado tão vazio em que meu coração e alma se encontra, quero um dia poder ter forças pra mostrar ao mundo que a minha opinião também quer ser reconhecida, apesar de ser injusta, mas o amor que carrego comigo é para os outros, estou disposta a amar qualquer ser, a ponto de perdoar até a mim mesma. A ponto de amar uma criança e cuida-la e cria-la para ela mesma, e souta-la no mundo, depois que já se acostumou tanto comigo a ponto de me chamar de velha careta.
Sou um tanto quanto careta, na verdade beber e fumar sozinha e coisa de quem é meio viciado em solidão, eu gosto só do que me interessa, e que fique bem claro, eu odeio gírias, e tudo que se está na moda, e tudo que todo mundo usa. Adoro a diferença que alguns tem prazer em fazer, adoro contestar em silêncio, beijar na chuva e beber sozinha, sim, sem ninguém, já não basta ter que aguentar as minhas próprias opiniões formadas em relação a tudo, e todas são absurdas, sobre o amor eu já nem sei, como se já não bastasse eu, eu não me aguento quase sempre, tenho antipatia por mim mesma. E fico absurdamente feliz quando encontro alguém mais perdido que eu.
Quando quiseres de mim explicação do que sinto por você
Em meu silêncio sinta-se amada por eu nada dizer
Quem verdadeiramente ama não consegue explicar teus sentimentos
Pois o amor foge de todas as explicações possíveis.
Por horas me perco em meu silêncio, tentando encontrar palavras que descrevam muitos momentos.
Iludido eu estarei por todo esse tempo onde não encontro nada, além do meu próprio crescimento.
Em meu silêncio procuro descobrir se sou realmente merecedor de tão pouco gostar;
O tempo é só meu sem ninguém dizer o que devo fazer e acho que sempre tenho a mostrar;
Tenho um imenso querer pela sua pessoa, percebendo que ninguém registra a cena e as verdades que meu coração impõe;
Medo
Medo... Medo de não mais amá-la. De não poder ouvi-la mais em meu silêncio.
Medo de em meus pensamentos, eu não mais encontrar-la.
Medo de viver submisso há um sentimento desconhecido. De buscar, incerto da felicidade.
Medo de sonhar e minha mente fantasiar o impossível. De ficar doente e não mais te ter pra me curar.
Medo de ficar sem seus carinhos. De ficar sem seu abraço.
Medo de não mais sentir o doce delírio do seu beijo. De viver no intenso sofrimento. Medo da escuridão. De me perder no abismo sem sentido.
Medo da tempestade intensa em meu olhar.
Medo de tudo...
Medo da vida.
Medo...
Medo de viver sem seu amor.
Medo...
Medo de viver sem você...
Eu não sei defini r o meu silêncio completamente,pois sou quase todo o silêncio.ora sou porque eu estou brava,ora porque estou refletindo,posso ser o silêncio também por estar feliz.O silêncio é o meu sinônimo,meu parceiro que como uma relação qualquer às vezes prefere o oposto-o grito,agito.
...Lança teu grito no meu silêncio
descobre-me
dá-me um nome.
Quero olhar-te com
a última-face-oculta
emergida de mim.
Crava tua verdade em minha verdade.
Revela-me
ou destrói-me..."
Quando me encontro em desespero
Com meu silêncio e minha razão
O silêncio me faz pensar,
A razão me diz vai,
Meu corpo segue a voz da razão
E quando cai, se lembra do silêncio que vem lhe dar a mão.
Do livro SER EM TRÂNSITO" (1979)
Amigo,
daí o meu silêncio
esse olhar ambíguo e um certo ar viajante de quem
não está-estando
a mão pendida numa mala ausente.
E daí esse soluço
que me trava a voz, se na flor da boca
um nome irrompe como um sol nascente.
...
Mas por que agora me dói teu nome
e ao ouvir teus passos me estremeço?"
"Antes que eu vá, te entrego meu silêncio, por tudo aquilo que não ousei falar. No pouco revelado em cada fragmento, a síntese de uma alma que sozinha, segue seu fluxo, sem a nada ater-se, e a nada se apegar". (Fragmentos do Mentor Virtual - Campinas-SP - Nov/2011).