Meu quarto
Estava tudo escuro. Não conseguia dormir. Acendi as luzes do meu quarto, cambaleei até o o espelho, e perguntei: Acontece com todo mundo, não é? Sabe essa coisa de se apaixonar pela pessoa errada. Consenti com a cabeça, como se eu estivesse convencida de que aquilo era verdade. E é verdade, mas saber disso não me fez chorar menos e nem parar de pensar que você, pra mim, era a pessoa mais proibida do mundo. Proibida pela própria natureza, e eu sabia que te ter seria minha contribuição para o caos da humanidade. Pensei em todas as consequências que o temido-sentimento traria, derramei as primeiras lágrimas, deitei meus pensamentos sobre o travesseiro, tentei acreditar que o amanhã seria outro dia, e que eu esqueceria. Estava certa, o amanhã foi outro dia, mas esquecer, esquecer isso nunca aconteceu.
Meia noite no meu quarto, ela vai subir, eu ouço passos na escada, vejo a porta abrir. O abajur cor de carmim, o lençol azul, cortinas de seda, o seu corpo nu.
Estou me decompondo com a solidão frigida do meu quarto. E pra esquecer o tempo, finjo escrever. Não sei mais falar, perdi o jeito de abraçar, o gosto de beijar, e falar coisas simples como “eu te amo”. Acho que estou meio viciado. É coisa de escritor. Quem escreve não vive, sobrevive das raras palavras.
Eu acho que devo fazer o meu quarto uma cozinha e a minha cama, uma geladeira. Assim, todas as dores que eu sinto agora vão passar, pois estarei frio … morto
Eu só soube que era amor quando olhei pro teto do meu quarto vazio de você, peguei uma caneta e um pedaço de papel e escrevi pensando em como queria que estivesse ali, olhando pro teto junto comigo.
Pai, obrigado por cada esforço só pra me ver feliz, por toda a noite ir até meu quarto garantir que eu estou bem, obrigada pai por expulsar todos os bichos papão que eu insistia em acreditar, obrigada por ser o papai Noel de todos os meus Natal , obrigada por nunca mentir pra mim durante a minha adolescência, me mostrando sempre o caminho certo, e me ensinando que por mais difícil que a vida seja, eu tenho que lutar , seguir em frente sempre… Você pra mim Papaizinho, é um herói, um herói que não precisa de asas, super poderes ou ser forte, você é tudo pra mim, Deus cortou suas asas para que você nunca fosse embora da minha vida, Deus não te deu super poderes porque sabe que você tem o poder natural de me fazer feliz, você não precisa ser forte nem ter muitos músculos, mas a sua força interior é o que me motiva a viver . Pai eu acompanhei muitos momentos ruins na sua vida, e você passou por todos eles sempre com um sorriso no rosto, eu aprendi com você a esconder toda a dor por trás de um sorriso, e disso me orgulho… afinal, quem precisa saber que não estamos bem é só Deus.
Enfim Pai, nem todos os agradecimentos do mundo, nem todos os motivos que eu puder dar vão ser suficientes para eu te provar o quanto você me faz bem… o quanto eu te amo.
Te amo abundantemente meu herói, e te amarei até o dia em que meu coração parar de bater.
Para Manoel Rodrigues
REVELAÇÕES
Da posição antiga no meu quarto
O espelho faz revelações ao meu futuro
Insinua que eu ando fora do tempo
E assim me nego a mirar a sua face
Sequer em sua frente passar
Que já existem marcas em meu rosto
Que já me mostram cansado
Inerte no passar dos dias
Que não me visto mais
Das roupas coloridas que gostava
Que deixei embranquecerem os meus cabelos
Que passo dias sem fazer a barba.
Meu quarto desarrumado
A cama ainda desarrumada
Os cabos espalhados no chão
Olhando para esquerda vejo as caixas
Na direita,encostados a guitarra e o violao...
Na escrivaninha tem um papel
Papel branco,envepole marrom e rabiscado
Era a carta que eu estava escrevendo
Pra enviar pro' meu cunhado...
Ali na frente,um pouco mais adiante
O guarda-roupa me com uma coisa intrigante
Meu casado de couro marrom
Está manchado de batom e de sangue...
A janela continua aberta
A brisa noturna do verão,soprando,soprando
A bandeja com a xícara de café quente
Melhor ir beber,pois esta se esfriando...
Pela janela do meu quarto, eu nas tardes chuvosas, ao debruçar-me nela, ao observar todo aquele outro universo de água, de mágica que vem do céu, que entra em contato não só com os meus olhos, mas com minha pele, meu olfato e pra ser mais precisa até com minha alma. Parece até magia.
Tem horas que preciso chorar no silêncio do meu quarto para ver se consigo expelir toda a dor que sinto por meio de lágrimas.
A VELHA INFÂNCIA
As lembranças vagavam como almas penadas pelo meu quarto. Quando abri meus olhos, já estavam deitadas na mesma cama que eu.
Vi-me pequena dançando pela casa mal iluminada de meus pais e me impressionei com o cheiro de medo que eu sentia quando acordava durante a noite e a cama estava mais fria que eu. Não entendia porque aquelas recordações estavam perturbando meu sono e porque apareciam tão assustadoras. Abri os olhos novamente, com muito esforço, e vi o corpo de mamãe, do mesmo jeito que encontrei naquela noite. Revivi seus olhos abertos e tenebrosos que não piscavam e como papai chorava. Tive a idéia que aquilo era um pesadelo e iria passar, então apertei meus olhos fechados, pressionando-os contra o travesseiro. O medo tomava conta do meu corpo em tempo recorde. Tentei ocupar a mente com as lembranças boas, mas só viam à cabeça minhas brincadeiras, frente ao espelho no corredor curto que dava acesso ao quintal. Em um repente senti a sonolência me aquecer o corpo e a cama em temperatura ambiente. Eu sabia que iria dormir novamente, entretanto também conhecia que quando eu acordasse, as lembranças já estariam de pé impedindo-me de abandonar a minha velha infância e a morte de mamãe.
Meu amor, tudo bem?- sei que estás só, eu também estou só! mas entre estes 4 cantos do meu quarto, só você navega nas ondas, do meu pensamento!...
Poesia na cama II
Bolei na cama de um lado a outro.
No calor do meu quarto.
Que louco. Não adormeci mas você adormeceu
E eu não pude dizer que a amo.
Mensagem?... até seria bom saber que acordou
com uma mensagem minha dizendo:
Boa noite amor, eu te amo...
Porém sou mais sútil
Guardo lembranças sombrias
De como mordia minha língua.
Só para eu não falar enquanto me beijava.
Péssimos dias eram aqueles
Que dormíamos separados um do outro.
Louco? São?
Ainda continuo preso aos hábitos da noite
Escrevendo alguns poemas deitado a minha cama...
Sozinha aqui no meu quarto me vêem tantos pensamentos agora e eu fico aqui imaginando será mesmo que eu me apaixono ou é apenas uma ilusão criada por me mesma de que eu estou gostando da pessoa que chego ao ponto de sofrer sei lá estranho não é mesmo?
Mais pra ser sincera isso tudo não passa de uma ilusão criada por me mesma de está apaixonada por fulano ou sicrano, porque de uma hora pra outra tudo muda e basta eu conhecer pessoas novas e aquela velha ilusão se desfaz. Mais sabe o que, que eu realmente queria? Eu queria mesmo era AMAR, AMAR de verdade sabe? Ter aquele amor louco de aventuras, ter beijos quentes até mesmo uns 10 selinhos, sair por ai de mãos dadas, queria ter alguém pra me poder olhar e dizer você é MEU.
Mais hoje em dia é difícil você confiar em alguém, é difícil você se entregar totalmente para outra pessoa, às vezes chega parecer fácil você se dedicar tanto a alguém mais não é como parece né verdade? Eu tenho medo muito medo de me entregar novamente a uma pessoa, me dedicar e no fim acabar como todos os outros, eu me apaixono aqui, me iludo ali mais eu não consegui mais ser totalmente de outra pessoa, eu me recuo. Eu até fico com aquela velha pulga atrás da orelha quando conheço alguém que me faz tão bem, é um medo tão grande que eu não me entrego, não que eu não goste de caras “fofos” ao contrário amo receber carinho, amo ouvir palavras meigas sou totalmente uma eterna apaixonada que não deixa demonstrar seus sentimentos, por medo de ser ferida!
POR MAIS UMA NOITE...
O sonho me foi tomado
despertei na solidão do meu quarto
lá fora, a madrugada segue insone
Sinto os lençóis ainda úmidos pelo teu suor
eles exalam o odor que roubei de ti...
Apuro minha vista
fios de ouro brilham no travesseiro,
são teus cabelos que ali se enroscaram...
Uma doce voz invade o silêncio noturno,
ouço tuas palavras,
teus sussurros de prazer e emoção...
Um breve arrepio retrai meu corpo
fecho os olhos e te enxergo na escuridão
teu olhar me domina,
teu sorriso me encanta...
De repente vejo-me louca,
cercada por alucinações agarro o vazio...
Você fugiu, enjeitando meu amor,
deixou-me perdido neste quarto desabitado
de tua deslumbrante figura ...
Do desalinho de minha cama,
vejo com pesar os armários limpos,
viajo em teu relevo, exploro teus limites,
descubro seus segredos mais íntimos...
Mas tu se evapora,
sumiu sem querer se despedir,
não deixastes sequer um tchau no espelho...
Minha vida ruiu em um abismo,
meus olhos suplicam por tua imagem,
meus lábios secos exigem teus beijos,
quero seu toque para me acalmar por alguns segundos,
por mais uma noite...
Não deixa o sol chegar...
Lágrimas banham meu rosto
Onde você está?
Em que braços você se encontrou?
Na minha cama,
perdi teus afagos...
um caos lançou-se em minha vida,
meu coração sangrando implora
que o tempo regresse,
para a véspera de tua partida...
AO ACORDAR E VER UMA SIMPLES FRECHA DE LUZ ADENTRAR NO MEU QUARTO...NA MINHA CABEÇA JA SE TORNA UMA RAZÃO MAIS QUE SUFICIENTE PRA SE TORNAR UMA INSPIRAÇÃO POÉTICA...
Almany Sol - 14/06/2012
Sozinha
Eu acordei assustada
Na vastidão do meu quarto eu escutava o eco dos meus batimentos cardíacos
Olhei para o teto e me vi flutuando
Eu só tinha olhos, não tinha boca e não tinha nariz
Não me tinha
Através dos meus olhos eu olhei pra dentro de mim
Um gosto de sorvete me veio à boca
Senti um olor de quando era criança! Era de mim mesma
Eu me ilhava aflita... Não tinha boca eu me olhava
Sozinha eu gemia
Sozinha eu ficava
Com os olhos gritava
Sozinha e frustrada... Gélida, pálida e inerte
Só
No abismo da minha cama diante de tal situação eu grito
Meu corpo inquieto. Não para
Estico-me
Me aperto me encolho
Escolho-me
Olhei para o teto e me vi flutuando
Do teto no fundo do olho me vi esticando
Flutuando eu deprecava não me ver acuada
Eu era a esquivança do eu a vir
Eu era uma borboleta nos ombros outrora no nariz
Fiquei de pé encima da cama
Estava meio tonta, mas a estese de me ver trouxe-me equilíbrio
Olhava meu corpo que flutuava
Meu corpo acalmava
Eu não me aceitava
Eu não sou eu
Eu era um estado, não era lesiva eu era nociva e ativa
Nutar não era de mim
Flutuando eu me olhava
Com semblantes pavidos
Eu me olhava naquilo que eu não precisava ser
Nem queria ser
Entendi porque ali presente eu flutuava
Esta era o que eu tirava de dentro de mim
Era a renuncia e não agüentava
Repudiava
O meu flutuar era salutar
Eu posso gritar
Eu quero gritar
Rasgar os pulmões
Chorar e expurgar
Reconhecer o que sou
Não é o que sou
Apenas um estado
Sozinha. Só
De vez em quando você vem, desarruma meu quarto, desliga meu computador e coloca aquela música. É tão fácil me deixar levar por esse som, que quase me esqueço do quanto é difícil colocar tudo no lugar. Eu mando você embora, coloco um Rock’ n Roll e vou juntando as roupas espalhadas pelo chão, e de repente... você já era.
Ausência
Aqui estou recluso em meu quarto envolto em meus
Pensamentos, solitário e saudoso do seu abraço.
O breu da noite açoita-me e abre à ferida aberta.
Dor maior não há, senão a que sinto ao lembrar seu nome.
Reviro-me de um lado ao outro a procura do seu corpo,
O que sinto é apenas um enorme vazio
Naquele espaço que era somente seu.
Ao fechar os olhos, seu sorriso vem
Como um raio de luz que emana do recôndito.
Cá estou inerte e indefeso, sem ação
Ante ao bombardeio que sofro da minha consciência
Que me culpa incessantemente pela sua ausência.
Em meio à madrugada bate a saudade
Daquele carinhoso afago, calor que invadia
O meu ser e me fazia mais feliz.
Ainda sinto o seu respirar ofegante que me despertava
Os mais ocultos e obscuros sentimentos.
Minha alma viajante da noite cantarolava
Alegremente por comigo compartilhar esse momento
Momento em que nossas almas se fundiam
E por algumas horas éramos uma só vida, um só coração.
Quisera o destino levar-lhe, tirar-lhe do meu convívio,
Sem maiores explicações, como um ladrão,
Seqüestrou-a e consigo á levou.
Cá estou à espera de uma ligação,
Um pedido de resgate, uma notícia sua.
Hoje sou esse ser sombrio sem brio
Preso ao passado que me foi cruel e impiedoso.
Saudades eternas meu amor!