Meu Olhar
Meu olhar de sessentão espraiado em lembranças, esbarra num agora como se resgatado de ontens por mim já vividos, atopetados de poejos e hortelãs perdidos entre margaridas e ervas outras que ao toque da brisa nômade que penteia a gramínea, aromatiza o ambiente com perfumes vários, presença sutil da Natureza materializada nessas plantas companheiras, que enfeitam e purificam a aridez desse meu desemprego.
Os topetudos tico-ticos sonorisam o ar com suas vozes afinadas. Do alto do pé de mangas, joões-de-barro observam a algazarra dos canários-do-mato furtando água do bebedouro dos beija-flores, enquanto sanhaços me apontam a arvore que tem frutos maduros.
Meu quintal, meu colo de mãe, neutro território de paz aonde me refugio dessa guerra do ganha-pão sem meios, pois o sistema torpedeia meus cabelos prateados e as rugas da experiência e em sua estupidez não percebe a bandeira branca levantada pelas minhas idéias, meus sentimentos e meus ideais.
Meu quintal, sagrado pedacinho de chão que me acolhe, como acolhe as arvores que aqui plantei, em uma época de recursos largos e ilusões maiores. Aqui nessa trincheira, nesse diminuto pedaço de planeta, fiz de cada centímetro um mundo onde co-habito com os pássaros já ditos, com as borboletas, minhocas, joaninhas e outros mais, sábios seres que fingem acreditar que sou o senhor entre eles. Este é o meu lugar! Meu quintal, não quinta, meu sítio, não pelas dimensões, mas porque por aqui me sitio olhar quando não no passado, perdido nas distancias que do varandão me permito espiar, alongando vistas por sobre os morros, lá para aquelas bandas, de onde nuvens parecem vir brincar de mímica, fazendo formas para que eu tente adivinhar com meus netos, o que são.
No cair da tarde calma, só perturbada pelo bando de quero-queros que gralham contrastando com a mudez compassiva das rolinhas que voltam ao ninho, em um restinho de mata que sobrou, o sabiá canta como a avisar que o palco da noite está pronto para o show dos vaga-lumes e para as luzes dos sonhos que eu ainda posso ter...
odair flores
o ângulo reto
do meu olhar
lhe atinge
e não te cruza.
é quando
inspiração
consigo
encontrar,
hipotemusa.
Desvio meu olhar para o céu enquanto ofereço a Deus minhas preces.
Mirando detalhadamente todas as cartas, uma a uma.
Suas figuras me observam enquanto adentram-se em meus pensamentos.
Sondo-as.
O calor invade meu corpo e sinto um liquido ácido escorrer na minha pele.
Os devaneios invadem todos os meus sentidos.
Oh...Alma! delata-me as cartas...
Meu ser esta nu, meu coração sorri.
Um emaranhado de lagrimas se forma em minha face.
Cansaço!
Meus olhos se fecham...
Sonho!
Na escuridão da noite a vejo.
Está linda!
Olha fixamente nos meus olhos.
Toca minha face, sorri abertamente.
Foi-se!
Você dizia amar tanto o brilho no meu olhar e o meu sorriso, mas creio que nunca notou que todos eles se faziam presente apenas ao seu lado.
Agora, o brilho se tornou esporádico e a risada limitada, com sua ida levou todo esse entusiasmo e o meu amor junto.
Com o tempo aprenderei a ver tudo com brilho nos olhos e a sorrir facilmente, e quem sabe algum dia alguém fará tudo isso voltar como se nunca tivessem desaparecido da minha vida igual à você.
Falo de meu olhar físico, quem me dera fosse um transplante de espírito, operado pela ação do meio, veria glória forte no errante.
Meu olhar já carrega as marcas de tudo que foi e o que ainda virá, já não traz mais leveza, o brilho dos olhos já não encantam, no entanto só peço que a alma não desbote, que os tons inspirem e que a alegria transborde, que tenha pureza, clareza, que a cor lhe seja viva até o fim. Que ela saiba carregar com delicadeza meu coração nos braços, que acalme meus medos, acalente meus pensamentos agitados, tire com cuidado os espinhos que machucam a fina camada que a protege. Que cultive a sabedoria de amar apesar de tudo, que saiba florir mesmo sem afeto. Que seja protetora e meiga e não me venha a escapar a vida, que eu me apaixone por mim a cada instante, que não me debruce em mágoas e me afogue em ressentimentos. Que em minha alma tenha uma constante melodia a embalar meus sonhos, que seja bondosa e não me deixe em nenhum momento esquecer os sentimentos, os carinhos , os momentos.
A essência e pureza do teu ser,
É tão nítido ao meu ver,
Que paralisa o meu olhar;
Tão encantador quanto as
Mais belas flores da primavera,
Que me fazem até suspirar.
Tu és
És tu a razão do meu olhar
cansado.
De tanto sonhar contigo,
vivo os dias em ti pensando.
E passo as noites acordado.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da A.L.B/S.J.do Rio Preto
Membro Honorário da A.L.B/Votuporanga
Membro da U.B.E
cabelos ao vento
que esconde o meu olhar
mas não o meu observar
esconde a minh'alma
mas não o meu espírito
esconde o meu pensamento
mas não o meu pulsar
esconde o meu coracao
mas não o meu amor
esconde o meu sentir
mas não a minha dor
esconde o meu medo
mas não a minha paz
esconde o meu prazer
mas não a minha paixão
esconde o meu sonho
mas não a minha ilusão
esconde a minha aura
mas não a minha existência
esconde a minha fama
mas não a minha vida
esconde o que sou
mas não quem eu sou
esconde tudo
até de mim mesma!!!
AS DUAS GAIVOTAS
Cruzavam velozes e solenes
a longitude do meu olhar
na alva da quinta-feira
pareciam (... suas asas)
no mar azul ciano molhar
Seguiam aquela aragem
na horizontalidade do norte
batiam (... suas asas)
como que sem fronteira
e o voo saia a sua maneira
dirigindo-se na margem
da inesperada onda da morte
Era bom vê-las cruzar
o melífluo raiar ilusionista
que acordava na inocência
das duas gaivotas perdidas
no limite da minha vista.
cabelos ao vento
bagunçados
em meus olhos
atrapalhando
o meu olhar
bloqueando
minhas emoções
escondendo
meus sentimentos
alucinando
meus pensamentos
atordoando
minh'alma
desgastando
minha paciência
desorientando
minha referência
fazendo de mim
uma gata esperta
e um sapato lindo de calçar
e gostoso de caminhar
até o horizonte
que insisto em fitar
imaginando a cena
romântica e perfeita
onde meu amor
de mim se apodera
me coloco em primeiro lugar
me idolatro
me amo
me aclamo
como deusa da vida
e rainha do mar
porque minha auto-estima
não me deixa ser menor
do que a imensidão do céu
e nem minha auto-transformação
me deixa ser igual
a todo mundo
minha loucura
vai mais a fundo
porque o vento que me sopra
tira de mim tudo
o que me vai no coracao!!!
Quando a luz do meu olhar se apagar, a minha voz se calar e, minha ausência se fazer presente no altar das suas lembranças, não se desespere, não se culpe, não chores pelo que se foi, lembrando que; cada um doa apenas aquilo que tem, e você não tinha nada além do orgulho e da presunção...
nem a chuva
apaga a luz
do meu ser
do meu estar
do meu sentir
do meu fazer
do meu olhar
do meu viver
do meu agir
do meu pensar
do meu saber
do meu evoluir
do meu anoitecer
do meu amar
do meu brilhar!!!
meu olhar é penetrante
invade seu ser de forma amorosa
meu olhar é devastador
invade a dor do seu coracao
meu olhar é irreverente
te olha e te sente com emoção
meu olhar é insistente
te olha com todo amor apesar dos defeitos
meu olhar é profundo
penetra bem fundo na sua alma
meu olhar é instigante
te deixa com vergonha na cara
meu olhar é tentador
te leva a amar sem sentir dor
meu olhar é sensual
te olha de cima a baixo sem constranger
meu olhar é envolvente
te envolve com todo carinho do mundo
meu olhar é insinuante
e insinua o que eu quero fazer com voce
meu olhar é desconsertante
te leva a consertar o que há de errado contigo
meu olhar é desafiador
te leva a desafiar os seus próprios limites
meu olhar é divino
e me leva a te olhar com os olhos do amor!!!
Na tv
notícias
do meio dia
meu olhar
não está
na tela
escorre pela
janela
numa cortina
de nuvens
cinza
sobre o azul
num casal
de ararinhas
voando
em direção ao sul...
Nas minhas caminhadas matinais, vou treinando meu olhar para descobrir belezas escondidas em cada canto, em cada momento.
E a natureza está sempre me surpreendendo.
Senhor, criador de todas as belezas,
se eu tivesse um pedido seria:
deixe meu olhar de alma presos nelas,
em todas as maravilhas que compõem o quadro da natureza,
sei que neste espetáculo divino há sómente paz
e é de Ti Senhor, um gesto de puro amor,
que as cascatas sejam eternas, como o universo maior
e que nelas meus olhos d'alma descansem as retinas,
sempre em teu louvor...
CONTEMPLAÇÃO
Quando eu olhar nos teus olhos azuis
Não finja que não sentes meu olhar....
Teus olhos amor, são toda a minha luz!
E meu olhar só tem olhos prá te amar!
Atenho a fitar estes olhos de menina
Que no entanto é todo mar de mulher
Sorriso branco, franco, doce e traquina
Não brinques de não querer o que quer!
Então nunca desvias de mim o teu rosto
Deixa-me contempla-la à distância...
Deixa-me sonhar bebendo teu mosto.
Pois nestes olhos de profundo oceano
Me faço sol e alegria. Sou por ti verso!
Tu, moça do belo olhar_ tudo o que amo!
A luz bate no solo, e ao soar um impulso, meu olhar está compenetrado em pedaços de recordação. Em torno do meu pranto, fixo o olhar na ruína que me cerca, são fragmentos da minha vida, mais uma vez a aflição vem me visitar com seu envoltório ácido e sombrio. O olhar prostrado, observando o vazio e a dor entrelaçadas, lhe diz algo? Aparentemente sereno, mas com tochas de desgosto percorrendo meu arcabouço. Ali um dia esteve presente o amor.