Metade
Poema das Bruxas
Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.
Um uivo, um grito, metade de horror, metade de triunfo, como somente poderia ter saído do inferno, da garganta dos condenados, em sua agonia, e dos demônios exultantes com sua condenação,
Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Um adeus é a metade da morte. É uma despedida que dói, uma incerteza de um reencontro, é uma saudade permanente, é uma lembrança marcada para vida.
Amor não se divide. Entenda, não quero nada pela metade. Você diz que seu amor é inteiro, quando na verdade, nem você é completo. Não fale de futuro, em alguns dias, você não estará no meu. Não me fale em tentativas, você nunca soube no que exatamente estava insistindo. Não me fale em dor, você nunca saiu do seu porto seguro. Não me fale em mentiras, quando cada palavra sua está se transformando em dúvida. Não me fale em respostas, quando tudo que você pode oferecer é silêncio. Não fale nada, ofereça o de sempre, dessa vez eu aceito.
A metade dos nossos erros na vida vem do fato de que sentimos quando devemos pensar e pensamos quando devíamos sentir.
Eu achava que, ao eliminar metade dos seres vivos, a outra metade iria prosperar. Mas vocês me provaram que isso é impossível. Enquanto existirem alguns que se lembram do passado, sempre haverá aqueles que não aceitam o que pode ser. Eles vão resistir.
Metade sombria de alma e face. Olhos escuros clareados pelo vulto de cor luminosa: rastro de luz.
Tristeza incontida num olhar.
Que as lágrimas não ousem chegar, que fique o nó na garganta, que fique a saudade antecipada, que vá o rastro de luz embora e deixe-me aqui remoendo essas mágoas.