Mesma Moeda
Não sei de onde vem a minha inspiração, só sei que ela é semelhante a uma ventania: A mesma intesidade que chega é a mesma na qual some.
Não sei se você chama de verde a mesma cor que eu vejo, alheio a isso, a maioria continua exaltando luxo e a propriedade privada, esquece que caixão não tem gaveta e que dessa passagem a aprendizagem é a única bagagem levada. Mas há crianças, há sorrisos, há o maraca domingo, o panorama não há nada, mas não há porque se desesperar, tão simples noção de que é uma dádiva estar vivo que os caminhos são lindos e é necessário caminhar.
Sentia-se agoniada fazia dias, aquela mesma sensação estranha de coração batendo na garganta não a deixava em paz. Paz. Era disso que seu corpo mais precisava. Aquela paz interior que só sentia quando estavam juntos, quando o via sorrir, quando sorria com ele. Queria sair a procura de sossego, mas sabia que seria inútil. Decidiu então que faria as malas e iria embora, não dava mais pra viver assim, a falta de ar era tamanha e seu coração acelerava só de lembrar. Enquanto se preparava rapidamente para a viagem foi jogando dentro da bolsa só o que era realmente necessário, não precisava de muito afinal para ser feliz. E se foi. O caminho era longo, seu coração acelerado, e os pensamentos giravam e corriam mais que as rodas dos carros que passavam por ela. Conforme ia chegando ia sentindo aquela sensação tão familiar de alivio, como se alguém soltasse seus pulsos e pudesse voltar tudo ao normal, sentia que ele sabia que ela estava a caminho. Chegou, ele estava lá. Abriu a porta o mais rápido que suas mãos lhe permitiam. Pararam frente a frente e se olhavam como se fosse a primeira vez. Aquele rosto tão familiar, aquele sorriso que enlouquecia, o brilho nos olhos que só ficava presente quando estavam. Ela percebeu que seu semblante levemente se enrugava num tom de questão, ele não precisava fazer perguntas, ela sabia a resposta:
- Onde meu coração tem paz.
O sofrimento faz parte da vida. Que eu seja gentil comigo mesma neste momento. Que eu possa dar a mim mesma a compaixão de que preciso.
Eu também senti muitas saudades suas. Eu continuava tentando negar para mim mesma o quanto sentia a sua falta, o quanto você havia se tornado parte da minha vida e o quão importante você era para mim. E depois, quando eu percebi, isso me aterrorizou.
Como as leis da natureza são altamente indutivas e magnéticas, cada ação há uma reação de mesma intensidade e oposta, Sendo assim facilmente deduzidas.
A questão é: Vale a pena continuar no meio dessa natureza lógica e previsível? Concluo que é mais sensato mergulhar no desconhecido inabsoluto e intangível...
E mesmo com tantas moças belas
Meu coração ainda se dilacera
Pela mesma moça bela
Todas as noites,
Sem trégua.
As vezes na dificuldade alguém lhe oferece um abraço. Mas essa mesma pessoa pode está precisando bem mais, oferece aquilo que mais necessita.
E todo esse tempo eu estive mentindo
Mentindo em segredo para mim mesma
Eu estive colocando tristeza no lugar mais distante da minha estante
A vida é tão bela que a mesma ideia da morte precisa de vir primeiro a ela, antes de se ver cumprida.
Já estive aqui antes. De novo e de novo, e é sempre a mesma pergunta: “Acabou? Agora é pra valer?” E a resposta é sempre a mesma. Estou tão cansada disso.
Não quero ser melhor que ninguém, quero apenas realizar os meus sonhos e viver em paz comigo mesma.
Ao pedalar muito depressa você não aprecia a natureza, da mesma forma que se passar uma vida correndo não aprecia os bons momentos dela.