Mesma Moeda
"Eu não me canso, eu olho incontáveis vezes para aquela mesma foto. Uma foto sem frescura, sem poses, sem extravagâncias. O puro e simples olhar que te remete a uma imensidão de sentimentos, que te transmite um equilíbrio indescritível.
Geralmente nesse horário, quando o silêncio inexorável bate, é que a vulnerabilidade chega, e você sabe disso. Mas insiste e abre aquela velha caixa de fotos. E num piscar de olhos você já está ali, dentro daquela caixa, daquela história. A sua história.
Tem fotos que te trazem sentimentos esquecidos todos à tona, que te tiram de órbita, que te deixam um sorriso no rosto.
É esplendoroso sentir que tudo valeu muito à pena. Que existem pessoas que ficarão pra sempre no seu coração, que por mais que o tempo passe e as coisas mudem, você também muda, mas um resquício do seu eu é imutável e fica ali, adormecido dentro de você.
E percebe que os poucos e bons, eu me refiro àqueles que realmente importam, esses continuam do seu lado, sempre.
E quanto àquela foto, ah! essa eu guardo em uma pequena caixa mágica, separada de todas as outras. Que ninguém vê e ninguém toca. Só eu sei"
O feio e o belo podem ser visualizados numa mesma referência, desde que observada de diferentes óticas
Queria dormir com você hoje. Não necessariamente na mesma cama, claro que eu adoraria se fosse, mas iria me contentar só de ouvir a sua respiração do outro lado da linha quando eu acordasse no meio da noite.
Sou a mesma de sempre...
Aquela que te faz sorrir...
E também a que te faz chorar...
Sou a mesma que escolheu viver ao seu lado...
Aquela que faz seu coração bater mais forte...
E também mais devagar...
Sou a mesma que te tira o fôlego...
Aquela que você toma em seus braços e faz o que quer...
E também faz de tudo para te agradar...
Sou a mesma...
Aquela!
Aquela Menina... Aquela Mulher...
Sua Boneca!
Eu até gosto de você, mas aprendi que ficar insistindo na mesma tecla, pode dar problema.
Eu gosto de mim e aprendi que somente eu sou capaz de fazer com que a saudade, a dor e a distância seja menor do que eu mesma.
Eu até gosto de te ver, mas de que vale poder olhar o que é bonito por fora e lembrar do que está podre por dentro?
Eu até lembro do quanto fomos felizes, lembro dos apelidos, dos carinhos, dos beijos e dos momentos, mas resolvi guardá-los em caixa de vidro, assim não me machucarei ao lembrar.
Eu até penso em te ligar, mas prefiro guardar as palavras para um próximo.
Eu até gosto de você, mas prefiro gostar de mim!
A ternura que os animais sentem por seus filhotes é a mesma proporção que, os seres humanos sentem por seus filhos, quando o amor é verdadeiro.
Eu queria que você tivesse ficado. Eu queria que você tivesse precisado de mim da mesma forma que eu precisava de ti. Queria que você também sorrisse ao lembrar da minha risada engraçada. Queria que você tivesse calado a minha boca com o teu sorriso, todas as vezes que a raiva tornou a dominar-me. Eu queria que tu tivesse me impedido de ir. Queria que tu me esperasse pelo menos pela metade do tempo que eu cheguei a te esperar. Queria que as tuas palavras tivessem sido verdadeiras e que a minha voz rouca de sono fosse a tua favorita. Queria que tu talvez tivesse chorado e lamentado-se por pelo menos um terço do que nós deixamos perder no tempo. Eu queria que tu fizesse um pouco de esforço, o mínimo que fosse, para me ter de volta. Eu queria que tu não deixasse as coisas como estão, tu sabes que não sou mais tão forte e nem tão grande como um dia fui. Sabes que não caibo mais nos espaços que cabia antes, sabes que não sou mais só sorrisos e que a minha inocência perdeu-se no meio da tua malicia. Eu só queria que tu segurasse a minha mão e me ajudasse a reunir os pedaços do nosso quebra-cabeça. Eu só queria que tu tivesse um pouco mais de vontade de lutar por mim. Eu só queria que tu não fosses aquele que foi embora.
MAIS UMA DO PREFEITO
- Esta cidade jamais será a mesma! – fez uma pausa para um caquiado ( O dele era levar a mão à orelha e aperta-la nervosamente num movimento automático),e continuou – consegui fazendo das fraquezas forças, junto ao Deputado Bebeto, a solução para por fim ao desemprego e a falta de dinheiro da nossa cidade.
Qualquer palavra que era dirigida ao povo, o nome do deputado Bebeto sempre aparecia.
Dona Bernadete, ajeitou-se melhor na cadeira, apurou os ouvidos enquanto procurava lentamente encaixar os pés dentro da sandália, e resmungou:
- Ô prefeitinho doido! O que será dessa vez?
Era sempre assim. Toda ideia nova, ele convocava o povo à praça . Defeitos ele os tinha, porém, ninguém de sã consciência negaria a sua vontade incansável em trazer melhorias financeiras para seu município ( O FPM ainda não havia chegado por lá). Dona Bernadete o conhecia desde garotinho. Por vezes era meio atrapalhado, mas, existe bom sem defeito? E já que o povo havia votado nele,que fosse. Melhor do que um de fora!
A casa de Dona Bernadete estava fincada bem no meio da ladeira da praia. A calçada era alta e de degraus, servindo de posto de observação para seus olhinhos curiosos. De lá, dava uma vista direta para a praça. Quisesse encontra-la, passasse por lá depois de quatro da tarde. Hora não tinha para se recolher à cama, e até mesmo o café com bejú era saboreado lá mesmo.
- Senhores, na próxima semana as máquinas estarão chegando! E a própria técnica irá treinar e ensinar a usá-la.
Naquele momento ele estava orgulhosamente expondo sobre a fábrica de fazer sorvetes e picolés em grande quantidade. Se a cidade era praieira, e tinha vocação para turismo, por que não aproveitar a oportunidade?
- A manhã logo cedo começam as inscrições, vocês podem ir na prefeitura levando o título e uma foto 3X4.
Como era de se esperar, o povo aplaudiu estrondosamente o prefeito de ideias tão brilhantes. A temporada de praia começaria em um mês,e, esse seria o tempo de treinar,se uniformizar e correr à praia vendendo picolés e sorvetes!
E o tão esperado dia da redenção financeira e consequentemente,de abertura do verão, chegou. O palco à beira do rio, pomposo, imponente, denotava a expectativa para o evento. Fogos de artifícios e uma banda, trazida especialmente, já iniciava a programação musical. Dois ônibus e número satisfatório de carros particulares repletos de crianças com suas algazarras, desfilavam ladeira abaixo rumo à praia.Dos dois mil moradores, mais de quatrocentos haviam dito sim ao comércio de picolés e sorvetes ( praticamente, uma pessoa representando uma família). Agora, animadamente, percorrem a orla jardinada da praia, os becos, o centro da cidade, comercializando os deliciosos, produtos doces.
Nunca houvera primeiro dia tão rico e esperançoso. Toda a produção da fábrica vendida antes mesmo das cinco da tarde. Semblantes alegres, noite de comemoração, até o prefeito fez questão de se misturar ao povo com sorriso largo de quem havia resolvido de vez todo e qualquer problema concernente a finanças da comunidade. Até dona Benta, que quase sempre ficava com o pé atrás com as ideias inovadoras do prefeito, curvara-se, e estava eufórica. O que a fez abaixar a guarda,, foi a alegria do neto que a estas horas já desfilava e gastava o lucro dos picolés nas lanchonetes do centro.
Tempos atrás, Vô Léo, pescador veterano e conhecedor das correntezas e de todas as espécies de peixes do rio Tocantins, pedira uma audiência com o prefeito. Este , disse que concedia, mas que fosse conversa informal à noitinha na sua casa.
- Entre homem de Deus! – convidou o prefeito.
- Carece não seu Dionízio, podemos conversar aqui fora mesmo, as botas com barro vão sujar sua cerâmica.
O prefeito concordou e os dois sentaram-se ali mesmo no terraço de fora.
-Desembucha Vô Léo .
-Senhor prefeito, você sabe que conheço essas bandas como ninguém, e descendo a última curva nas terras de seu Olegário, vi que um cardume de branquinhas, tamanho jamais visto, está subindo o rio, e , o mais tardar, amanhã a noite passa por aqui.
- E o que tenho eu com isso? – sorriu o prefeito de soslaio , enquanto mexia o corpo com seu caquiado.
- Prefeito, o senhor bem que podia doar umas tarrafas novas pra nossa colônia, pois as que temos estão furadas e os remendos já não resolvem. Na verdade nem valem à pena serem consertados . Com tarrafas novas poderemos ganhar uns trocados a mais e até vender os peixes mais baratos.
Terminada a conversa, o prefeito Dionízio prometeu a vô Léo ajuda nas tarrafas. Mas a noite, matutando as ideias, chegou-lhe à mente apurada de político, que poderia tirar proveito daquela situação. Se a colônia de pescadores era composta por quatro pescadores, garantidos estavam apenas quatro votos, e se estendesse a doação de tarrafas a mais pessoas?
Contactado na manhã seguinte, o dono do único armazém que vendia tarrafas, garantiu que não faltariam as mercadorias mesmo que tivesse que mandar comprar fora. Não se pode sorrir adiantadamente, por que a vida nos prega peças senhores. Acontece, que correu de boca em boca essas notícias. Primeiro, que passaria um cardume nunca visto de peixes com local e data marcada. Segundo, que o prefeito havia autorizado a entrega de tarrafas a quem levasse título e foto.
Primeiro resultado: Prefeito Dionízio teve que arcar com o pagamento de 150 tarrafas novas. Segundo resultado: Carros-de-mão cheios de branquinhas, cambitos repletos de branquinhas, bancas da feira, também com branquinhas. Ninguém mais conseguiu vender peixes. Sacos e mais sacos até a tampa de branquinhas despejados nos terrenos baldios da cidade, gerando mau cheiro. Alguns moradores chegavam a afirmar que estavam doentes devido ao consumo exagerado de branquinhas no almoço e no jantar. Terceiro resultado: A colônia entrou na justiça processando o prefeito e exigindo cesta básica , como indenização pelos prejuízos com a pesca sem comprador.
Voltando ao picolé. Segundo domingo de temporada de praia. Carros de picolés e sorvetes espalhados estrategicamente pela cidade. Meio dia e nada de ônibus de caravanas, nada de carros particulares. O pior, é que parecia que a cidade toda estava a vender o mesmo produto. O jeito era chupar e saborear as próprias mercadorias naquele domingo, e, aguardar dia melhor na outra semana. Mas repetiu-se a tragédia. Expectativas frustradas, mentes desoladas e isso durou até o fim da temporada.
Não se viu mais o prefeito Dionízio pela cidade. Se algum eleitor se dirigia até a prefeitura para tomar satisfação pelo acontecido, encontrava apenas, sob sua foto majestosa e sorridente, um cartaz escrito assim: “ Prefeito viajando pra capital em busca de novos convênios para o povo”.
Seis passos para se tornar uma pessoa que suporte a si mesma sem dar tiltes
1. Pare em frente ao espelho e diga: Sou linda mesmo, muito obrigada! – Isso vai fazer você se sentir a poderosa chefona;
2. Mete o carão no mundo e sai atropelando só o que for baixo astral;
3. Sorria, meu bem, sorria, porque os músculos da face precisam se exercitar;
4. Repita sempre no íntimo: ‘sou cobaia de mim mesma, eu sei que posso ser mais!’ – isso lhe fará lembrar que os livros de auto-ajuda combinam mais nas estantes do que na sua cabecinha fofa;
5. Hoje é dia de matar os outros de inveja, bebê! Jogue suas tranças e caia na dança que o que é bonito, já diz o (sábio) ditado é pra se mostrar!
6. Agora é hora de agir, pelo amor de Deus, saia da cadeira e mãos à obra viver que é melhor!
Quando uma mulher consegue rir de si mesma,não leva tudo para o lado pessoal e controla melhor suas próprias emoções.
O amor pela leitura é algo que se aprende mas não se ensina.
Da mesma forma que ninguém nos pode obrigar a enamorar-nos, ninguém nos pode obrigar a amar um livro.
São coisas que ocorrem por razões misteriosas, mas estou convencido que há um livro que espera por cada um de nós.
Em algum lugar da biblioteca há uma página que foi escrita somente para nós.