Mentiras
Há evidencia de mentira, quando há inconsistencia e imprecisão nas palavras e atitudes. A verdade prevalece.. a mentira se desvanece com o tempo. Nao há segredo que o comportamento nao revele.
Mentira só se torna verdade quando a pessoa quer acreditar.
Tá vendo? minha intuição nunca apita a toa. Não gosto de mentiras! Porque sou de verdade! Não gosto de ilusões, de falsas palavras e atitudes mentirosas.
É por você me dar tanta certeza que eu fico indecisa
Não sei se é verdade ou mentira
E se eu tento te esquecer você parece fazer questão de se fazer lembrar
Somos tão diferentes e por isso mesmo tão iguais
Compartilhamos palavras e silêncios
Mas tua segurança me deixa insegura
Teu carinho me faz carente
Tua voz me faz rouca
Eu que prefiro preto no branco
Que queria tudo agora e não podia esperar pelo depois
Eu gostava tanto de mim
e ando gostando mais de você…
- Poetriz
Virtudes Ociosas e Bolorentas
Mais que amor, dinheiro e fama, dai-me a verdade. Sentei-me a uma mesa onde a comida era fina, os vinhos abundantes e o serviço impecável, mas onde faltavam sinceridade e verdade, e com fome me fui embora do inóspito recinto. A hospitalidade era fria como os sorvetes. Pensei que nem havia necessidade de gelo para conservá-los. Gabaram-me a idade do vinho e a fama da safra, mas eu pensava num vinho muito mais velho, mais novo e mais puro, de uma safra mais gloriosa, que eles não tinham e nem sequer podiam comprar.
O estilo, a casa com o terreno em volta e o «entretenimento» não representam nada para mim. Visitei o rei, mas ele deixou-me à espera no vestíbulo, comportando-se como um homem incapaz de hospitalidade. Na minha vizinhança havia um homem que morava no oco de uma árvore e cujas maneiras eram régias. Teria feito bem melhor visitando-o a ele.
Até quando nos sentaremos nós nos nossos alpendres a praticar virtudes ociosas e bolorentas, que qualquer trabalho tornaria descabidas? É como se alguém começasse o dia com paciência, contratasse alguém para lhe sachar as batatas, e de tarde saísse para praticar a mansidão e a caridade cristãs com bondade premeditada!
Não, eu não queria o homem perfeito que eu idealizei não, eu só queria um homem de verdade. Um homem que namora de verdade, que ama de verdade, que tenta de verdade, que encara a vida de verdade, que sofre de verdade, que tem saudade de verdade, que tem dor de verdade, que é humano de verdade.
(...) Comecei a ficar mais atenta às verdadeiras razões dos meus choros, que, aliás, costumam ser raros. Já aconteceu de eu quase chorar por ter tropeçado na rua, por uma coisa à-toa. É que, dependendo da dor que você traz dentro, dá mesmo vontade de aproveitar a ocasião para sentar no fio da calçada e chorar como se tivéssemos sofrido uma fratura exposta. Qualquer coisa pode servir de motivo. Chorar porque fomos multados, porque a empregada não veio, porque o zíper arrebentou bem na hora de sairmos pra festa. Que festa, cara-pálida? Por dentro, estamos em pleno velório de nós mesmos, chorando nossa miséria existencial, isso sim. Não pretendo soar melodramática, mas é que tem dias em que a gente inventa de se investigar, de lembrar dos sonhos da adolescência, de questionar nossas escolhas, e descobre que muita coisa deu certo, e outras não. Resolve pesar na balança o que foi privilegiado e o que foi descartado, e sente saudades do que descartou. Normal, normalíssimo. São aqueles momentos em que estamos nublados, um pouco mais sensíveis do que gostaríamos, constatando a passagem do tempo. Então a gente se pergunta: o que é que estou fazendo da minha vida? Vá que tudo isso passe pela sua cabeça enquanto você está trabalhando no computador. De repente, a conexão cai, e em vez de desabafar com um simples palavrão, você faz o quê? Cai no berreiro. Evidente. Eu sorrio muito mais do que choro, razões não me faltam para ser alegre, mas chorar faz bem, dizem. Eu não gosto. Meu rosto fica inchado e o alívio prometido não vem. Em público, então, sinto a maior vergonha, é como se estivesse sendo pega em flagrante delito. O delito de estar emocionada. Mas emocionar-se não é uma felicidade? Neste admirável mundo de contradições em que a gente vive, podemos até não gostar de chorar, mas trata-se apenas da nossa humanidade se manifestando: a conexão do computador, às vezes, cai; por outro lado, a conexão conosco mesmo, às vezes, se dá. Sendo assim, sou obrigada a reconhecer: chorar faz bem, não importa o álibi. É sempre a dor do crescimento.