Mente e Coração
Se o coração pesa
e alma se cala
a mente se entorpece em pensamentos duros
e não há lugar onde as lembranças não possam chegar...
a solução é ir pro mar...
o jeito é esperar...
deixar a angústia passar...
o relógio caminhar...
Se a saudade tortura
e a visão fica turva...
deixa tudo no ontem
porque hoje é outro dia...
e o amanhã sempre virá...
Deixa a chuva cair...
a lágrima rolar...
tudo sempre há de passar...
Deixa, o tempo se encarrega de colocar todos os sentimentos em ordem. Na mente, na alma e no coração!
Tome muito cuidado que em poucos segundos consigo fazer que meu coração vire pedra e minha mente se esvazie. E preste bem atenção, Não preciso do seu amor!
Quando se esquecer da carne, da mente ou do coração pare! Reflita! E não se esqueça de que seu corpo é um só organismo, e que só funciona bem em perfeito alinhamento!
Mãos transpiram, coração acelera do nada.. Na mente vem :"o que está acontecendo comigo?"
Embora a gente já saiba a resposta, que já está mais do que escrachado.. nos tornamos simplesmente..Bobos apaixonados.
Meu céu sem vida
Como esquecer o que não sai do coração, e da mente. Não sei de vivo ou apenas caminho. Não sinto meus olhos, não suporto meus pés. Não mando em mim, não me sustento. Choro, sei que choro. Vago em noites sozinhas, a procura da felicidade perdida. A sinto, mas, não sei se terei mais. Queria voltar ao passado, mas, perdi a senha.
A dor me consome, me mato a cada dia. Acordo com a certeza que perdi, perdi o tempo, perdi a vida. Não ganhei outra chance, pois ainda não acordei de verdade. Sinto-me como um pássaro que machucou sua asa. Tenho vontade de voar, ao longe posso ver a direção, mas, falta-me forças para seguir.
Sei o que quero, sei que posso alcançar, porém, sou incapaz de lutar. Talvez não mereça “ter”, sou desprovida de ar, apenas acumulo dias, em uma vasta ilusão dos meus sonhos. Queria mudar-me, queria levantar-me, queria eu, queria, queria... apenas queria mudar.
Mas, cavo minha própria sepultura com sonho de chuva. Derramo estrelas roubadas de uma noite acordada. Durante a madrugada que jamais esquecerei, da noite do meu fim, do dia que perdi a minha base, a minha metade da minha vida. Que até hoje não sei como seguir em frente, pois, a frente só vejo um céu sem vida.
As flores mudaram, o sol não brilha, meu coração pulsa implorando por vida. Vida essa perdida a cada dia. Eu grito, e ninguém me ouvi. Sufoco meu próprio pedido de ajuda, afogado na agonia, alagado na mentira de uma vida não vivida, apenas escrita.
Tenho medo da despedida, tenho medo da minha fantasia. Não quero ser só mais uma pintura, de uma face linda, que oculta a verdade e mostra uma mentira, capaz de enganar o próprio choro ao início de um sorriso.
Parar, preciso parar e acordar, como? Não sei, não consigo, quero, mas, não consigo. Chegara um dia que vou mudar, vou cria um novo amanhecer. Não sei quando, mas, sei que não será hoje, nem agora. Preciso acordar,
mas quando, quando, quando...
ENTENDIMENTO,ATITUDE DE INCLUSÃO
"Para entender o coração e a mente de uma pessoa, não olhe para o que ela já conseguiu, mas para o que ela aspira". A frase é de Gibran Khalil Gibran, filósofo e poeta libanês, que viveu entre 1883 e 1931, e resume a qualidade do entendimento. Quem entende também atende. Quem entende também estende - estende a mão e a atenção para a outra pessoa.
Há formas diferentes de perceber a importância do entendimento. Como se sente carente aquele que, diante do juiz, não consegue entender o que ele está dizendo; ou aquele que vai ao consultório e não domina a linguagem que o médico faz questão de rebuscar; ou em uma palestra em que o conferencista faz questão de mostrar que domina termos que não são comuns ao auditório. Para o professor, o entendimento é ainda mais fundamental, porque não se pode ensinar sem entender o aluno. E o aluno não aprende se não entende. É praticamente uma relação de companheirismo.
Um filme francês (O oitavo dia) mostra um verdadeiro retrato do entendimento.
Harry é um profissional de sucesso, mas não consegue o mesmo na vida pessoal. Cansada, a mulher o abandona, levando os dois filhos. No fim de semana em que o filme se passa, Harry deveria pegar os filhos, que vêm para visitá-lo, na estação de trem. Mas, ocupado como sempre, acaba se esquecendo. Os filhos ficam loucos da vida e prometem nunca mais querer vê-lo. E Harry sai dirigindo por uma estrada, para espairecer. Georges é órfão, tem a síndrome de Down, e mora em um hospital psiquiátrico. Nessa tarde, ele fica muito chateado de não receber visita e resolve fugir. Está caminhando por uma estrada, fugindo, sob uma forte neblina, e é quase atropelado pelo carro de Harry. O encontro acidental aproxima os dois. Harry tenta se livrar de Georges, mas uma forte ligação entre ambos é quase imediata. A partir daí, uma amizade especial se desenvolve, que levará a profundas mudanças na vida de Harry.
O ator que interpreta Georges é um jovem francês, com síndrome de Down, que mostrou que talento é resultado de dedicação e esforço. Ele teve o entendimento necessário para levar, ao cinema, a angústia do preconceito e a possibilidade da superação através da gentileza que nasce da amizade, que nasce do amor.
A lição do exemplo
A situação de Georges chama a atenção para a inclusão. Seus sonhos eram os de qualquer outro jovem de sua idade.
Há um mito no sistema educacional que perdura, por mais que a legislação já tenha garantido o contrário, que é o de separar as crianças com deficiência das outras crianças. Esse mito vem do medo de que o professor não consiga lidar com as diferenças. Vem ainda da preocupação de que os alunos não entendam que o outro é diferente e o acabem ridicularizando.
A prática mostra o contrário. Nas salas de aula em que convivem os alunos com deficiência com os outros alunos, nasce um sentimento de respeito e mais do que isso, de solidariedade. É comum, em uma sala com algum aluno que tenha deficiência auditiva, ver toda a sala aprendendo a linguagem de sinais para melhorar a convivência. Alunos empurrando a cadeira de rodas daquele que só se locomove dessa maneira, outros entendendo as dificuldades daquele que traz algum problema. Já dissemos que o jovem é solidário. O aluno é solidário. O preconceito nasce muito mais do discurso viciado de alguns pais que temem que seus filhos não se desenvolvam porque há algum aluno mais atrasado cognitivamente na mesma sala de aula.
Evidentemente, o professor precisa de capacitação para que esse aluno seja de fato incluído. O aluno precisa participar, executar as tarefas que estiverem ao seu alcance. Não precisa de pena, mas de dignidade. E os alunos, ao conviverem com pessoas diferentes, estarão se preparando para a vida. Nos países mais desenvolvidos, já foi superada essa discussão. Não apenas entendem que a inclusão é necessária na escola como o é em toda a sociedade. Dos meios de transporte ao mercado de trabalho, passando por teatros e cinemas e restaurantes.
Oxalá o tempo em que essas pessoas ficavam confinadas em casa, por falta de condições de se desenvolverem, não volte nunca mais. Precisam eles de atenção e de entendimento. Entender o outro faz-me entender a mim mesmo. Entender o outro faz-me melhor porque perco a arrogância de achar que o normal sou eu. O que é ser normal? Talvez no filme seja Georges o mestre de Harry.
Revista Profissão Mestre, edição de julho de 2007