Mensagens para Universitários
Sobre as cotas: se as condições escolares são desiguais, é justamente isso que precisa ser revisto, e não os sistemas avaliativos.
"O corpo discente terá um grande papel nesse processo, porque está mais liberto do que é velho no ensino universitário"
Sucesso não é rir muito e com frequência, apreciar as belezas da vida, beber até dormir e acordar para beber O nome disso é JUD!
Me incomoda a falta de liderança, de homens e mulheres na UEPG que tenham coragem de liderar processos de mudança, enfrentar o autoritarismo, a monarquia reacionária, o conservadorismo pedagógico e político imperante na condução da mesma. Os líderes que surgem são ocasiões, messiânicos e a menor derrota, infantilmente se retiram do front, passando a viver às custas da vitimização. Levantai-vos!
Precisamos de representantes discentes que não tenham medo de professores arrogantes e autoritários. Que enfrentem com conhecimento de causa e por princípios. Precisamos de Coordenadores de curso, chefes de Departamento que tenham convicção, tenham fundamento filosófico para o que compreendem ser a educação superior, a administração, o ensino e o serviço público. Que marquem posição em toda a reunião em que estiverem. Não se amedrontem ao menor peido de burocratas, pretensiosamente superiores. Isso é liderança. Personalidade com conhecimento. Anda em falta, embora justificado pelo medo que impera em regimes onde a liberdade, acostumou-se a andar sem ela. Que surjam mais líderes, menos chefes, menos coordenadores, menos diretores...
As pessoas vivem de status federal ou estadual e nem ligam pra coisa que é ser um bom profissional, isso é que vale.
Além de aportar o desenvolvimento sustentável de projetos de vida em prol da humanização da civilização, uma universidade deve, prioritariamente, se preocupar com seu próprio projeto de fazer educação superior para gerar responsabilidade e compromisso superior.
Ao reduzir o homem a profissional, acabará por formá-lo peça, talvez até eficiente, capaz e competitiva, de servir aos sistemas, escravizando-os. É necessário que a universidade sobrepasse a concepção de homus economicus e projete o homus íntegro e integral.
Por que razão as humanidades, por que razão a ciência, a arte, a literatura não nos deram nenhuma proteção diante do desumano?
Por que razão podemos tocar Schubert à noite e cumprir o dever, no dia seguinte, matando nos campos de concentração? Nem as grandes obras, nem a música nem a arte impediram a barbárie total.
Como era possível tocar Debussy, escutando os gritos daqueles que passavam pelas cercas de Munique, a caminho dos campos de extermínio.
Por que a música não disse não? Por que as humanidades não nos humanizaram, por que as culturas não nos libertaram?
Francis George Steiner, professor, crítico e teórico da literatura e da
cultura.
Por que razão as universidades não nos educaram e não nos pacificaram? Onde estavam as universidades diante das duas guerras mundiais e frente às mais de duas centenas de guerras do século XIX e XX?
"Se você tem um filho problemático, e você não soube lidar com a situação enquanto teve o controle, esqueça pois não vai ser agora que ele vai mudar"
A USP "Criada em 1934, como resposta de
um setor da elite paulistana às derrotas políticas de que padecia desde o rearranjo
oligárquico encetado pela Revolução de 1930, a instituição tomou feições imprevistas
face ao recrutamento híbrido de membros de elite em descenso e camadas ascendentes.
Seu rumo foi marcado pelo descompasso do empreendimento face às demandas sociais
da cidade, o que deslocou o objetivo inicial do projeto que visava formar as elites
dirigentes, recuperando o papel de São Paulo nas diretivas, senão do Estado, da vida
moderna nacional em âmbito cultural" - Lidiane Soares Rodrigues - Tese. Comparemos isto com o livro de Nelson Werneck Sodré, História e materialismo histórico no Brasil
O segredo e o silêncio são armas violentas das formações estatais antidemocráticas. Segredo no exercício dos cargos públicos, esta é a fórmula universal das burocracias. Silêncio imposto aos adversários do poder reinante, através de múltiplos meios, desde a coação física até a cooptação, tal é o proceder das tiranias, antigas e modernas
A UNIVERSIDADE EM QUESTÃO
O primeiro ponto resume a lógica tradicional da dominação; assumir, o dominado, a fala do mandante, como se ela brotasse de si mesmo.
Todos os professores e alunos têm o próprio ego como referência absoluta...Pobre de quem imaginar que o âmbito universitário seja diverso de um zoológico espiritual...A ânsia de fazer seu nome singular conhecido e mencionado possibilita a apropriação indébita de ideias alheias, plágios, silêncio sobre pensamentos opostos...
A UNIVERSIDADE EM QUESTÃO
Dentro da massa acadêmica, constituem as maltas de perseguição ou de fuga. Nelas, um nome definido recebe as honras absolutas. Todos os integrantes da malta se dignificam com a expansão deste nome. Espetáculo tragicômico, os ataques mútuos, nesta luta pela hegemonia do nome, e da fama. Ai de quem não jure pela fala de X ou de Y, nesse plano. Alta traição é não "ano" ou "ista" ... O equívoco maior é daquele que busca o poder deste modo: só persegue a expansão do próprio nome e, como diz Canetti, na tentativa perpetuamente renovada de fazer seu nome conhecido, precisa tornar o dos outros, e do Outro ignorado
A UNIVERSIDADE EM QUESTÃO
O equívoco maior é daquele que busca o poder deste modo: só persegue a expansão do próprio nome e, como diz Canetti, na tentativa perpetuamente renovada de fazer seu nome conhecido, precisa tornar o dos outros, e do Outro ignorado
A UNIVERSIDADE EM QUESTÃO
O conhecimento não se distinguia entre ramificações delimitadas no período antigo. A delimitação do conhecimento nos aprisiona e nos desvia do caminho da verdade, das coisas autênticas; exige-se a unicidade do saber. A filosofia é o início, o meio e o fim do saber. Direciono-me a convicção de que a sapiência é equivocadamente propriedade afixada e de alguns ditos "doutos".
Vai a pessoa pelo seu caminho, metida com os seus pensamentos, e sai-lhe um vira-lata atrás, mordendo-lhe o calcanhar
A FÚRIA DE CALIBÃ
Cria-se, assim, o problema do preenchimento das cadeiras vagas. Neste assunto, melhor ainda que em outros, se observa o esforço do grupo magisterial dirigente para impedir qualquer interrupção de continuidade na orientação do pensamento de cada disciplina oficial. Tudo se faz no sentido de excluir o candidato que acaso vencedor nos supostos concursos para a docência e para a cátedra, viesse a imprimir novos rumos ao ensino, denunciar os males da alienação cultural reinante, instalar novo estilo de estudo, difundir ideias progressistas, voltadas para o exame dos reais problemas do país, exprimindo os interesses de outra classe, diferente daquela que monopoliza a universidade.
A QUESTÃO DA UNIVERSIDADE, pág. 49