Mensagens para uma Linda Menina
Ah, menina, esse eu fiz pra você, então lê e acolhe no teu coração... Se preocupe não, seja o que for tua dor, só tem uma coisa que cura: o amor!
Ah, menina, será mais belo ainda o dia em que o mundo acordar e enxergar tua beleza e a leveza que há em você e no seu coração... Seria perfeito não ter que lutar pelo que é seu de direito... Só escrevo pra ti com carinho e alegria, porque sei que tu curte, que te causa euforia... E se te faz tão bem, então que mal tem? Afinal, escrevo sem apologia, e tenho tanto à escrever, à te descrever, que escrevo à você todo dia.
Ah, menina... o tempo não para, mas ele cura, e tudo que é dor, sara, leva embora qualquer amargura...
Ah, menina... Se atreva! Escreva sua história, não vire apenas mais uma memória, seja eterna, sua própria lanterna pra iluminar o caminho à sua frente...
Ah, menina...
Eu sei que quando a dor do amor aperta, não tem travesseiro e nem coberta que dê jeito. Mas olha: se o sujeito some, esquece teu nome ou não manda mensagem, seja realista: talvez ele ainda esteja na pista e você seja apenas mais uma em sua lista.
CAJUÍNA-MENINA
(Ode à cidade de Teresina)
Diante de mim, a cajuína-menina
do campo, Moça meiga e valente.
À beira do Poti, a estátua imponente
do Cabeça de Cuia. Hora vespertina.
Mas o Riso de anjo da pequenina
atravessava a ponte, águas correntes;
e o Rio Parnaíba, à minha frente,
cortava a cidade-luz, Teresina.
E enquanto eu declamava Torquato
e Costa e Silva, rio abaixo, rio arriba,
quando nem havia ponte estaiada,
o Sol fulgurante, no artesanato,
vinha alçar-se, no céu, lá em riba,
brilhando no rosto de minha amada.
Uma menina mulher que se transformou em uma moça mulher, que incrivelmente ela é, pois sua beleza comparada não poderá ser. Pois és única, és a mulher que poucos homens um dia souberam admirar, pois sua verdadeira beleza no seu coração está. E não há homem que possa chegar no coração daquela que amor ela tem muito a dar.
Muita coisa mudou,
Muita coisa aconteceu,
Mas acredite, ainda sou a sua menina.
Me pergunto em pensamento no silencio da madrugada
se quando te encontrar ainda será meu anjo travesso
E se quando me olhar ainda carregará aquele mesmo brilho.
Menina rubra, dos cabelos da cor do meu coração
Seu sentimento por mim, não encubra
Pois te conheci, e descobri o que é paixão.
SONHO COMPRIDO
Aonde vai, menina,
Com este vestido florido?
Este vestido que sonha
Um sonho comprido?
Deixou seus cabelos
No vento...
Lá se vão eles, compridos
Como seus pensamentos.
Corre, corre, corre!
Desarme-se da espada.
Vá em busca, menina,
Da sua hora estrelada!
Vai, sem medo
Da curva, nem de nada.
Apenas use o vestido
Para florir a estrada.
A MENINA DE AYOD
De desejos cheios de valores
a sonhos cheios de esperança,
na mente a perseverança,
no corpo a marca das dores.
Da guerra e tantos horrores
não tão distante a lembrança
na vista, até onde alcança,
campos vazios sem cores.
Teu choro, seco, como o chão
teu corpo preto como a aquarela
desta terra, sem vida, teu lar.
A morte, que espera a hora dela
enquanto contemplas sem opção
um abutre, paciente ao olhar.
"...
Tantos destruíram essa menina,
Tanta trapaça nessa sina,
Por vezes, apagaram sua lamparina,
Mesmo assim, ela sempre ilumina."
Poema 'Mesmo assim'
Ela é uma menina, menina como outa qualquer. De um sorriso tão carente olhar triste e inocente que muito diz o que quer, menina que muito sente, menina que muito vê, menina que muito da vida sabe, menina que a vida ensinou a viver. E uma menina tão doce e vivente que só vive para agradar, agradar a todos que na sua frente se imponha a precisar. Ela tão sensível como uma Rosa, que um simples toque pode desmancha, desmancha-la de lágrimas ou tristeza tanto faz ela é a mesma, a mesma que todos fazem chorar. Ela sonha com o dia em que o mundo há de ter paz, onde a fome não mais exista onde a maldade não se encontre mais. Quero viver nesse mundo mundo que ela sonhou que foi capaz de desperta em mim os sentimentos mais profundos que em mim coisas boas despertou, derramo-me lágrimas também. Mais lágrimas boas de saber que no mundo há pessoas como ela, que tem esperança e sabe sonhar com um mundo onde possamos viver.
Menina pode percebe, que tu nao ta sozinha, quem dera poder um dia entao te chamar de minha, minha dama, meu amor, poder sentir o teu calor, poder brincar de lutinha, me chama teu grandao te chamo de minha baixinha.
Você chegou de um jeito tão lindo,
me fez feliz, me fez menina...
Desenhava nas nuvens sua face.
Adormecia sentindo o seu perfume,
acordava movida pelo desejo
do seu olhar caindo sobre mim...
Você ficou, me fez menina...
Eu sonhava cada instante de espera,
Tudo em mim passou a ser você...
Até chegar um dia em que tudo mudou...
Seus olhos fugiam dos meus,
seus passos foram saindo sem fazer barulho,
E tudo se foi... Os sonhos, o sorriso.
As nuvens perderam formas...
Restou a dor, um silêncio cortando a alma
de um momento a outro, o fim.
A Triste Menina Chora a luz do luar sentada na varanda com frente a o mar.
O brilho da lua não pode mas contentar pois o sofrimento ali está a reinar.
A doce menina continuas a chorar, vagalumes na lua para tentar a animar
Mas sua dor é maior e não consegue passar sofrimento isolado onde possa constar um espinho cravado no peito está a maltratar a pobre e doce menina que ali estava a chorar.
(Wesley Nascimento)
“São profundos os teus olhos, óh menina!
Quando olho dentro deles enxergo o infinito
Como a linha que separa o mar do horizonte.
Por que tem olhos tão vivos, óh menina?
Enxergas o irreal ou é recoberta de magia?
Pálpebras e versos
A retina ao inverso
A pupila um binóculo
Como é linda a menina dos teus olhos!
Fechados são como um teatro vazio
Luzes apagadas…
Cortinas fechadas…
Cadeiras vazias…
Esperança louca de se encantar com mais uma maravilha!
E se abrem ressonantes…
Reflete o que vê num espetáculo!
O que observas de tão belo?
Não sei o que dizem, mas acredito neles.
Deixa-me ver! Deixa-me ver, óh menina!
Espera algo? Por certo vem de longe…
Ouço o som dos teus olhos…
Lindos olhos…
Uma mina”!
A MENINA E O PATINHO
Um dia, um poeta foi pai
De uma menina pequenina
Engraçadinha e redondinha
Que era o seu ai, ai.
Dava-lhe tudo o que ela pedia
Mesmo quando a menina cresceu
Em idade e sabedoria
Pela graça que Deus lhe deu.
E a menina cresceu, cresceu
E ficou sempre pequenina
E redondinha
Mas não de fala mansinha.
E o poeta lembrou-se do antanho
Quando lhe comprou um patinho
Pequenino, amarelinho
E fez-lhe um pequeno laguinho
Onde ela e o pato tomavam banho.
Um dia, o patinho morreu.
A menina, graças, ainda é viva
Mas muito cruel e altiva.
Então esse poeta como eu
Resolveu
Não querer comprar mais patinhos
Amarelinhos
Nem fazer mais laguinhos.
(Carlos De Castro, in Outeiro de Pena, 29-06-2022)
A MENINA E A ÁRVORE
Desprevenido, plantei-te!
Sem escavar sequer um palmo
De terra do fundo germinador.
Quando brotaste o tronco esguio
E os ramitos
Pequenitos
Numa manhã chuvosa,
Custosa e fanhosa
De um Março marçagão,
Colei a minha trémula mão
À tua tão pequenina,
Magrinha,
Comprida, de pianista.
Parece impossível!
Haverá alguém que resista...
Deste-me na minha um esticão,
Como a querer fugir de mim.
Tomei isso como premonição
Negra,
Amarga
E fúnebre.
Continuas com a tua mãozita pequena
Da tua árvore a envelhecer
De madura,
No tronco e nos ramos
Mas com as maçãs tão verdes,
Ácidas,
Intragáveis.
Tão inutilmente
No perto,
Longe
De mim.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 06-05-2023)
A MENINA E O GLOBO DE NATAL
Era véspera do evento
Do Natal, à última hora.
A menina de sete ou oito
Anos, pobre mas muito mimada,
Com o seu pedido afoito,
Disse ao pai duma assentada:
- Quero um mundo iluminado!
E o pai lá foi animado,
Com alguém mesmo na hora,
À procura de um globo
Mais redondo que um ovo
E com luz de dentro pra fora.
Só na cidade o achou,
Depois de tanta demora,
Alguém então embrulhou
Tal presente de Natal
Com luz de dentro pra fora,
Que parecia um arraial.
A menina cresceu,
Vieram os quarenta e tais...
O globo resistia ao pó,
Tão só,
Sem lhe acenderem a luz
Que ilumina os mortais,
Num brilho que até seduz.
É outro agora o mundo dela,
Não o atirou pela janela,
Nem o encerrou num nicho,
Apenas e só por capricho
E sem mais chus nem bus,
Despachou-o para o lixo...
...E ele ainda dava luz!
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Por Escrever, em 14-12-2023)