51 textos e mensagens para profissionais da enfermagem đŸ©ș

Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia;

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;

Sobre tua beleza entĂŁo questiono
Que hĂĄ de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono

Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo Ă© vĂŁo combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.

AmanhĂŁ vou estar mais suave
E quarta vai ser o meu dia
O fim-de-semana promete
Domingo vai ter que dar sol
Segunda vou acontecer
NĂŁo posso perder o teu show
Pro mĂȘs vou te visitar
É agora que eu saio de vez
Que bom que eu vou te encontrar
AmanhĂŁ vou estar mais feliz

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Um dia hei de renascer numa grande cidade de outro sistema planetĂĄrio, no passado ou no futuro, onde uma Ășnica montanha de 5 quilĂŽmetros de altitude se recorta no cĂ©u azul - com toda a compaixĂŁo que sinto dentro de mim, a Ășnica coisa que vou precisar Ă© da sabedoria da terra."

A palavra morre
Quando Ă© dita,
Alguém diz.
Eu digo que ela começa
A viver
Naquele dia.

Emily Dickinson
The Letters of Emily Dickinson

Eu fiz um acordo com o tempo.
Nem ele me persegue, nem eu fujo dele.
Qualquer dia a gente se encontra e,
Dessa forma, vou vivendo
Intensamente cada momento.

Segunda-feira é um dia mais difícil porque é sempre a tentativa do começo de vida nova. Façamos cada domingo de noite um réveillon modesto, pois se meia-noite de domingo não é começo de Ano Novo, é começo de semana nova, o que significa fazer planos e fabricar sonhos.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crĂŽnica E amanhĂŁ Ă© domingo.

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É aquela vontade danada de andar de mĂŁos dadas durante o dia e de pĂ©s dados durante a noite.

Talvez um dia tenhamos um mundo em que os adultos aprendam a resolver seus problemas com amor em vez do odio, um mundo em que as criancas possam crescer sem jamais ouvir os sons aterradores de bombas explodindo e metralhadoras disparando, sem medo que seus bracos ou pernas sejam dilacerados por estranhos sem rosto,

Um dia vocĂȘ usa de tanta indiferença com alguĂ©m
que consegue exatamente o que deseja:
ser esquecido.

Sobretudo um dia virĂĄ em que todo meu movimento serĂĄ criação, nascimento, eu romperei todos os nĂŁos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada hĂĄ a temer, que tudo o que eu for serĂĄ sempre onde haja uma mulher com meu princĂ­pio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarĂŁo poderosas, ĂĄgua pura submergindo a dĂșvida, a consciĂȘncia, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serĂŁo palavras nĂŁo pensadas e lentas, nĂŁo levemente sentidas, nĂŁo cheias de vontade de humanidade, nĂŁo o passado corroendo o futuro! o que eu disser soarĂĄ fatal e inteiro!

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

'Chorei o fim de tudo, assim Ă© a vida, uma morte a cada dia. Depois, como sempre, limpei o rosto e continuei.'

SONETO 18
Deverei comparar-te a um dia de verĂŁo?
Tu Ă©s a mais serena e a mais amĂĄvel
Os fortes ventos de maio movimentam os brotos,
e o prazo do verĂŁo Ă© sempre inconsolĂĄvel
em um momento muito intenso, brilha o olho estelar,
e freqĂŒentemente se ofusca a luz do seu semblante,
nefasto, o encanto da beleza irĂĄ renunciar, porventura ou pelo destino inconstante;
Mas teu verĂŁo Ă© eterno e jamais morrerĂĄ, nĂŁo hĂĄ de perder o encanto que possui;
E pela sombra da morte nĂŁo vagarĂĄs, pois em versos eternos tu e o tempo sois iguais.
Equanto o homem possa respirar ou os olhos possam ver, viva este canto dar-te a vida Ă© o seu dever.

E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relĂłgio
seguia sempre em frente...
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inĂștil das horas.

Mario Quintana
Antologia poética. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

Nota: Trechos do poema Seiscentos e sessenta e seis, que costuma ser veiculado na internet com o tĂ­tulo O tempo.

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APRENDIZADO

Um dia vocĂȘ amadurece, e consegue perceber que o amor Ă© algo que se encontra muito alĂ©m de um belo sorriso...

Consegue perceber que maior parte da tua felicidade Ă© construĂ­da por vocĂȘ mesmo. E consegue perceber que as pessoas mais valiosas em sua vida sĂŁo justamente aquelas que sempre estiveram ao teu lado.

E nĂŁo Ă© que o tempo seja mestre em nos ensinar o Ăłbvio. NĂłs Ă© que demoramos demais para o Ăłbvio aprendermos!

Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira.

Sempre faça tudo com muito amor e com muita fĂ© em Deus, que um dia vocĂȘ chega lĂĄ. De alguma maneira vocĂȘ chega lĂĄ.

Vale a pena conhecer o inimigo... entre outras coisas pela possibilidade de que algum dia ele se converta num amigo.

Certos namorados brigam dia sim, dia nĂŁo. Na sexta se amam, no sĂĄbado se odeiam, no domingo fazem as pazes, na segunda prometem nunca mais se ver. SĂŁo amores movido Ă  adrenalina, que rendem bons versos e letras de mĂșsica. Muito destes casais conseguem chegar ao altar e continuam entre tapas e beijos atĂ© as bodas de ouro. Brigam e voltam tantas, mas tantas vezes, que na verdade nunca chegam a se separar. Deixe que digam, que pensem, que falem. O amor Ă© lindo.

Sabia, gosto de vocĂȘ chegar assim. arrancando pĂĄginas dentro de mim.
Desde o primeiro dia. sabia, me apagando filmes geniais.
Rebobinando o século. meus velhos carnavais. minha melancolia.
Sabia que vocĂȘ ia trazer seus instrumentos.
Invadir minha cabeça. onde um dia tocava uma orquestra...
Sabia que ia acontecer vocĂȘ, um dia.
E claro que jĂĄ nĂŁo me valeria nada tudo o que eu sabia.

Respiro a Ășnica felicidade que sou capaz - uma consciĂȘncia atenciosa e cordial. Passeio o dia todo(...) cada ser que encontro, cada cheiro dessa rua, tudo Ă© pretexto para amar sem medida. Jovens mulheres supervisionam uma colĂŽnia de fĂ©rias, a trombeta do vendedor de sorvetes, as barracas de frutas, melancias vermelhas com caroços negros, uvas translĂșcidas e meladas - tantos apoios para quem nĂŁo sabe ser sĂł. Mas a flauta ĂĄcida e terna das cigarras, o perfume de ĂĄguas e de estrelas que se encontram nas noites de setembro, os caminhos aromĂĄticos entre as ĂĄrvores de pistache e os juncos. tantos sinais de amor para quem Ă© forçado a ser sĂł.