51 textos e mensagens para profissionais da enfermagem đŸ©ș

Joguei sobre vocĂȘ tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. DifĂ­cil explicar. Muitas coisas duras por dentro. Farpas. Uma pressa, uma urgĂȘncia. E uma compulsĂŁo horrĂ­vel de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça.

A gente tem tanto medo de penetrar naquilo que nĂŁo sabe se terĂĄ coragem de viver.

Hipocrisia Ă© falar mal de quem faz tudo aquilo que vocĂȘ sempre quis fazer mas tem medo.

Eu acho que realmente tenho medo de ser feliz, porque toda vez que me sinto feliz, alguma coisa ruim acontece.

Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem vocĂȘ, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem vocĂȘ, de como eu posso ser atĂ© mais feliz sem vocĂȘ. Pra nĂŁo pensar na falta, eu me encho de coisas por aĂ­. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, mĂșsicas, descobertas solitĂĄrias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa ao pouco de ser resto, e passa a ser minha vida, e passa a enterrar vocĂȘ de grĂŁo em grĂŁo.

Ontem vi tudo acabado, meu cĂ©u desastrado, medo, solidĂŁo, ciĂșme. Hoje contei as estrelas e a vida parece um filme.

Que corajosos somos nĂłs, que apesar de um medo tĂŁo justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistĂȘncia mas sabendo que para sempre Ă© impossĂ­vel recusĂĄ-lo.

Quem vence sem risco, triunfa sem glĂłria... NĂŁo tenha medo da vida, nĂŁo tenha medo de vivĂȘ-la...

Que as outras pessoas e o medo nunca te vençam. Seja apenas tu a derrotar a ti mesmo, pela graça de teres superado todos os teus limites!

As pessoas que vocĂȘ tem mais medo de perder, sĂŁo as que saem da sua vida o mais rĂĄpido possĂ­vel.

Tenho medo de te ferir. Mas acho que precisamos 'falar seriamente'. Desculpe, mas acho que sim, sem fantasia, sem comicidade. Me pergunto sempre se vocĂȘ nĂŁo teceu em volta de mim uma porção de coisas irreais - se vocĂȘ nĂŁo estĂĄ projetando em mim qualquer coisa como um prĂ­ncipe encantado - esperando a minha volta como quem espera a salvação...

Errado Ă© vocĂȘ deixar de fazer alguma coisa com medo do que os outros vĂŁo pensar.

O medo Ă© mudo; os aterrorizados falam pouco, parece que o horror diz: silĂȘncio!

Quando estou sozinha procuro nĂŁo pensar porque tenho medo de de repente pensar uma coisa nova demais para mim mesma.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Eu tenho medo que vocĂȘ seja um caminhĂŁo de luz que me esmague e me cegue na frente de todo mundo. Eu tenho medo de ser um saquinho frĂĄgil de bolinhas de gude e de vocĂȘ me abrir. E minhas bolhinhas correrem cada uma para um canto do mundo. E entrarem pelas valetas do universo. E eu nunca mais conseguir me juntar do jeito que sou agora. Eu tenho medo de vocĂȘ abrir o espartilho superficial que aperto todos os dias para me manter ereta, firme e irĂŽnica. Minha angĂșstia particular que me faz parecer segura. Eu tenho medo de vocĂȘ melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me ajeitar, confortĂĄvel, em minhas reclamaçÔes. Eu tenho medo da minha cabeça rolar, dos meus braços se desprenderem, do meu estĂŽmago sair pelos olhos. Eu tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha, de deixar de ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cĂ­nica. Eu tenho muito medo de deixar de ser.

Olho para trĂĄs e vejo aquela menina que queria entender tudo, com medo de que nĂŁo coubesse tamanha quantidade de informação dentro de si. Coube e ainda cabe. E quanto mais entra, mais sobra espaço para a dĂșvida. Compreendo hoje que nunca entenderei a morte, os sonhos, a sensação de dejĂĄ-vu e as premoniçÔes. Nunca entenderei por que temos empatia com uma pessoa e nenhuma com outra. NĂŁo entendo como o mar nĂŁo cansa, nem o sol. NĂŁo compreendo a maldade, ainda que a bondade excessiva tambĂ©m me bote medo.

VocĂȘ nĂŁo pode ter medo de perder quem vocĂȘ ama para alguĂ©m, afinal vocĂȘ nĂŁo tem as pessoas. VocĂȘ estĂĄ com elas. Logo, se vocĂȘ nĂŁo as possui, vocĂȘ nĂŁo pode perdĂȘ-las.

E MacabĂ©a, com medo de que o silĂȘncio jĂĄ significasse uma ruptura, disse ao recĂ©m-namorado:
– Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu estou com medo, medo de deixar a melhor parte da vida ir embora sem que nada de especial aconteça, medo da minha vida ser sempre assim. Os mesmos acontecimentos do ano passado, com os mesmo dias chatos, sempre nada acontecendo, sempre sem novidades e com nenhum sinal de mudança.

Deus, pÔe teu olho amoroso sobre todos os que jå tiveram um amor sem nojo nem medo, e de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem 
 Sobre todos aqueles que ainda continuam tentando, Deus, derrama teu Sol mais luminoso.