51 textos e mensagens para profissionais da enfermagem đŸ©ș

Tenho um pouco de medo: medo ainda de me entregar pois o prĂłximo instante Ă© o desconhecido.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

NĂŁo dĂĄ para nutrir sentimentos como hostilidade, ciĂșme, medo, culpa, depressĂŁo. Essas sĂŁo emoçÔes tĂłxicas. Importante: onde hĂĄ prazer, hĂĄ a semente da dor, e vice-versa. O segredo Ă© o movimento: nĂŁo ficar preso na dor, nem no prazer (que entĂŁo vira vĂ­cio). NĂŁo se deve reprimir ou evitar a dor, mas tomar responsabilidade sobre ela.

NĂŁo tenha medo de tentar, tenha medo de nĂŁo tentar e ver que a vida passou e vocĂȘ nĂŁo se arriscou como deveria.

NĂŁo devia te contar.
Se vocĂȘ guardar segredo,
Eu revelo este meu medo
De nĂŁo saber amar.

NĂŁo devia te amar,
Mas se vocĂȘ guardar meu medo,
Eu revelo este segredo
Que nĂŁo sei contar.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Fico com medo. Mas o coração bate. O amor inexplicĂĄvel faz o coração bater mais depressa. A garantia Ășnica Ă© que eu nasci. Tu Ă©s uma forma de ser eu, e eu uma forma de te ser: eis os limites de minha possibilidade.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Quem tem luz exterior caminha sem tropeçar, quem tem luz interior caminha sem medo de viver.

Augusto Cury
"Seja LĂ­der de Si Mesmo", Augusto Cury, Sextante

NĂŁo tenha medo de meu silĂȘncio... Sou um louco mas guiado dentro de mim por uma espĂ©cie de grande sĂĄbio...

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Tenho medo de escrever. É tĂŁo perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que estĂĄ oculto – e o mundo nĂŁo estĂĄ Ă  tona, estĂĄ oculto em suas raĂ­zes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio Ă© que existo intuitivamente. Mas Ă© um vazio terrivelmente perigoso: dele arranco sangue. Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavras que digo escondem outras – quais? talvez as diga. Escrever Ă© uma pedra lançada no poço fundo.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

A coisa que mais me deixa com medo sĂŁo aqueles raros momentos em que nĂŁo sinto medo de nada.

Começava a ter medo dos outros. Aprendia que a nossa solidĂŁo nasce da convivĂȘncia humana.

Nelson Rodrigues
O Óbvio Ululante

Ah, meu amor, nĂŁo tenhas medo da carĂȘncia: ela Ă© o nosso destino maior. O amor Ă© tĂŁo mais fatal do que eu havia pensado, o amor Ă© tĂŁo inerente quanto a prĂłpria carĂȘncia, e nĂłs somos garantidos por uma necessidade que se renovarĂĄ continuamente. O amor jĂĄ estĂĄ, estĂĄ sempre. Falta apenas o golpe da graça - que se chama paixĂŁo.

Clarice Lispector
A paixĂŁo segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nosso maior medo não é sermos inadequados. Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar.
É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: “Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?”.
Na verdade, quem Ă© vocĂȘ para nĂŁo ser? VocĂȘ Ă© um filho de Deus.
VocĂȘ, pensando pequeno, nĂŁo ajuda o mundo. NĂŁo hĂĄ nenhuma bondade em vocĂȘ se diminuir, recuar para que os outros nĂŁo se sintam inseguros ao seu redor.
Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. Isso não ocorre somente em alguns de nós; mas em todos.
Enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nĂłs, inconscientemente, damos permissĂŁo a outros para fazerem o mesmo.
Quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libertarå outros.

Marianne Williamson
A Return To Love (1992).

Nota: A autoria do pensamento tem vindo a ser erroneamente atribuĂ­da a Nelson Mandela.

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Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tĂŁo perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Me sentia insatisfeito e, francamente, meio com medo de tudo. NĂŁo estava indo a lugar nenhum, nem o resto do mundo. EstĂĄvamos todos rolando por aĂ­, ĂĄ espera da morte, e enquanto isso fazendo coisinhas para encher o tempo. Alguns nem faziam coisinhas. Eram vegetais. Eu era um deles. NĂŁo sei que tipo de vegetal. Me sentia um nabo. Acendi um charuto, traguei, e fiquei fingindo saber que diabos acontecia.

Se vocĂȘ morrer, vocĂȘ estarĂĄ completamente feliz e a sua alma viverĂĄ algures. Eu nĂŁo tenho medo de morrer. Paz total apĂłs a morte, tornar-me outra pessoa Ă© a melhor esperança que eu tenho.

Kurt Cobain

Nota: Entrevista com Amy Raphael, julho 1993

NĂŁo tenha medo, menina. VocĂȘ vai encontrar um jeito certo, embora nĂŁo exista o jeito certo. Mas vocĂȘ vai encontrar o seu jeito, e Ă© ele que importa.

Liberte-se da escravidĂŁo mental. NinguĂ©m alĂ©m de vocĂȘ pode libertar sua mente. NĂŁo tenha medo da energia atĂŽmica, porque eles nĂŁo podem parar o tempo. Por quanto tempo vĂŁo matar nossos profetas, enquanto nĂłs permaneceremos de lado olhando. Sim, alguns dizem que Ă© apenas uma parte, nĂłs temos que cumprir o livro.

Bob Marley

Nota: Trecho da canção Redemption Song.

Quero tudo novo de novo. Quero nĂŁo sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar atĂ© cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçå-los mais. Quero ver mais filmes, ler mais. Sair mais. Quero nĂŁo me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Quero ser feliz, quero sossego. Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. NĂŁo quero esperar mais. Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chĂŁo, pouco vĂŁo e mais bolinhas de sabĂŁo. Quero ousar mais. Experimentar mais. Quero menos ‘mas’. Quero nĂŁo sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou nĂŁo venha.

Desconhecido

Nota: Muitas vezes atribuĂ­do, de forma errĂŽnea, a Fernando Pessoa. Somente a Ășltima frase Ă© realmente de Pessoa, sendo um trecho do poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos.

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NĂŁo tenha medo de errar, pois vocĂȘ aprenderĂĄ a nĂŁo cometer duas vezes o mesmo erro.

Recuso-me a ficar triste. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade. Eu estou – apesar de tudo oh apesar de tudo – estou sendo alegre neste instante-já que passa se eu não fixá-lo com palavras. Estou sendo alegre neste mesmo instante porque me recuso a ser vencida: então eu amo. Como resposta.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.