51 textos e mensagens para profissionais da enfermagem đŸ©ș

O medo sempre me guiou para o que eu quero; e, porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo quem me tomou pela mĂŁo e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo Ă© arriscado.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crÎnica Nos primeiros começos de Brasília.

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Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. NĂŁo Ă© paranĂłia nĂŁo. É verdade. Sou tĂŁo talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguĂ©m parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, Ă s vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lĂĄ no fundo. Ou Ă© preciso que alguĂ©m me toque profundamente para acabar com isso.

Nosso grande medo nĂŁo Ă© o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo Ă© que sejamos poderosos alĂ©m da medida. É nossa luz, nĂŁo nossa escuridĂŁo, que mais nos amedronta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrĂ­vel?" Na verdade, quem Ă© vocĂȘ para nĂŁo ser tudo isso?...Bancar o pequeno nĂŁo ajuda o mundo. NĂŁo hĂĄ nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas nĂŁo se sintam inseguras em torno de vocĂȘ.
E Ă  medida que deixamos nossa prĂłpria luz brilhar, inconscientemente damos Ă s outras pessoas permissĂŁo para fazer o mesmo.

Marianne Williamson

Nota: AtribuĂ­do a Nelson Mandela pelo seu discurso de posse, em 1994, mas escrito por Marianne Williamson.

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Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente nĂŁo cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrĂąneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
nĂŁo cantaremos o Ăłdio porque esse nĂŁo existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertÔes, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mĂŁes, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos tĂșmulos nascerĂŁo flores amarelas e medrosas.

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C.D. Antologia PoĂ©tica. 12ÂȘ edição. Rio de Janeiro: JosĂ© Olympio. 1978. p. 108 e 109

Se exponha aos seus medos mais profundos, depois disso o medo nĂŁo tem poder, ele encolhe e desaparece. VocĂȘ Ă© livre.

Jim Morrison
Lizze James, Creem Magazine, 1981

Nota: Jim Morrison em entrevista Ă  revista Cream

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- Tenho medo do chĂŁo.
- Queres dizer alturas.
(...)
- Eu sei o que quero dizer! O que nos mata Ă© o chĂŁo!

É curioso: de que serĂĄ que as pessoas tĂȘm medo? O que mais temem Ă© o primeiro caso, a primeira palavra...

Todos os casamentos sĂŁo felizes. Tentar viver juntos Ă© que Ă© a causa de todos os problemas.

Se vocĂȘ olhar atentamente vocĂȘ verĂĄ que existe apenas uma coisa e somente uma coisa que causa infelicidade. O nome desta coisa Ă© apego. O que Ă© apego? Um estado emocional de aderĂȘncia causado pela crença de que sem alguma coisa particular ou alguma pessoa vocĂȘ nĂŁo consegue ser feliz.

A ociosidade faz nascer o amor e, uma vez desperto, conserva-o. É a causa e o alimento deste mal delicioso.

É uma grande infelicidade perder por causa do nosso caráter os direitos que os nossos talentos nos concedem na sociedade.

A imperfeição Ă© a causa necessĂĄria da variedade nos indivĂ­duos da mesma espĂ©cie. O perfeito Ă© sempre idĂȘntico e nĂŁo admite diferenças por excesso ou por defeito.

Irritamo-nos menos por causa da ofensa recebida do que por causa da ideia que fizemos de nĂłs prĂłprios.

As pessoas andam tão em pùnico por causa da AIDS que começam a ver riscos de contaminação até numa galinha ao molho pardo. O que, naturalmente, é ridículo - a não ser que a galinha esteja com AIDS.

O atraso das ciĂȘncias econĂłmicas e sociais em relação Ă s ciĂȘncias da matĂ©ria Ă© uma das causas das atuais infelicidades da Humanidade. A tĂ©cnica arrasta o homem para horizontes imprevistos.

Acreditaria que a embriaguez tivesse sido para os homens a primeira ocasiĂŁo e a primeira causa do riso; outro efeito prĂłprio e particular do gĂȘnero humano.

Um dia, caiu um raio na casa do velho Galvão, matando-o e ferindo-lhe a filha. A mãe disse: «Deus castigou. Eles eram muito malvados». Além do castigo da professora, do castigo dos pais da gente, havia então um castigo maior, muito maior - o castigo de Deus?

Érico Veríssimo
Olhai os LĂ­rios do Campo

Se alguĂ©m precisa de ajuda e vocĂȘ pode ajudar, tem a obrigação de fazer isso.

Homem-Aranha
O Espetacular Homem-Aranha

NĂŁo importa quantas vezes uma cobra troque de pele, ela ainda continua sendo uma cobra.

Se vocĂȘ guardar uma coisa tĂŁo complicada como o amor aqui dentro (no coração), vai ficar doente.