51 textos e mensagens para profissionais da enfermagem đŸ©ș

O homem que pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisĂ”es morais ou Ă© uma mĂșmia ambulante ou, se nĂŁo conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um mono manĂ­aco fanĂĄtico.

O homem Ă© um animal que adora tanto as novidades que se o rĂĄdio fosse inventado depois da televisĂŁo haveria uma correria a esse maravilhoso aparelho completamente sem imagem.

Sim, eu sou um homem e choro. Um homem não tem olhos? Não tem também mãos, sentidos, inclinaçÔes, paixÔes? Por que é que um homem não devia chorar?

August Strindberg
STRINDBERG, A., O Pai

Um homem de gĂȘnio Ă© produzido por um conjunto complexo de circunstĂąncias, começando pelas hereditĂĄrias, passando pelas do ambiente e acabando em episĂłdios mĂ­nimos de sorte.

O homem Ă© o Ășnico animal que pode permanecer, em termos amigĂĄveis, ao lado das vĂ­timas que pretende engolir, antes de engoli-las.

Nenhum homem Ă© uma ilha, completo em si prĂłprio; cada ser humano Ă© uma parte do continente, uma parte de um todo.

Da maciez de uma esponja molhada até à dureza de uma pedra-pomes, existem infinitas nuances. Eis o homem.

O meu mundo nĂŁo Ă© como o dos outros, quero demais, exijo demais; hĂĄ em mim uma sede de infinito, uma angĂșstia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que nĂŁo se sente bem onde estĂĄ, que tem saudade
 sei lĂĄ de quĂȘ!

Florbela Espanca
Cartas a Guido Battelli

Passa uma Borboleta

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas nĂŁo tĂȘm cor nem movimento,
Assim como as flores nĂŁo tĂȘm perfume nem cor.
A cor Ă© que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento Ă© que se move,
O perfume Ă© que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta Ă© apenas borboleta
E a flor Ă© apenas flor.

Alberto Caeiro
PESSOA, F. O Guardador de Rebanhos, In Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática. 1946 (10ÂȘ ed. 1993). p. 64
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OS DEGRAUS

Não desças os degraus do sonho
Para nĂŁo despertar os monstros.
NĂŁo subas aos sĂłtĂŁos - onde
Os deuses, por trĂĄs das suas mĂĄscaras,
Ocultam o prĂłprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério estå é na tua vida!
E Ă© um sonho louco este nosso mundo...

Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!

O olho do homem Ă© feito de modo que se lhe vĂȘ por ele a virtude. A nossa pupila diz que quantidade de homens hĂĄ dentro de nĂłs.

Nossas dĂșvidas sĂŁo traidoras e nos fazem perder o que, com frequĂȘncia, poderĂ­amos ganhar, por simples medo de arriscar.

William Shakespeare

Nota: Adaptação de um trecho da peça Medida por Medida, de William Shakespeare.

Sim, minha força estå na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragĂ©dia da vida Ă© quando os homens tĂȘm medo da luz.

PlatĂŁo

Nota: Autoria não confirmada. Algumas fontes indicam que esta frase pertence a uma citação de Platão apresentada no "The American journal of medical technology".

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O maior erro que vocĂȘ pode cometer Ă© o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum.

Elbert Hubbard
The Philistine, nov. 1901.

Mas eu desconfio que a Ășnica pessoa livre, realmente livre, completamente livre, Ă© a que nĂŁo tem medo do ridĂ­culo.

Luis Fernando Verissimo
Orgias. Porto Alegre: L&PM, 1998.

NĂŁo Ă© que eu tenha medo de morrer. É que eu nĂŁo quero estar lĂĄ na hora que isso acontecer.

A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo.

Combater e morrer Ă© pela morte derrotar a morte, mas temer e morrer Ă© fazer-lhe homenagem com um sopro servil.