51 textos e mensagens para profissionais da enfermagem đŸ©ș

Homem Ă© igual a biscoito: Vem um, vĂȘm 18. Depois eu compreendi tudo sobre essa teoria. Funciona assim: quando a gente tĂĄ carente, sozinha, solteira, e sai ligando pra todos os paqueras, ex-namorados, rolos e afins, ninguĂ©m te quer, nĂŁo Ă©? Pois Ă©. Essa Ă© a primeira fase: tocos em profusĂŁo. Na segunda fase, a gente resolve que nĂŁo precisa de homem nenhum para ficar bem, e aĂ­ aparece um sĂł para contradizer nossa certeza de auto-suficiĂȘncia. Vem todo carinhoso, romĂąntico, paparicante. A gente baixa a guarda, começa a sair com o cara, percebe que ele Ă© interessante, resolve ver no que dĂĄ. E aĂ­ o que acontece? Entra na fase3: a Teoria do Biscoito. Chega um momento em que tu sente que a historinha tĂĄ evoluindo pra um possĂ­vel compromisso. SĂł que aĂ­, neste exato momento, TODOS os outros que te dispensaram antes começam a te ligar. Parece que eles
farejam no ar, que combinam entre si.

O homem consegue lançar-se ao espaço
e desvendar os mistérios do infinito,
mas nĂŁo consegue garantir a todos um prato de comida...

Mas se eu nĂŁo prestava, eu fora tudo o que aquele homem tivera naquele momento. Pelo menos uma vez ele teria que amar, e sem ser a ninguĂ©m – atravĂ©s de alguĂ©m.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crÎnica Noveleta (continuação).

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(...)Eu sĂł queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nĂł.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e nĂŁo dos meus medos.
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, Para dar tempo de eu seu ser criança, chorar para sempre.
Para dar tempo de eu ser para sempre.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei vocĂȘ.
Antes que eu morresse de amor. Matei vocĂȘ.
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu nĂŁo."

"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime Ășnico era o de nĂŁo amĂĄ-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas nĂŁo sabia sequer como se fazia.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto O bĂșfalo.

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Homem adora colocar a culpa no açĂșcar quando nĂŁo consegue o que quer, incrĂ­vel. A mulher nĂŁo tĂĄ afim? É doce. Deve ser difĂ­cil aceitar que a mulher nĂŁo tĂĄ na sua mĂŁo o tanto que vocĂȘ disse pros amigos que ela tava. Esse desespero em querer estar sempre por cima chega a ser hilĂĄrio, quase um complexo de inferioridade embutido no machismo. Se vocĂȘ some uma semana, eu tĂŽ no meu direito de nĂŁo querer mais te atender. E nĂŁo, nĂŁo Ă© doce, nĂŁo Ă© birra, nĂŁo Ă© imaturidade, eu sĂł nĂŁo to a fim. Fiquei a fim de outro, demorou demais. Fiquei a fim de mim, minha fase, meu momento. Se vocĂȘ teve o seu e nĂŁo aproveitou, supera. Mas chega de ficar enchendo a mulher de açĂșcar sĂł porque agora Ă© vocĂȘ quem tĂĄ sem sal.

Ter amado mais de 300 mulheres
nĂŁo me fez melhor homem, nem melhor amante,
mas deixou-me muito mais apaixonado
e encheu meu coração de poesia...

Um homem não é as roupas que veste, não é o lugar de onde veio, nem é o que fez no passado. Conceituar as pessoas pelo o que fizeram no passado é não confiar na própria evolução do indivíduo, e estå claro que todos os indivíduos evoluem em suas vidas.

Amor Ă© achar bonita uma bota, amor Ă© gostar da cor rara de um homem que nĂŁo Ă© negro, amor Ă© rir de amor a um anel que brilha.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto A menor mulher do mundo.

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A verdade serå um dia a força. «Saber é poder» é a mais bela divisa que alguma vez se disse.

Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.

Jesus Cristo
BĂ­blia, Mateus 18.3

A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados.

Ama-me por amor do amor somente.
Não digas: “Amo-a pelo seu olhar,
O seu sorriso, o modo de falar
Honesto e brando. Amo-a porque se sente

Minh’alma em comunhão constantemente
Com a sua”. Porque pode mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
Do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
De tuas mĂŁos enxuga, pois se em mim
Secar, por teu conforto, esta vontade

De chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
Me hĂĄs de querer por toda a eternidade.

Elizabeth Barrett Browning
BANDEIRA, M. Poesias Completas. Rio de Janeiro: Editora da Casa do Estudante do Brasil, 1951.

Nota: Trecho dos "Sonetos Portugueses" escritos por Elizabeth Barrett Browning entre 1844 e 1845 (tradução de Manuel Bandeira). Por vezes atribuído, de forma errÎnea a Madre Teresa de Calcutå.

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Deverias chamar-te Claridade
Pelo modo espontĂąneo, franco e aberto
Com que encheste de cor meu mundo escuro.

Vinicius de Moraes
Álbum "Antologia poética"

Nota: Trecho de "Soneto de Marta"

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Sim, o passado pode machucar. Mas, do modo como vejo, vocĂȘ pode fugir dele ou aprender com ele.

Que continue sendo doce o seu modo de demonstrar afeto, o seu jeito, seus olhares, seus receios... Que doce seja uma ausĂȘncia do nosso medo, o seu abraço e a maneira como segura minha mĂŁo. Que seja doce, que sejamos doce e seremos, eu sei...

Na bĂ­blia estĂĄ escrito que vocĂȘ deve ser salvo para ir para o paraĂ­so, mas no meu modo de ver[estĂĄ escrito que] vocĂȘ deve ser apenas vocĂȘ mesmo para ir para o inferno.

Do mesmo modo que aquele que fere ao outro fere a si prĂłprio, aquele que cura, cura a si mesmo.

Simplesmente viva de acordo com o seu modo de viver. O que os outros pensam Ă© problema deles.

É o jeito, o cheiro, o modo de vestir. Como caminha, como olha, como para. Não sei, eu amo.