51 textos e mensagens para profissionais da enfermagem đŸ©ș

Vou perder o resto do medo do mau gosto, vou começar meu exercício de coragem, viver não é coragem, saber que se vive é a coragem.

Clarice Lispector
A paixĂŁo segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que Ă© novo e tenho medo de viver o que nĂŁo entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, nĂŁo sei me entregar Ă  desorientação.

Clarice Lispector
A paixĂŁo segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Que o medo da solidĂŁo se afaste, e que o convĂ­vio comigo mesmo se torne ao menos suportĂĄvel.

A vida Ă© tipo um salto alto. VocĂȘ sempre terĂĄ medo de cair, mas continuarĂĄ andando.

Quero muito te amar e me encontrar contigo. Mas não sei se conseguiremos — e tenho medo.

Se eu nĂŁo gosto de vocĂȘ Ă© bem provĂĄvel que vocĂȘ tenha medo do meu olhar. E eu posso simplesmente nĂŁo gostar de vocĂȘ de graça. Se eu gostar de vocĂȘ aviso de antemĂŁo que vocĂȘ Ă© uma pessoa de sorte. Eu me entrego. Quem vive comigo sabe. Quem convive comigo sente. Eu amo poucos. Mas esses poucos, pode apostar, amo muito.

As vezes eu me olho no espelho
Sinto medo, medo de mim
Eu não me conheço
Sou esquisito
Sou humano
Uso Ăłculos, como, bebo, fumo e defeco
Mijo
Olho-me no espelho
E esse da-me de volta quem saiu
Eu riu, alto, assustado e engraçado.
Duas longas coisas saindo do corpo: são os braços
Buracos, pelos, peles, nariz ponteagudo
Duas orelhas presas na minha cabeça
Olho os dedos, meus olhos, me assusta.
Falo, sinto emoçÔes e tomo cerveja
Rídícula coisa, ali em pé em frente ao espelho
Eu me vejo de fora
Faço uma abstração mental do que eu nunca vi
Que sou humano, e me vejo. É esquisito.
É realmente esquisito. Procuro-me no espelho
EnĂŁo me acho. SĂł vejo aquilo ali.
Parado. Um monte de carnes equilibradas
por ossos duros que me mantem em pé. Ali
no espelho. Eu sei que nĂŁo sou aquilo,
e o que sou, o espelho nĂŁo pode
me mostrar... AINDA... eu nĂŁo brilho...
ainda...


fornecido por D. Maria Eugenia Seixas 08/90

Ele gosta dela. NĂŁo tem mais como fugir. É, dĂĄ medo. Ela deve estar com medo tambĂ©m. Gostar Ă© começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lĂĄ no texto que topa. Topa começar tudo de novo.

Eu tenho medo de vocĂȘ melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me ajeitar, confortĂĄvel, em minhas reclamaçÔes.

HĂĄ o certo, o errado e aquilo que nos dĂĄ medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Coisas da Vida. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Nota: Trecho da crĂŽnica "Todo o resto"

...Mais

O medo de ser pego é melhor do que a sensação de fazer o errado, mas os dois juntos é a união perfeita.

Que nenhum gesto meu aperte o seu coração, intimide o seu riso, acorde o seu medo, machuque a sua espontaneidade.

Onde estava vocĂȘ, escondido debaixo de tantos sorrisos frustrados... VocĂȘ Ă© real, nĂŁo tenha medo de apenas ser, e ser agora. Sua felicidade estĂĄ aqui e agora. O resto vocĂȘ inventou, porque ainda nĂŁo sabia que poderia contar com vocĂȘ. A verdade Ă© que vocĂȘ sĂł pode contar com vocĂȘ.

Muitas coisas não são realizadas por que o mendo vence as pessoas. Vença o medo e verås um mundo de possibilidades desdobrar-se diante de teus olhos.

NĂŁo chego a temer loucura, no fundo a gente sabe que ninguĂ©m Ă© muito certo. Eu tenho medo Ă© da lucidez. Tenho medo dessa busca desenfreada pela verdade, pelas respostas. (
) Quando eu estou me acostumando com uma versĂŁo de mim mesma, surge outra, cheia de enigmas, e vou atrĂĄs dela. Tem gente que elege uma Ășnica versĂŁo de si prĂłprio e nĂŁo olha mais para dentro. (
) Eu, ao contrĂĄrio, quase nĂŁo olho para fora.

Quem nĂŁo tiver medo de ficar alegre e experimentar uma sĂł vez sequer a alegria doida e profunda terĂĄ o melhor de nossa verdade.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Mas tenho medo do que Ă© novo e tenho medo de viver o que nĂŁo entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, nĂŁo sei me entregar Ă  desorientação. Como Ă© que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? e no entanto nĂŁo hĂĄ outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo?

Clarice Lispector
A paixĂŁo segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Quando eu olho no seu olho, eu sou vocĂȘ e vocĂȘ Ă© eu. Se vocĂȘ tiver medo de mim Ă© porque vocĂȘ tem medo de vocĂȘ.

Mas hĂĄ maneiras de fazer isso sem tanto estardalhaço. E sem tanto medo. (...) Enxugue essas lĂĄgrimas inĂșteis, levante esse queixo e vĂĄ tratar da vida. Faça tudo o que deseja fazer. VocĂȘ acha que depois de morta vai ganhar um bĂŽnus? Uma prorrogação para tentar sair desse empate? Esqueça o empate. Vença. Perca. Ofereça a si mesma algum resultado. É vocĂȘ mesma que assina. E eu.

Não tem nada que me deixa mais inteira do que sentir o medo de ser despedaçada.