Mensagens Obre a Alma de uma Mulher

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Se você morrer, você estará completamente feliz e a sua alma viverá algures. Eu não tenho medo de morrer. Paz total após a morte, tornar-me outra pessoa é a melhor esperança que eu tenho.

Kurt Cobain

Nota: Entrevista com Amy Raphael, julho 1993

DA MEDIOCRIDADE

Nossa alma incapaz e pequenina
Mais complacências que irrisão merece.
Se ninguém é tão bom quanto imagina,
Também não é tão mau como parece.

Quando você encontrar a outra metade da sua alma, você vai entender porque todos os outros amores deixaram você ir. Quando você encontrar a pessoa que merece o seu coração, você vai entender porque as coisas não funcionaram com todos os outros.

Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores!

Veronica Shoffstall

Nota: Trecho adaptado de um poema de Veronica Shoffstall.

Baste a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta;
Ter é tardar.

Esta alma, ou vida dentro de nós, sem opção concorda com a vida exterior. Se alguém tiver a coragem de perguntá-la o que pensa, ela está sempre dizendo exatamente o oposto do que as outras pessoas dizem.

Desabafo de Segunda-feira

É impossível para o espelho da alma refletir na imaginação alguma coisa que não esteja diante dele. É impossível que o lago tranqüilo mostre em sua. profundeza a imagem de qualquer montanha ou o retrato de qualquer árvore ou nuvem que não exista perto do lago. É impossível que a luz projete na terra a sombra de um objeto que não exista. Nada pode ser visto, ouvido ou de outro modo sentido, sem ter essência real. O resto é excesso. Na luta contra o mal o excesso é bom; quem é moderado em anunciar a verdade está apresentando apenas uma meia-verdade. Esconde a outra metade com receio da cólera do povo. Não vou me surpreender se os "pensadores" disserem de mim: "É um homem de excessos que se volta para o lado mais desagradável da vida e não apresenta nada mais que desgraças e lamentações."

Se não entende, cumpadre, na casa da ignorância não há espelho no qual se possa ver a alma.

A vida, mestre, é uma escuridão que termina na explosão da luz do dia. Sempre!

AULA DE AMOR

Mas, menina, vai com calma
Mais sedução nesse grasne:
Carnalmente eu amo a alma
E com alma eu amo a carne.

Faminto, me queria eu cheio
Não morra o cio com pudor
Amo virtude com traseiro
E no traseiro virtude pôr.

Muita menina sentiu perigo
Desde que o deus no cisne entrou
Foi com gosto ela ao castigo:
O canto do cisne ele não perdoou.

Ecos D'Alma

Oh! madrugada de ilusões, santíssima,
Sombra perdida lá do meu Passado,
Vinde entornar a clâmide puríssima
Da luz que fulge no ideal sagrado!

Longe das tristes noites tumulares
Quem me dera viver entre quimeras,
Por entre o resplendor das Primaveras
Oh! madrugada azul dos meus sonhares.

Mas quando vibrar a última balada
Da tarde e se calar a passarada
Na bruma sepulcral que o céu embaça

Quem me dera morrer então risonho
Fitando a nebulosa do meu sonho
E a Via-Látea da Ilusão que passa!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

A Morte Absoluta

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M. Lira dos Cinquent'anos, 1940

Além Alma
(uma grama depois)


Meu coração lá longe
faz sinal que quer voltar
Já no peito trago em bronze
NÃO HÁ VAGA NEM LUGAR
Pra que me serve esse negócio
que não cessa de bater?
Mais parece um relógio
que acabar de enlouquecer
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bm assim,
e o vazio que vai lá lá fora
cai macio dentro de mim?

A cobiça envenenou a alma do homem, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.

Charles Chaplin
O Grande Ditador (1940)

Nota: Trecho do discurso final do filme de Charles Chaplin "O Grande Ditador" (1940).

...Mais

Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
Amar o perecível,
o nada,
o pó,
é sempre despedir-se.

Amo-te.
Sei que te amo porque minha alma ama a tua,
não porque meu corpo deseja o teu.

A carne cobre os ossos e colocam uma mente ali dentro e algumas vezes uma alma.
E as mulheres quebram vasos contra as paredes e os homens bebem demais e ninguém encontra o par ideal mas seguem na procura rastejando para dentro e para fora dos leitos.
A carne cobre os ossos e a carne busca muito mais do que mera carne.
De fato, não há qualquer chance: estamos todos presos a um destino singular. Ninguém nunca encontra o par ideal.
As lixeiras da cidade se completam, os ferros-velhos se completam, os hospícios se completam, as sepulturas se completam, nada mais se completa.

Sua razão e sua paixão são o leme e a vela de sua alma navegante. Se um dos dois quebrar, você pode adernar e ficar à deriva ou ficar imóvel no meio do mar. Porque a razão, reinando sozinha, restringe todo impulso. E a paixão, deixada a si é fogo que arde até sua própria destruição.

Cada um, afinal, projeta no mistério divino as qualidades imanentes à sua própria alma.

Nosso sonho morreu. Devagarinho,
Rezemos uma prece doce e triste
Por alma desse sonho! Vá… baixinho…
Por esse sonho, amor, que não existe!

Vamos encher-lhe o seu caixão dolente
De roxas violetas; triste cor!
Triste como ele, nascido ao sol poente,
O nosso sonho… ai!… reza baixo… amor…

Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,
Foi sorrindo e cantando alegremente,
Que tu mataste o nosso sonho lindo!

Nosso sonho morreu… Reza mansinho…
Ai, talvez que rezando, docemente,
O nosso sonho acorde… mais baixinho…

Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada

Lembrai-vos que em toda festa tendes dois convivas a entreter - o corpo e a alma; e o que dais ao corpo, na realidade o perdeis. Mas o que dais à alma, permanece para sempre.