Mensagens Noturnas
Mal a noite caia, a menina já corria em busca de suas recordações.
Em meio a tantas letras, cartas e canções, seu coração buscava seu lar. Suas mãos em cada letra desejava se apegar, naquelas canções sua alma encontrava seu lugar.
As horas passavam e seus olhos continuavam ali fixados em cada pedaço de papel repleto de tanta emoção. A cada palavra lida, uma lágrima caia. Às vezes também doía, mas essa dor ela já conhecia. Seu coração por aquela dor ainda precisaria passar. Mas recordar muitas vezes lhe fazia sonhar, e em seus sonhos sua alma era capaz de viajar, de se alegrar, se reencontrar. Em meio a tanta dor, ainda existia muito amor. E era ele que fortalecia a cada dia, aquele coração de menina. Pobre coração, sua dor virou canção.
Na escuridão da noite as cortinas de nuvens se abrem revelando as estrelas da ribalta que iluminam o cenário exibido no palco da abóbada celeste, no qual a Lua apresenta o seu monólogo.
Oh formosa e delicada
Com sua sublime e silenciosa calma
Me bate um arrepio ao sentir teu sopro vindo do horizonte
E em teus brilhos eu enxego o céu
Céu escuro, terra escura...
Terra essa que é iluminada pelo reflexo daquela que me aquece
Doce brilho que me faz acordar
Nessa noite fria e serena, onde a lua é pequena
Perto do brilho do seu olhar.
Oh noite serena
Me deixa entrar em tua cena
Onde a lua pequena
Me faça sonhar.
A tarde cansada de brincar de verão, recolhe-se lângidamente na sombra da noite, feliz por saber que no amanhã a manhã se fará caminho para que ela entardeça outra vez!
Naquele momento, não existia mais nada, só um e o outro. Nada mais fazia sentido, como se o mundo fosse apenas aquilo.
Ele. Ela.
Ela pensou que nada o que falasse iria mudar o que tinha acontecido, certo? (...) Era tudo tão surreal e tão bagunçado, que não era fácil de tentar arrumar as coisas assim.
Invisível eu
tenho dias de invisibilidade
de invisibilizar-me
de invisibilizar a ti
dias de pouca visibilidade
dias com tardes infindas
e manhãs intermináveis
dias em tormentas múltiplas
dias de calor excessivo
de felicidade insuportável
dias invisíveis e dias invisibilizáveis
tem dias que prefiro as noites
em suas muitas variáveis
tem os dias que prefiro ficar mudo
só para não ver como está tudo
e nem ouvir tanta bobagem.
Ao cair da noite fico a te imaginar
me pego a pensar na sua boca
nos seus lábios, nos seus
beijos, e então uma
vontade louca se te sentir
Invade todo meu ser, e assim
adormeço agarrado ao travesseiro
que ainda guarda o seu perfume
e me ponho a sonhar com teu
corpo quente colado ao meu.
(Jeferson Cury)
Quem sou?
Não sei de onde vim.
Não sei pra onde vou.
Que caminho estou?
Se tenho amigo
Quem sou?
A bebida mais forte.
A droga mais lenta
O amor mais louco,
ou o poeta sem porto
O dia sem sol,
a noite sem lua.
O filho sem mãe,
o pai sem carinho.
Quem sou?
Se o pouco que tinha,
o fogo queimou,
a bala matou,
a doença levou
A mulher me enganou,
o amigo me roubou.
Quem sou?
Se por te amar,
perdi minha juventude
esqueci minha idade.
Mudei de cidade
Tatuei meu corpo.
Dancei na chuva
Amanheci na praça.
Quem sou?
Se você mordeu minha boca.
- Mordeu meu corpo.
- Mordeu meu coração.
- Mordeu meu bolso
por fim levou minh'alma.
Obs: Apenas um poema, diga não às drogas.
E é no silêncio da escuridão
Que se torna impossível distrair meu coração
Que durante os dias tem sido ludibriado
E esquecido por atividades e amigos
Mas o anoitecer é inevitável, e me encurrala
Um beco sem saída, deserto intrasponível
Onde só me resta pensar em você...
Repasso mil e uma vezes em minha mente
Perco o sono tentando entender
Como pude perder antes mesmo de ter
Sina, azar ou apenas pra confirmar
Que eu não levo jeito pra amar.
Nossos maiores monstros mora dentro
de cada sentimento deixado obscuridade
mesmo nos momentos mais raros
nos deleitamos com sentimentos primitivos
luto contra monstros quando percebo
estou olhando para um espelho
perdido num profundo sem fim
reato tudo pois é um jogo de sonhos
cada momento que passamos juntos
sonho profundamente esta vida
abandono todos sentimentos ruim
na perfeição do teu amor
Ame as noite tão bem quanto ama as manhãs. Perdoe os erros tanto quanto contempla os acertos. Pois será nos momentos mais sombrios que é preciso paciência para entender que até nas montanhas mais gélidas, em seu pontífice, ainda estará mais próximo do calor do sol.
Durmo,
então sonho
a cor da noite.
Acordo,
dou rumo
ao sonho no dia.
A cor dada
à noite no sonho,
colore meu caminho,
meu destino.
Um acordo lindo,
porém meio sem tino,
mas eu simplesmente concordo.
Então sigo sonhando e colorindo,
agora totalmente acordado.
{Bros}