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Desligue a música, agora. Seja qual for, desligue. Contemple o momento presente dentro do silêncio mais absoluto.
Casar é acreditar que um conhece ao outro profundamente e depois surpreender-se com um novo aprendizado a cada dia!
Aprendi com o verão que até as mais fortes chuvas não tiram meu brilho, com o inverno que as pessoas gostam da minha frieza mas procuram o calor. A primavera me ensinou a me deixar cortar para dar bons frutos e o outono, sempre me livrar de certas folhas para me fortalecer por dentro até ficar florida novamente. Minha vida é feita de altos e baixos, idas e voltas e por mais cansativo que seja, é necessário mudar de estação.
Nos apaixonamos quando conhecemos as virtudes,
mas só aprendemos a amar, de verdade,
quando conhecemos os medos, as fraquezas, e os defeitos.
Por um momento eu tive medo de perder o teu sorriso,
e vir a seguir a passos solitários e sem destino,
pela simples necessidade de ter que aprender
a viver uma vida sem sonhos,
uma vida sem motivo...
O que acontece com as crianças
Aprendi a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo. Naturalmente, quase sem querer, numa espécie de método subliminar. Em meus tempos de criança, era aquela encantação. Lia-se continuamente e avidamente um mundaréu de historia (e não estórias) principalmente as do Tico-tico. Mas lia-se corrido, isto é, frase após frase, do princípio ao fim.
Ora, as crianças de hoje não se acostumam a ler corretamente, porque apenas olham as figuras dessas histórias em quadrinhos, cujo “texto” se limita a simples frases interjeitivas e assim mesmo muita vez incorretas. No fundo, uma fraseologia de guinchos e uivos, uma subliteratura de homem das cavernas.
Exagerei? Bem feito! Mas se as crianças, coitadas, nunca adquiriram o hábito da leitura, como saberão um dia escrever?
Naquele momento passou pela sua cabeça o quanto era estranho ela estra vivendo justamente aquele instante: o quanto era estranho viver uma única vez e depois nunca mais voltar a vida. E então ela exclamou:
De que serve o eterno criar,
Se a criação em nada acabar?
Aprendi que uma coisa (mal) dita não tem nada que apague. A palavra proferida é um tiro na alma. Pode matar um sentimento. Pode acabar com o amor de alguém. Pode destruir uma amizade. Pode arruinar uma família. Uma palavra pode valer mais do que mil gestos. Pode machucar mais do que um tapa na cara. Pode separar mais do que a distância. Com palavras, eu magoei muita gente que eu amo. Eu perdi gente que eu amei. Mas foi só quando eu tomei uma surra de palavras na cara que eu aprendi.
Concentre et disperse tes energies en accord avec la situation. Il y a des moments pour agir et des moments pour accépter. Le Guerrier de la Lumiere sait faire cette distinction.
E no momento — como dizer? — de certa forma eu estou gostando de estar me sentindo assim, desamparado. Porque é como um teste. Agora eu quero ver como eu me viro, entende? E sozinho.
Com a lucidez dos embriagados, haviam-se reconhecido desde o primeiro momento. Ou talvez estivessem realmente destinados um ao outro, e mesmo sem o álcool, numa rua repleta saberiam encontrar-se. O fulgor nos olhos e a incerteza intensificada nos passos fora a pergunta de um e a resposta de outro.
"Aprenda com quem tiver algo a ensinar, e ensine algo àqueles que estão engessados em suas teses de certo e errado. Troque experiências, troque risadas, troque carícias. Não é preciso chegar num momento-limite para se dar conta disso. O enfrentamento das pequenas mortes que nos acontecem em vida já é o empurrão necessário. Morremos um pouco todos os dias, e todos os dias devemos procurar um final bonito antes de partir."
Eram tão raros os nossos momentos e sempre eram bons. Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: das suas histórias. Me faz muita falta ouvir sobre sua vida, suas histórias, seus medos, seus desejos, suas angústias. E como me faz bem saber o quanto você confia em mim, o quanto você se sente bem em conversar comigo.
Ruim mesmo é um dia a gente perceber que amou e gostou e quis sozinho. O outro era apenas um reflexo das nossas aspirações. O outro, no fim, existia apenas dentro de nós. É por isso que o tempo faz com que todas as lembranças sejam boas, doces. E deve ser por isso que quando a gente finalmente desperta acaba perdendo o gosto bom das coisas.
Não sei se em algum momento cheguei a ver você completamente como Outra Pessoa, ou, o tempo todo, como Uma Possibilidade de Resolver Minha Carência. Estou tentando ser honesto e limpo. Uma Possibilidade que eu precisava devorar ou destruir. Porque até hoje não consegui conquistar essa disciplina, essa macrobiótica dos sentimentos, essa frugalidade das emoções. Fico tomado de paixão. Há tempos não ficava. E toda essa peste, meu amigo. O que tem me mantido vivo hoje é a ilusão ou a esperança dessa coisa, “esse lugar confuso”, o Amor um dia. E de repente te proíbem isso. Eu tenho me sentido muito mal vendo minha capacidade de amar sendo destroçada, proibida, impedida […] Nem vivi nada ainda. E não sou sequer promíscuo. Dum romantismo não pós, mas pré todas as coisas - um romantismo que exige sexualidade e amor juntos. Nunca consegui. Uns vislumbres, visões do esplendor. Me pergunto se até a morte - será? Será amor essa carência e essa procura de amor, nunca encontrar a coisa?
O importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível.
Nota: Trecho adaptado de um poema muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Mário Quintana.
A vida é tão contínua que nós a dividimos em etapas, e a uma delas chamamos de morte. Eu sempre estivera em vida, pouco importa que não eu propriamente dita, não isso a que convencionei chamar de eu. Sempre estive em vida.