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Ultimamente

Tenho mais conversado
Comigo
Que com outras pessoas,

Parece

Que nos acertamos mais
Entre nós mesmos

Que com os demais.

Inserida por samuelfortes

⁠Que as distâncias
Não nos afastem

E

As proximidades
Não nos distanciem

Inserida por samuelfortes

O Caos e a Simbiose⁠


A maioria pensa
Com a sensibilidade

E eu sinto com o pensamento

Para o homem vulgar
Sentir é viver

E pensar é saber viver

Para mim
Pensar é viver

E

Sentir não é mais
Que
O alimento de pensar

Todas as manhãs
Somos abençoados

Com a sublime
Dádiva do recomeço

Inserida por samuelfortes

⁠Seria

Asociedade dos homens
De bem a quem não sorri
Nem se orgulha

Ter na parede

Retrato de herói
De uma guerra
Qualquer

Que frouxos de zombaria
Não ouviste , ainda desperto
Às estrelas que por certo
Cochilavam Luz macia

No pélogo submerso
Do imenso abismo sem meta
Que te acorda da Nostalgia

E quem traça a curva
Do horizonte

E dá linha
Aos movimentos rasos
Dos astros

Inserida por samuelfortes

Nunca


Houve uma guerra boa
Nem uma paz ruim

⁠Avançamos
Em ciências

Tecnologias
Não tanto

Em
Evolução
Os
Sapiens

Que
Não se toleram

O Criador
Ainda

Não acertou
A mão

Os poetas odeiam o ódio
E
Fazem guerra à guerra.

A maneira mais rápida
De
Acabar com uma guerra

É perdê-la

Inserida por samuelfortes

⁠⁠O Espaço Descontínuo

Gosto de viver
Com
A realidade

Quem diz que busca
É porque não a tem

Mas com algum delírio
Sou vil

Sou reles
Como toda a gente

É com a imaginação
Que eu amo o bem


A realidade
É

Para mim, insuportável

Fantasma
Do meu ser
Presente

Inserida por samuelfortes

⁠Tem barulho
Que
A gente

Só escuta
Quando
Faz silencio

Assim

É a água
De chuva

Que se faz
Do
Rio a sua morada

As falhas
Dos homens
Eternizam-se no aço

E
Quanto mais bebemos
Mais sede temos

As suas virtudes
Escrevemos na água

Como um gole d'água
Bebido no escuro

Inserida por samuelfortes

⁠O avesso das águas
Guardam o segredo da vida

Segundo
Darwin

O homem
Descende
Do macaco

Pelo visto

Humanos
São macacos
Que deram
Errado

Inserida por samuelfortes

⁠De
Insegurança
Da
ONU

Bem
Nutridos
Parlapatões

Trocando
Parlapatices

Vidas
Escoando
Pelo
Ralo

Quando
Tudo for pedra

Atire
A primeira flor

Inserida por samuelfortes

Para Que Vieste


⁠Levai vossos Cantos
Minhas pobres mágoas

Na melancolia de teus olhos
Nos frios espaços de seus braços
No anseio de teu misterioso seio

Com meu cardume de anseios
Náufrago entregue ao fluxo forte
Da morte

Teu silêncio
Teu trêmulo sossego
Da minha poesia extraordinária

Esse riso
Que
É tosse de ternura

Quanto mais tarde for
Mais cedo a calma

É o último suspiro da poesia
Se foi por um verso
Não sou mais poeta

Inserida por samuelfortes

A limitação de Kant


O andrógeno
Meigo e Violento

De mãos luminosas
O mágico pastor

Que espia
Do
Fundo da noite

Dos ermos da noite
Despetalou

As jovens putas das tardes

Em vossas jaulas acesas
Rola perdida no céu

Fazeis rapazes entrar

E deu a luz ao meio-dia
E morreu no mar

Inserida por samuelfortes

Ato Fecundo


⁠Que fecundou as rosas
Como cadelas à lua

Por seres
Quem me fostes

Grave e pura
Desfigurando estrelas

A lua que sangra à dentro
Numa vertigem de morte

Com cheiro de virgem

Meninas de bicicletas
Escravizadas à beleza

De repente do riso
Fez-se o pranto

De repente
Da calma fez-se o vento

Levando a sua tristeza
No
Quadro da Bicicleta

Inserida por samuelfortes

Quisera Tanto


⁠Não é querendo
Me gabar

Mas
Hoje eu chorei

Numa explosão
Milhões de vezes

Maior que a força
Contida no ato

Agitam docemente
Os cabelos da rocha

Entre a linha móvel
Do horizonte

Inserida por samuelfortes

Depois de Amanha


⁠Depois de amanha, serei, finalmente,
O que hoje,
Não posso nunca ser

Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho sede como dos desesperados de outrora
Tenho jeito, daqueles que ainda poderão existir,

Não que se faça pouco
Não que ainda seja ainda muito pouco
Não que eu não vá até lá

Tenho já o plano traçado
Mas não
Hoje, não traço planos

Apenas

Depois de amanha

Inserida por samuelfortes

Imaginando


⁠Na pedra
De
Assuntá

Dominio
Pastoril
De Pan

De Vênus
Deusa
Da Beleza
Da graça

Universo
De alegorias
Dionísíaco

Exuberante
Em
Leveza

Suavidade
Do
Simples

Inserida por samuelfortes

⁠SAUDADE!

Sentiu
Tristeza

Ouvindo
Acordes

De
Indefinida
Saudade

Saudade
De
Não sabe
O quê

Saudade
Do que
Ainda
Nem é

Saudade
Melancolia
Sempre
À espreita

Inserida por samuelfortes

O Choro e o Cheiro

Olha
Em frente

Para
Um lado

Para
O outro

Olha
Acima

Olha
Em baixo

Olha
Pra tudo
Quanto há

Olha
Mesmo
Até quando

Não
Há nada
Pra olhá

Olha sempre
Na esperança
De ter algo
Pra olhá

Inserida por samuelfortes

A Perda



Sentir
Harmonia
Do mundo

Força
Elemental

Hipnótica

Fruto
Do
Silêncio

Silêncio
Constrangedor

Olhar da janela
Matutina

Olhar pela varanda
Vespertina

A vida
Não para
É o sentimento

Ali está

Ele

Presente
Preservado

Inserida por samuelfortes

Novelo

Por aqui
Chegou
Faz tempo

Para traz
Deixou
Coisas

Por aqui
Juntou
Tem juntado
Coisas

Ave
De arribação
De sonhos

Memórias eternas
De algo que se juntou

Menininho

Por aqui
Chegou
Foi ficando
Ficou

E

Juntou
O
Juntado

E se foi
Voou
Para dentro

Inserida por samuelfortes

Sincronia

O eu
Lírico
O eu
Do poema

O eu
Que
Não sou
Eu

Intrigante
Instigante

O eu
Do tempo

Singular

Lírico
Eu

O eu
Do poema

Que
Não sou
Eu

Eu
Que não sei
O que sou

Inserida por samuelfortes