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Eu sou uma floresta, sem dúvida, e uma noite de árvores escuras, mas quem não teme minha escuridão encontra também roseiras debaixo dos meus ciprestes.

Encontrar amor em quem se ama deveria desenganar realmente aquele que ama acerca do objeto amado.

A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!

Desconsiderando o fato de que eu sou um décadent, sou também o seu contrário. Minha prova para isso é, entre outras coisas, o fato de eu sempre ter escolhido institivamente os meios corretos contra as situações graves: enquanto o decadent costuma escolher sempre os meios prejudiciais a si mesmo.

..."Se Cristo não ressuscitou da morte, então nossa fé é vã." - E num piscar de olhos transformou-se o evangelho na mais desprezível promessa irrealizável, na vergonhosa doutrina da imortalidade pessoal... O próprio Paulo pregara-a como recompensa!...

Sentimos ódio por quem devassa nossos segredos e nos flagra com sentimentos meigos. O que precisamos no momento não é simpatia, mas recuperar nosso poder sobre nossas próprias emoções.

- “Não é o que você é por dentro, mas o que você faz que define você.”.

"... Fazer amor é se vingar de todas as
coisas que o derrotaram na vida...!"

A esperança intensa é um estimulante da vida muito mais forte do que qualquer felicidade isolada que realmente se concretize. É preciso manter os sofredores em pé mediante uma esperança que não possa ser contradita por nenhuma realidade.

Estou diante de minha mais alta montanha e de minha mais longa viagem! Por isso tenho que descer como nunca desci!
Tenho de ir ao fundo da dor mais do que nunca, até suas águas mais escuras! Assim o quer meu destino. Coragem! Estou pronto!

Friedrich Nietzsche
Assim falava Zaratustra. Brasil: Pé da Letra, 2021.

⁠Mesmo a conversa com um amigo só produzirá bons frutos de conhecimento quando ambos pensarem apenas na questão e esquecerem que são amigos.

Friedrich Nietzsche
Humano, Demasiado Humano. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Contra a soberba

Não se encha de ar: senão basta
Uma alfinetada para o estourar.

Friedrich Nietzsche
A Gaia Ciência

“O cinismo é a única forma sob a qual as almas torpes tocam de leve no que se chama sinceridade. ”

Puseste nessas paixões o teu objetivo mais elevado; então passaram a ser tuas virtudes e alegrias.

Essas dores podem ser bastante penosas: mas sem dores não é possível tornar-se guia e educador da humanidade; e coitado daquele que quisesse sê-lo e não mais tivesse essa pura consciência.

" Os grandes eventos não são nossas horas mais ruidosas, mas nossos instantes mais silenciosos."

Os povos são muito enganados porque sempre buscam um enganador, isto é, um vinho estimulante para os seus sentidos.

⁠Os homens mais inteligentes, sendo os mais fortes, encontram sua felicidade onde outros encontrariam apenas desastre.

Friedrich Nietzsche
O anticristo e ditirambos de Dionísio. São Paulo: Companhia de Bolso, 2016.

⁠Pessoas que rapidamente pegam fogo se esfriam depressa, sendo então de pouca confiança.

Friedrich Nietzsche
Humano, Demasiado Humano. São Paulo: Cia das Letras, 2000.

Uma era de felicidade simplesmente não é possível porque as pessoas querem apenas desejá-la, mas não possuí-la, e cada indivíduo aprende durante os seus bons tempos a de facto rezar por inquietações e desconforto. O destino do homem está projetado para momentos felizes — toda a vida os têm —, mas não para eras felizes. Estas, porém, permanecerão fixadas na imaginação humana como ‘o que está além das montanhas’, como um legado de nossos ancestrais: pois o conceito de uma era de felicidade foi sem dúvida adquirido nos tempos primordiais, a partir da condição em que, depois de um esforço violento na caça e na guerra, o homem se entrega ao repouso, estica os membros e sente as asas do sono roçando a sua pele. Será uma falsa conclusão se, na trilha dessa remota e familiar experiência, o homem imaginar que, após eras inteiras de labor e inquietação, ele poderá usufruir, de modo correspondente, daquela condição de felicidade intensa e prolongada.

Friedrich Nietzsche
Humano, Demasiado Humano. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.