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" Não me faz diferença esperar, desde que saiba que vais chegar. E quando cá não estás penso no que estás a fazer"

Não é, pois, necessário precisar a maneira como se ama entre nós. Os homens e as mulheres ou se devoram rapidamente no chamado acto do amor, ou se entregam a um longo hábito entre dois. Também isso não é original. (...) por falta de tempo e de reflexão, é-se obrigado a amar sem o saber.

A filosofia pode servir pra tudo, até mesmo para transformar assassinos em juízes.

Albert Camus
O homem revoltado. São Paulo: Record, 1993.

Uma forma conveniente de travar conhecimento com uma cidade é procurar saber como se trabalha, como se ama e como se morre.

A ausência de Deus, deixando o homem responsável por si mesmo, o condena a se revoltar. “Do absurdo à revolta”, dizia Camus.

Você nunca será feliz se continuar a procurar pelo o que consiste a felicidade. Você nunca irá viver se estiver procurando o sentido da vida.

Para o consolar, eu disse-lhe - "Mas acontece o mesmo a toda a gente!"
-Justamente- respondeu-me ele- , somos agora como toda a gente

O que é chamado de ceticismo das novas gerações – mentira.
Desde quando o homem honesto que se recusa a acreditar no mentiroso é que é o cético?

Assim como não concebia uma felicidade sobre-humana, também não conseguia conceber uma eternidade além da curva dos dias. A felicidade era humana e a eternidade quotidiana. Tudo resumia-se em saber humilhar-se, harmonizar o coração ao ritmo dos dias, em vez de obrigá-los a seguir a curva de nossa esperança.
Da mesma forma que é necessário, em arte, saber parar, pois chega sempre um momento em que uma escultura não deve ser mais tocada, e que, para isso, a vontade da inteligência serve melhor ao artista do que os mais amplos recursos da clarividência, assim também é necessário um mínimo de ininteligência para se conseguir uma existência feliz. E quem não a tiver, tem de conquistá-la.

Albert Camus
A morte feliz (1971).

⁠"Eu parecia ter as mãos vazias. Mas estava certo de mim mesmo, certo de tudo (...) certo da minha vida e desta morte que se aproximava. Sim, não sabia mais nada que isto. Mas, ao menos, segurava esta verdade, tanto como esta verdade me segurava a mim"

Nasce então a estranha alegria que nos ajuda a viver e a morrer e que, de agora em diante, não recusamos a adiar para mais tarde. Na terra dolorosa, ela é o joio inesgotável, o amargo alimento, o vento forte que vem dos mares, a antiga e a nova aurora.

⁠Se não se acredita em nada, se nada faz sentido e se não podemos afirmar nenhum valor, tudo é possível e nada tem importância.

⁠O escravo, no instante em que rejeita a ordem humilhante de seu superior, rejeita ao mesmo tempo a própria condição de escravo.

«Estávamos reduzidos ao nosso passado, e, ainda que alguns de nós tivessem a tentação de viver no futuro, rapidamente renunciavam»

⁠"Na sua cara um pouco assimétrica, eu não via senão os olhos, muito claros, que me examinavam atentamente, sem nada exprimir de definido. E sentia a estranha impressão de estar a ser examinado, não pelo que parecia mas pelo que era realmente"

''O homem não é inteiramente culpado, não foi ele que começou a história; nem
completamente inocente, já que ele a continua.''

⁠"Estendia-me, olhava através da janela, procurava interessar-me pelo que via. O céu tornava-se verde, a noite chegava. Voltava a fazer um esforço para mudar o curso dos meus pensamentos. Punha-me a escutar o coração. Não era capaz de imaginar que este barulho compassado, que me acompanhava há tanto tempo, podia um dia cessar. Nunca tive verdadeira imaginação. Mas, tentava imaginar, não obstante, o segundo em que o bater do coração já se me não prolongaria na cabeça. Em vão. Acabava por chegar à conclusão de que o mais razoável era ainda não me tentar dominar"

⁠"Se eu tivesse que escrever um livro sobre moral, ele teria cem páginas e noventa e nove seriam brancas. Na última eu escreveria: 'Eu só conheço uma obrigação: a de amar.' "

⁠É no momento da desgraça que a gente se habitua à verdade, quer dizer, ao silêncio.

Albert Camus
A Peste (1947).

Conforme Jean Paul Sartre, a existência precede a essência. Bem como René descartes, Penso, logo existo. Não obstante Sócrates, só sei que nada sei. :)