Mensagens Filosóficas
Diz estas palavras aos outros, para que, ao dizê-las, as escutes também, escreve-as, para que, ao escrevê-las, também as leias, tirando de tudo proveito para a tua formação moral, para a repressão das paixões nocivas. Estuda, em suma, não para saberes mais, mas para saberes melhor!
Liberta-te de todos os entraves, dedica-te totalmente à aquisição de um espírito reto, coisa que ninguém obtém se tiver outras ocupações.
Merecem louvor os homens que em si mesmos encontraram o impulso, e subiram nos seus próprios ombros.
Não é só no combate, de armas na mão, que se pode dar mostras de uma alma corajosa e intrépida ante o perigo: o home de coragem até jazendo num leito se impõe.
Se quiseres saber quanto vales não atendas aos teus rendimentos à tua casa ou à tua posição social, olha sim para dentro de ti, em vez de, como agora, acreditares no valor que os outros te atribuem.
A ingratidão que sofreste deve dar-te ânimo para seres ainda mais pródigo nos teus benefícios: quando uma ação é de resultado imprevisível há que empreendê-la uma e outra vez para aumentar a probabilidade de sucesso.
A causa que os faz andar assim a deriva é eles guiarem-se pelo mais falível dos critérios: a opinião comum.
Procura evitar as situações perigosas; procura prever tudo quanto seja previsível; procura conjecturar tudo o que pode ser-te nocivo muito antes de que te suceda, para assim o evitares.
As coisas grandes precisam ser julgadas com grandeza de espírito; do contrário atribuiríamos às coisas defeitos que são nossos. Assim, uma vara reta, quando imersa na água parece curva e quebrada a quem observa. O que conta não é apenas o que olhas, mas de que modo olhas: nosso espírito se ofusca ao olhar para a verdade.
Se você quer realmente escapar das coisas que o incomodam, o que você precisa não é estar em um lugar diferente, mas ser uma pessoa diferente.
Parafraseando Simone de Beauvoir, cheguei a seguinte conclusão:
“Não se nasce humano, torna-se humano percebendo as próprias fraquezas, a necessidade da empatia e da busca pela suprema alteridade”.
Assim salientou Epicuro de Samos:
...¨quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.¨
Logo, viver é morrer; morrer é viver.
Concluo: viver mata!
O General Murat precisava diariamente de "luxo, mulheres, uma mesa de Epícuro:
É um grande erro para um comandante de exército não saber controlar suas paixões os seus gostos; desse modo, é possível pôr a perder a vida de milhares de homens".
Paradoxo de Epicuro
O paradoxo de Epicuro está baseado em três características que são atribuídas a Deus: a onipotência, onisciência e onibenevolência (benevolência ilimitada). Epicuro afirma que perante a existência do Mal, Deus não pode apresentar as três características em simultâneo, porque a presença de duas delas exclui de forma automática a terceira.
Se Deus é onipotente e onisciente, Ele tem poder para eliminar o Mal e conhecimento a respeito dele, mas se ele ainda existe, é porque Deus não é onibenevolente. No caso de Deus ser onisciente e onibenevolente, Ele sabe tudo a respeito do Mal, e tem vontade de o extinguir, mas como não é onipotente, não pode eliminá-lo. No último cenário, sendo Deus onipotente e onibenevolente, Deus tem poder para destruir o Mal, e quer fazer isso, mas não pode porque não tem conhecimento a seu respeito.
O homem, quando perfeito, é o melhor dos animais, mas é também o pior de todos, quando afastado da lei e da justiça, pois a injustiça é mais perniciosa quando armada, e o homem nasce dotado de armas para serem usadas pela inteligência e pelo talento, mas pode sê-lo em sentido inteiramente oposto.
Logo, quando destituído de qualidades morais, o homem é o mais impiedoso e selvagem dos animais.
A ideia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más.
Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinza?