Mensagens de uma Querida Mae de Luto
Uma coisa é contemplar do alto
de um píncaro agreste a Pátria da paz...
Outra coisa é conhecer o Caminho que leva até lá.
Um dia destes o silêncio quebrará
para sair uma canção de amor
Um dia destes a noite abrir-se-á
e tu serás o rosto descoberto.
Desvelo sem fim
os novelos de mim
Anunciando o novo dia
como quem termina uma lida
Cortando os fios do absurdo
como quem bebe absinto
Gritando rouca ao sem-fim dos mundos
como quem gira no carrossel dos loucos
Desvelo sem ter
o bordado a tecer
Apenas riscando
opções de viver.
Achei uma pétala
No meio do livro
Que eu tinha
Quando ainda lia você,
Mas sempre
que
se abrem
páginas
onde secaram
pétalas,
A brisa acode
Para que esses
despedaços de flores
voem vivos e morram em paz.
E em paz, despedaçados,
Leremos outras folhas
Como se fossem
as de um romance novo
Sem marcas de pétalas secas...
Todos nós temos uma parte de criança que nunca nos abandona. E essa parte faze-nos sonhar com uma realidade que só existe no mundo dos sonhos. Mas, algumas vezes trocamos essa realidade pela nossa própria realidade. Quando isso acontece, a felicidade aproxima-se e ensina-te o caminho.
A dimensão de uma mente é a pequena imensidão de um pensamento; a consciência que morre e renasce ao comando de conciliar o interior com o exterior. Nesta percepção aprendemos que a mente ensina-nos a ligação ao Universo através do nosso interior.
Alimentar uma inferioridade sustentada pela própria personalidade, é crescer no amargo vazio da escuridão, brilhando palidamente numa esperança ilusória. A resolução está na hidratação da personalidade, inundando de abnegação todo o interior; afogando também, todos os tormentos criados pelo poder inumano de sentir a superioridade perante os outros. Por vezes, é necessário ausentarmo-nos de nós próprios, para podermos vislumbrar os passos da nossa sombra. Afasta-te de ti próprio mas, nunca te abandones.
É uma realidade bem patente nas sociedades dar importância conscienciosamente à superfluidade. Que adianta vestir o corpo se a alma continua despida? a conduta humana ficcional é progredir no vazio existencial.
A morte é uma certeza mas, a maior incerteza é saber a sua chegada e conseguir contrariar essa certeza.
A vida é uma ponte de papel; na sua travessia caminha com o peso da existência mas, com a leveza de uma pluma.
Estar presente no corpo mas, estar extrínseco à alma e ao conteúdo mental, é uma manobra destinada a fraudar toda a essência.
A consciência suja move-se em direção às substâncias entorpecentes, sob uma ilusória esperança de asseio.
São as religiões e crenças que ocultam a realidade imperfeita do Ser Humano. Nem uma, nem outra, têm poder decisivo, muito menos, puro e inequívoco. A imperfeição é um erro que se corrige dentro da esfera humana, muito antes da eternidade.