Mensagens de Saudades Eternas
La Description du Poète
Um corpo extenso, tez alongada e alta,
E, homem, chorando vivo incessantemente.
Dos meus dez anos, na vida rude, a falta,
Perdi a mãe, talvez por desígnio da Mente.
A alma aparenta-se inclinada, cônscia
De dores maternais e tumultos extremos;
Em meu cérebro, a ideia, não vã, propícia,
De esperanças e triunfos supremos.
Nenhum livro me escapa ao ardor da mente,
Mas, ah! Conhecimento, que pura ilusão!
Nenhuma dor ou pranto silente,
Pode esconder-me o fúnebre caixão
Da triste esperança, eterna e persistente,
Nos olhos mortos do meu coração.
Um poeta, cujo olhar nos céus se encontra,
Reflete em nuvens sua ambiciosa visão;
Uma erudição que em vão se desponta,
E, em vasta escala, uma férrea solidão.
Poeta visionário, sem mente sombria,
Vislumbra o amor no mundo em sua dor.
Mas, em seu tempo, é uma alma vazia
Sem saber se é criatura ou criador.
Travessura graciosa, noite de paixão e doçura, olhar de audácia, desenvoltura sedutora, instintos aguçados, arte maravilhosa, cuja natureza é insaciável, profusamente, charmosa, universo divinamente detalhado, emoção fervorosa, o fervor de momentos de entusiasmo, que o ânimo revigoram e fazem o tempo ser bem aproveitado, taça intensa de loucura, companhia admirável, euforia transformadora, incomparável, mulher que fica na memória em um lugar gentilmente reservado.
As emoções são como pássaros que já passaram. Habitam no passado, mas deixaram ninhos vazios nas árvores de nossa memória.
+Q Ctrl + C
Somos únicos a cada novo instante e o melhor backup é mesmo nos outros, dura mais que a memória RAM e é lembrada sem pedidos. Penso que a morte eterna sem dúvidas é mesmo o esquecimento, então, lembre-se de eu, pois, lembrarei de você enquanto houver tempo.
Estiquei o braço e só encontrei o vazio,
Acordei sobressaltado, não era sonho,
Rolei para o teu lugar, busquei teu vestígio,
Fechei os olhos, para no sonho te encontrar.
Navegaste para o Oriente Eterno, onde a luz resplandece e o mar do tempo encontra o infinito. Descansa em Paz.
Navegaste para o Oriente Eterno,
onde a luz resplandece e o mar do tempo encontra o infinito.
Descansa em paz, na serenidade da eternidade,
onde o silêncio abraça a tranquilidade e a memória se eterniza.
Em teu descanso, a viagem se completa,
o horizonte se alarga e a paz se faz presente.
No infinito, a luz guia tua jornada,
onde a calma e o repouso são eternos companheiros.
Nunca deixamos a natureza; apenas a esquecemos. O afastamento é uma ilusão da percepção ou da memória, nunca uma verdade.
Memórias e o Tempo
Memórias que colecionamos ao longo do tempo,
Adormecidas, surgem com o cheiro, o gesto, o rosto,
Trazendo lembranças de outros tempos,
Congeladas nas imagens, fotos antigas, filmes de eventos.
Festas, reuniões para comemorar algo,
Memórias afetivas da infância,
Saudosistas, de paixões e amores,
Da escola, dos amigos, das risadas.
O tempo em que o jovem só tinha que viver,
Sem preocupações, apenas estudar,
Memórias dos carinhos e cuidados da mãe, da avó,
Dos ensinamentos dos pais, perdidas no tempo.
Surgem como um filme quando a idade chega,
A velhice bate à porta,
Viver e recordar,
Viver e ter memórias para relembrar,
O tempo que não volta mais.
Pense em um momento específico em que uma amizade lhe trouxe alegria ou entusiasmo. Use essa memória como inspiração para pontuar coisas que você aprecia em um amigo.
Aglomerado de folhas unidas por um elo,
Papel áspero que, fontificado, as protege.
No início e no fim, se tais palavras descrevem,
Apresento à vista: um caderno.
Um caderno, ou melhor, um diário que, simples,
Traz à lembrança uma época branda,
Quando a riqueza era lenda
Ou, por que não dizer, a liberdade, uma dádiva,
E estudar, uma oportunidade.
Tudo mudou, e com isso, o significado.
Hoje, o caderno é um recurso cuja importância se perdeu.
A riqueza se foi, o significado do significado
Desconfigurou-se. Pois tudo se pode ter,
Mas o porquê de ter não existe;
O para quê se dissolveu.
O altruísmo e a resiliência de outrora
Tornaram-se as lendas de hoje.
Sonhos escaparam dos sonhos para uma realidade medonha,
Onde significar é apenas alinhar-se
A uma linha percebida, que leva ao nada.
Os comportamentos adquiridos durante a infância nos acompanham sempre, e mesmo que tenhamos conseguido, à força de uma grande vontade, mantê-los cercados, encolhidos em um lugar tenebroso da memória, quando menos esperamos nos saltam na cara como gatos enfurecidos.
Os brancos se dizem inteligentes. Não o somos menos. Nossos pensamentos se expandem em todas as direções e nossas palavras são antigas e muitas. Elas vêm de nossos antepassados. Porém, não precisamos, como os brancos, de peles de imagens para impedi-las de fugir da nossa mente. Não temos de desenhá-las, como eles fazem com as suas. Nem por isso elas irão desaparecer, pois ficam gravadas dentro de nós. Por isso nossa memória é longa e forte.
"Sementes de atenção, disposição e carinho, cultivadas no solo do cuidado e regadas com amor.
Essa é a receita para, senão dizê-lo a eternidade, porquanto são nas memórias que deixamos, a forma que encontramos de perpetuar quem fomos, com certeza o único instrumento certo para, em vida, colhermos nosso maior tesouro, aqueles a quem podemos chamar de amigos."
Sim, a vida tem um início e um fim. E é entre esses dois marcos vitais que temos a chance de sermos memoráveis.
"O que seria de mim sem o outono
Sem as cores, sem as folhas, sem a chuva
E sem você na memória?..."
"Das muitas batalhas que passei pela vida, não ficaram as marcas de êxito ou frustração, exceto, tê-las lutado ao lado de quem amo, essa é a única memória que ainda trago comigo, aliás, é tudo o que verdadeiramente tenho."
Onde está a história do meu chão?
Nos tambores que batem, na palma da mão.
Nas vozes antigas que o vento levou,
Nos cantos do povo que o tempo calou.
Rasgaram os livros que nunca escrevemos,
Silenciaram os deuses que sempre tivemos.
Diziam que éramos sombra, sem luz, sem razão,
Mas esquecem que somos raiz do chão.
Na areia do Saara, no ouro de Mali,
Nas pedras de Zimbabué, na força de Aksum, ali,
Está a verdade que tentaram esconder,
Queimar a memória, mas não nos deter.
Escravos das mentiras, livres na essência,
Somos a história que desafia a ausência.
Mesmo roubada, reescrevemos o destino,
Com sangue, suor e o orgulho genuíno.
Onde está a história? Está nos corpos dançantes,
No ritmo dos passos, nos olhos brilhantes.
Nos griots que cantam, nas mãos que criam,
Nas lutas do ontem, nas dores que uniam.
A história da África não pode morrer,
Pois vive no povo que nunca vai ceder.
Se apagaram os textos, recontamos a canção,
A história roubada é nossa redenção.