Mensagens de Saudades Eternas
Na verdade eu nem sei quanto tempo durou, porque o que realmente importa são as memórias inesquecíveis que o meu coração guardou.
Você logo descobrirá que, em questões do coração, as lembranças são muito mais gentis que a realidade.
Às vezes falo de coisas determinadas
afasto-me irremediavelmente do silêncio do horror das cosas
Está tudo a acabar e a começar no entanto o peso da memória instala-se em todas as coisas de dentro para fora
Cada um de nós carrega o mapa de nossas vidas em nossa pele, na maneira como caminhamos, até na maneira como crescemos.
Se você quiser ter um conhecimento sólido sobre as formas de um objeto, comece pelos detalhes e não avance para o próximo se não tiver gravado bem o primeiro na memória.
Sempre no final de tarde
Nos pagos do meu rincão
É momento de descanso
E hora do chimarrão
Peões e Prendas se juntam
Fazem festa no galpão
E o inverno é esquecido
Pelo fogo da paixão!
Minha infância é hoje
aquele peixe de prata
que me escorregou da mão
como se fosse sabão.
Mergulho no antigo rio
atrás do peixe vadio
– Quem viu? Quem viu?
Minha infância é hoje
aquele papagaio fujão
no ar, sua muda canção.
Subo nos galhos da goiabeira
atrás do falaz papagaio
– me segura, me segura
senão eu caio.
Deste tempo em que estamos
(de onde escrevo este relato),
uns dizem o fim de uma era,
outros, o início de um fraternal estágio.
Eu bebo meu chá.
Sou do tamanho da minha janela
e nela cabe até o mar.
Quando os cargueiros somem no horizonte
deixam de existir aos meus olhos carpinteiros.
Talho o mundo a minha medida.
Usei amores, naufrágios, despedidas,
e já não eram sentimentos,
eram versos.
ÚLTIMO BEIJO
Vazio ficou aquele dia
Ao respirar o teu cheiro;
Esgotou-se a melodia
Naquele final de janeiro.
Eu queria ficar
Tu preferiste partir...
Nada mais irá mudar
Depois que o sol emergir.
Como uma sombra calada
Redefini os seus traços;
Em uma pintura moderna
Tingindo os seus abraços.
Passou o tempo... Passou;
Levando a nossa história,
Talvez algo restou...
Trancado em memórias.
Depois do último beijo;
A vida caminhou... Seguiu;
Aquele oceano de desejo
Calou-se, submergiu.
Guimarães Júnior.
Vou embora da minha vida para não mais voltar.
E se quiseres saber de mim, me procure em suas memórias.
Nas mágoas esquecidas.
Na vida sofrida, cuja a qual não quero mais voltar.
Ela nos diz em segredo aquilo que a voz silencia.
Busco, dentre as sombras desta multidão, lampejos de sonhos em mansidão;
Naquele olhar cheio de dia que o acaso acolheu.
Um Retrato,
Purificação.
Parece marfim:
As curvas dos lábios
O corpo à sombra do ar
E eu a te absorver em mim.
Em minha memória, estampado e
Como dizia uma vez Harry:
Fostes feito para ser amado.
Por essas nossas vidas, juntos:
Andamos
Por aquelas vielas estreitas de Ronn
Atrás de tecidos pras nossas roupas
Cantamos
Naquelas coxias do teatro San Carlo
Entonando plenamente a nossa voz
Comemos
No Bodin, em uma noite morna de verão
Pra comemorar a tua vitória
Amamos
À beira das águas cristalinas em Cadaqués
Onde me amavas pela primeira vez...
Choramos
Em nossa simples e bela casa
Ao primeiro sorriso do nosso filho
Sorrimos
Na Tour Eiffel ao passar por entre os espelhos
E ver a imagem refletida de nós três.
Cuidamos
De toda gente, de toda cor
Naqueles campos que não tem amor
Lutamos
Nas trincheiras de Varsóvia
Tua mão sem me largar
Olhamos
Serenos, em tudo o que vivemos.
Com a paz da certeza de quem pertencemos.
Por essas nossas vidas, juntos.
Abrace-me até
o amanhã chegar...
Mas se o amanhã
não vier, guardarei
o teu abraço pra sempre
na memória.
Enquanto escrevo estas palavras inúteis, porém cheias de sentimentos, lá fora a lua ilumina os caminhos longínquos que me levariam até você. Enquanto penso nisto, minha respiração acelera, minha memória vagueia através de algum lugar no tempo, porque em noites como esta não consigo dormir, não consigo parar de pensar em ti, não consigo fechar os olhos sem tentar buscar a lembrança do teu rosto em algum lugar dentro de mim, não consigo sossegar com o silêncio que me rodeia, a escuridão aqui dentro destas paredes me deixa perdido, e a falta do teu abraço me deixa levemente desesperado. Algo me deixa aliviado por algum tempo, percebo os primeiros raios de sol tocando meus olhos, a luz da manhã me ajudará a suportar este vazio que me esmaga sem piedade, mas em pouco tempo a luz sempre se vai, e outras noites como esta sempre irão voltar.
Sou amiga do tempo, ele conserta tudo, sou amiga da vida, ela conserva tudo ...sou amiga da verdade, ela confeça tudo, sou amiga do amor, ele justifica tudo ... Sou amiga da saudade, ela preserva a minha memória ...
Esse negócio de datas, no fundo, não tem muita importância, mas acaba tendo e precisamos de uns marcos para não desmarcar muito a memória e como pretexto para homenagens, comemorações, etc.
“até o monumento de Pe. França erguido no centro de nosso município representando a luta do fundador desta cidade, onde levantou os pilares da primeira capela como sendo o templo do santuário de um povo piedoso e de fé, padece pela omissão dos poderes constituídos do nosso município e os menestréis que adornam o suave canto do pássaro preto está se calando, pois está se perdendo o eco de nossas raízes musicais, sacerdotais, a nossa história, a nossa própria identidade.”
Escrito em outubro de 2010.