Mensagens de Paz
Gostaria de ter sentado à mesa com Jesus e Nietzsche. Obviamente, Deus no centro da mesa como pauta da refeição.
O exercício do silêncio não é vizinho do medo de falar. É, ao contrário da opressão, uma escuta atenta de si.
Parte de mim se parte em forma de arte, outra parte arde e mais uma, ainda não totalmente conhecida alarde e me diz que toda parte que arde não é arte nem alarme, mas pode ser pergunta.
Qualidade de artista em cena se mede pela capacidade de "hipnotizar" uma plateia lotada e conseguir ser brilhante quando a mesma for de uma só pessoa.
Nunca vi tanta gente de cabeça baixa... As próximas gerações, provavelmente, virão com uma estrutura da coluna mais arcada na região cervical - condição para melhor suportar o "frio" do uso ininterrupto da tecnologia portátil. Todos como ilhas.
Tentei fazer a poesia calar a boca e deixar meus ouvidos em paz. Tarde demais, ela já havia contaminado todo o corpo.
Ficar cansado logo no início é angustiante porque pressupõe a inviabilidade de realização do percurso adiante.
O poeta é autor de suas próprias ciladas. As que tentam lhe aplicar, em geral, não cai. Já a capacidade de autossabotagem impressiona.
Se a gente não puder ser junto para a vida toda, nenhum minuto mais terá o valor de eternidade como sempre foi.
A sensação de que não estamos acompanhando a velocidade das coisas é correspondente a de que não estamos saindo do mesmo lugar. Viver passou a se tornar uma armadilha à culpa, de que quanto mais se faz mais se tem a sensação de que não se cumprira tudo. Essa respiração ofegante de acordar com a sensação de débito é a ilustração perversa da correria ou o ante passo da ansiedade, é aí que mora a ilusão ou se encontra a porta de entrada de qualquer substância de fuga, super estimulação ou controle.