Mensagens de Paulo Freire

Cerca de 137 mensagens de Paulo Freire

Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.

Paulo Freire
Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

Quando o homem compreende a sua realidade, pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções. Assim, pode transformá-la e o seu trabalho pode criar um mundo próprio, seu Eu e as suas circunstâncias.

O erro, na verdade, não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele.

O absolutismo da verdade, de Paulo Freire

Descobri que o analfabetismo era uma castração dos homens e das mulheres, uma proibição que a sociedade organizada impunha às classes populares.

Pensar o amanhã é assim fazer profecia, mas o profeta não é um velho de barbas longas e brancas, de olhos abertos e vivos, de cajado na mão, pouco preocupado com suas vestes, discursando palavras alucinadas. Pelo contrário, o profeta é o que, fundado no que vive, no que vê, no que escuta, no que percebe (...) fala, quase adivinhando, na verdade, intuindo, do que pode ocorrer nesta ou naquela dimensão da experiência histórico-social.

Paulo Freire
Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000.

A compreensão do mundo está estreitamente ligada à compreensão do processo lingüístico.

Não temo dizer que inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não pode ser realmente aprendido pelo aprendiz.

Paulo Freire
Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Em Marx eu encontrei uma certa fundamentação objetiva pra continuar camarada de Cristo.

O ser alienado não procura um mundo autêntico. Isto provoca uma nostalgia: deseja outro país e lamenta ter nascido no seu. Tem vergonha da sua realidade.

Paulo Freire
Educação e mudança. São Paulo: Paz e Terra, 1981.

Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado. A diferença entre o inacabado que não se sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibilidade de saber-se inacabado.

Paulo Freire
Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Quanto mais formos capazes de descobrir por que somos aquilo que somos, tanto mais nos será possível compreender por que é que a realidade é o que é.

Paulo Freire
O processo de alfabetização política. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, n. 7, p. 31-32, jan./jun. 1997.
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Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para para constatar, contatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

Paulo Freire
Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Nos anos 60 fui considerado um inimigo de Deus e da Pátria, um bandido terrível. Hoje diriam que eu sou apenas um saudosista das esquerdas.

Paulo Freire
Isto é Paulo Freire. Folha de S.Paulo, 3 maio 1997.

Ninguém nasce feito, ninguém nasce marcado para ser isso ou aquilo. Pelo contrário, nos tornamos isso ou aquilo. "Somos programados, mas para aprender."

Paulo Freire
Política e educação: ensaios. São Paulo, Cortez, 2001.

A amorosidade de que falo, o sonho pelo qual brigo e para cuja realização me preparo permanentemente, exigem em mim, na minha experiência social, outra qualidade: a coragem de lutar ao lado da coragem de AMAR!

O radical, comprometido com a libertação dos homens, não se deixa prender em "círculos de segurança", nos quais aprisione também a realidade. Tão mais radical, quanto mais se inscreve nesta realidade para, conhecendo-a melhor, poder transformá-la.
Não teme enfrentar, não teme ouvir, não teme o desvelamento do mundo. Não teme o encontro com o povo. Não teme o diálogo com ele, de que resulta o crescente saber de ambos. Não se sente dono do tempo, nem dono dos homens, nem libertador dos oprimidos. Com eles se com promete, dentro do tempo, para com eles lutar.

⁠Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.

Paulo Freire
Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

⁠Na verdade, a transformação do mundo a que o sonho aspira é um ato político e seria uma ingenuidade não reconhecer que os sonhos têm seus contra sonhos.

Paulo Freire
Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000.

Opção por esse ontem, que significava uma sociedade sem povo, comandada por uma “elite” superposta a seu mundo, alienada, em que o homem simples, minimizado e sem consciência desta minimização, era mais “coisa” que homem mesmo, ou opção pelo amanhã. Por uma nova sociedade que, sendo sujeito de si mesma, tivesse no homem e no povo sujeitos de sua história.

Paulo Freire
Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.
Inserida por Acirdacruzcamargo

⁠Nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Só assim podemos falar realmente de saber ensinado, em que o objeto ensinado é apreendido na sua razão de ser e, portanto, aprendido pelos educandos.

Paulo Freire
Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
Inserida por loren_vencce