Mensagens de Padre Fábio de Melo
Nós complicamos demais a vida, e por esse motivo sofremos tanto. Deus é simples. Prefere os caminhos inusitados. Olhe ao seu redor. Veja o que é pequeno, humano e torto. Ele costuma se esconder nestes lugares.
Quem um dia soube admirar um brinquedo na vitrine, mesmo sabendo que ele nunca poderia ser seu, teve uma experiência primária de Deus, a quem amamos sem possuir.
Só o amor
Por amor
Sofri algumas vezes
Eu recordo a primeira ocasião
Por amor
Roubei a primavera
Com suas flores
Eu fiz essa canção
Por amor
Perdemos a conciência
E deixamos livre o coração
O amor se entrega e não se pensa
Pode mais a fé que a razão
Se você vive só
e abatido
deveria pensar
que passamos todos pela vida
mas a alma é imortal
Só o amor
É a saída
Limpa, constroi e consebe e procria
Só o amor
Cura as feridas
Que alguma vez nos causou tanta dor
Por amor
Morreu cruzificada
Na esperança da humanidade
O amor é a fruta sagrada
A promessa de nossas liberdade
Por amor
Perdemos a conciência
E deixamos livre o coração
O amor se entrega e não se pensa
Pode mais a fé que a razão.
Das moedas queremos apenas o valor, mas não queremos suas duas faces. Esta é a gênese de tantos medos e sofrimentos.
Vejo pessoas indo e vindo, as vezes com sacolas. Intuo : a felicidade embrulha um litro de leite, um rádio de pilhas para por em cima da geladeira ou qualquer coisa. Motivos breves, mas felizes. O amor acontece como pode, onde alguém o consentiu.
Costuma-se dizer que somente
os verdadeiros amigos continuam
ao seu lado nos momentos difíceis,
mas isso não é verdade, nesses momentos outros também podem aparecer: os interesseiros querendo lhe ajudar para que você lhes deva algum favor e até mesmo seus inimigos, para de perto deleitarem-se com a sua dor. Então como saber? É fácil: somente seus amigos de verdade se alegram com a sua alegria, mesmo que não vão ganhar nada com isso.
O baleiro vazio é uma metáfora do que foi boa parte de minha história.
A vida me disse muito mais nãos do que sins.
Mas eu sobrevivi, pois desenvolvi a façanha de galvanizar os vazios.
Quando a realidade não me bastava, eu inventava uma ficção, uma projeção simbólica que colocava chão sob os meus pés. Não levo rancor algum.
Quando a vida me nega, eu invento o que me falta.
Perguntas são sempre bem-vindas na vida de quem cresce. Há perguntas que não precisam ser respondidas com pressa. Elas pertencem ao mundo da reflexão, que não se interrompe. São perguntas que possuem o dom de fertilizar o plantio que somos nós.
O conhecimento produz as contrações que nos fazem nascer de novo, mantém ativos os ciclos de nossa evolução. Quem nos mata não é a morte, é a ignorância. É contra ela que precisamos lutar. Todo dia. Para que ela não venha impregnar nossas percepções. Quando estamos sob o domínio da ignorância, a tudo enxergamos com distorção.
O caráter cristão não é um privilégio dos que se dizem crentes. Muitos ateus possuem virtudes evangélicas que eu ainda não consegui alcançar.
viver sem se preocupar muito com o que os outros acham de nós, pois quem vive "achando" sobre os outros é porque ainda não conheceu a essência daquela pessoa. O mesmo também ocorre com o que nós achamos das pessoas, quantas vezes rotulamos as pessoas de antipáticas, mas quando na verdade a pessoa é tímida, não teve a oportunidade de mostrar-se por inteiro. Ou ainda quando se inventam histórias das pessoas, como se elas fossem deste ou daquele jeito.
No silêncio do coração, há um lugar que não sabe fazer nada. É lá que nos descobrimos em nosso primeiro significado. É ele também o nosso lado mais sedutor. É ele que faz com que as pessoas se apaixonem por nós. É justamente por isso que ele tem que ser bem descoberto, de maneira que, quando façamos o que quer que seja, tudo o que fizermos tenha as marcas do que somos.
É simples. Medicina muita gente faz, mas é no exercício da profissão que cada pessoa se mostra em sua intimidade mais profunda. Aí mora a diferença. Muitos Fazem a mesma faculdade, mas se encontram de maneira diferente com o conhecimento que recebem. Realizo tudo a partir de minha particularidade. Sou único, ainda que imitado por muitos.
“Chegará o momento em que você quererá agradecer ao traidor. Depois que a dor pungente perder a força, a lucidez lhe confidenciará ao coração: foi a partir do ferimento que você ultrapassou fronteiras, aprendeu que perder faz parte da vida, conquistou uma maturidade que até então nenhuma alegria havia lhe dado”, escreveu o padre, ressaltando que a forma como agimos conosco importa mais do que a forma como os outros nos tratam.
Dobrar os joelhos, sim. Mas dobrar também a arrogância. A simplicidade é o caminho que nos leva à Deus.
A prática religiosa é válida quando repercute no nosso caráter.
A fé é vã se não nos torna mais justos, honestos, promotores da verdade.
Acho que a felicidade é uma espécie de susto; quando você vê, já aconteceu. Ela é justamente uma construção pequena de todos os dias. É como se estivéssemos fazendo uma casa que, a cada dia, precisamos fazer mais um pouquinho. A felicidade não é o resultado da ‘casa final’, mas a alegria de saber que você a está construindo. É isso que nos faz felizes. Muitas vezes, nós não nos sentimos felizes porque compreendemos que a felicidade é um destino final, mas não o é; é o processo que nos realiza.
Há dores que parecem reunir todos os motivos humanos num só lugar. A dor de perder um filho é assim.