Mensagens de Morte
O estado de um ser muda a partir do momento em que o mesmo percebe o seu significado em uma realidade tão vasta e taciturna.
SONETO SOLENE
Memorar. Um ano. Que importa o ano? Talvez
somente para lembrar os suspiros de tua ida
do silêncio invasor na casa após a tua partida
pra morte, igual, desfolho outonal em palidez
Fatal e transitório, a nossa viveza é vencida
pelo sopro funesto, ao sentimento a viuvez.
Julho, agosto, setembro, vai-se mês a mês
ano a ano e outro ano a recordação parida
Da saudade filial, que dói numa dor doída
de renovação amarga e de vil insipidez
que renasce na gelada ausência sofrida
No continuar, o vazio, traz pra alma nudez
chorada na recordação jamais esquecida...
Neste soneto solene: - a bênção outra vez!
Luciano Spagnol
julho, 2016
Cerrado goiano
Um ano de morte de meu pai.
A HORA
Morrer, Senhor, de súbito, eu quero!
Morrer, como quem vai em sua glória
Despedir-se do mundo em ato mero
De repente! Na bagagem só memória
Morrer sem saber, estou sendo sincero
Rogo, por assim ser, a minha tal hora
Morrer simples, sem qualquer exagero
Onde o olhar de Deus a minha vitória
Morrer, sem precisar ser feito severo
Das estórias que fique boa história
Fulminando sem lágrimas e lero lero
Assim espero, digno desta rogatória
Morrer fruto do merecimento vero
De ser ligeiro, cerrando a trajetória
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Augusto Frederico Schmidt
Morrer,
Não é só ausentar da vida
Tornar-se lembrança parida
Morrer,
É ir além (literalmente)
Ser e não ser um alguém
É também, nascer recorrente
para um espírito refém
dos Céus, se foi benevolente.
Amém!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO DA PERDA
Nuca eu quisera desejado tal saber
Dizer com a dor um adeus querido
Erigindo com o dano choro balido
Fugindo com a harmonia do viver
Dó é arrancada do pesar instituído
Saudade deplorada de não mais ter
Que somente lembranças há de ver
E lágrimas no suspiro do vil contido
Some, e põe o amor tão triste... Ser
Sorriso suspenso, prazer em gemido
E a noite tão distante do amanhecer
Nunca ninguém pela perda ter podido
Dói tanto, tão dolorido, a permanecer
Que no sentido, o desalento é definido
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
FUNERAL
Quando eu morrer, atenção
É do mar o rumo da cidade
E não o cerrado a direção
Saudade
As mãos enterrem em Madureira
O coração levem para Ipanema
Na Coelho Neto a alma por inteira
Suprema
No aterro joguem a minha admiração
E meu sotaque mineiro anexado
Na Igreja da Glória, minha oração
Largo do Machado
Os ouvidos deixem na São Salvador
Degustando os chorinhos de domingo
Sepultem a cabeça na pedra do Arpoador
Gringo
Na "SAARA" depositem minha ambição
Em Botafogo os olhos na sessão de cinema
Do Redentor as cinzas que restaram
Poema
O juízo abandonem aos seus
Que desvivam como viveram
Assim seja, o espírito em Deus
Adeus
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
09/04/2016, 18'00"
Cerrado goiano
(Parafraseando Mário de Andrade)
O artista não morre se transforma em fração do infinito...
- Maestro Guilherme Vaz
POR AQUI PASSOU UM LOBO SOLITÁRIO
Quatro da tarde
O pranto indígena em prece
A dor açoita. O vento arde
O silêncio cresce, sem meça
Do choroso canto à parte...
Junta-se o coração em pedaços
Em sentidos lamentos à la carte
Gemidos partidos, sublinhados em traços
Do travador, mestre, da saudade em encarte.
“Por aqui passou um lobo solitário.”
Não foi mais um, foi um! Foi arte!
... foi vário.
“Ele está em todos lugares e em lugar nenhum.”
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
ao primo Guilherme Vaz.
Falar mal dos irmãos que já morreram, de olho em suas heranças, passando-se por humilde e condoída, é encarar a própria morte como herdeira de sua vida.
A vida das pessoas no mundo, que nada sabem como ser feliz, abençoado e próspero, está morrendo, porque nos calamos.
Se Deus quisesse matar a humanidade de novo com água, Ele travaria simplesmente a sua traquéia com o próximo gole.
Se o homem está determinado a morrer uma só vez, procure morrer pelo menos com Cristo para não viver sofrendo, separado de Deus.
O mundo vai de mal a pior, jaz no maligno, o amor de muitos estão se esfriando e faltará fé na volta de Cristo: vai infeliz, mas não entro nessa e estou morrendo a cada dia para servir a Deus.
Não existe sono mais agradável do que morrer no Senhor, aguardando ser acordado para viver eternamente com Deus.
Partir desta vida, morrendo para o Senhor, é uma satisfação eterna encontrar com amigos e irmãos em Cristo, onde na presença de Deus, a morte não tem mais poder algum.
Todo homem, por mais rico ou sábio que seja, se não arrepender-se, morrerá em seus pecados: a primeira morte é de graça e a segunda, sem a graça.
Quem procura matar a fé do próximo, será assassinado espiritualmente sem cessar nas mãos do maior inimigo de Deus, Satanás.
A vida não termina em um caixão, mas começa após a ressurreição dos mortos, para que vivam na eternidade, uns para o inferno e outros para os céus.
O diabo usa homens e mulheres, mal intencionados com senso de valores, culturas e persuasões sociais, para fazer outros seguirem seus estilos de vida, sendo que estes dão em caminho de morte.
Aqueles que gritam o nome do seu time, morrem por ele ou causam prejuízo à concorrência; só não dá tempo de saber por quais motivos, exatamente.