Mensagens de Loucura
minha carne esta exposta ...
seus olhos devoram...
dizem que loucura começou...
quando todos olharam para teus olhos...
porque tudo está em chamas? e ainda,
as seus olhos estão fixos na tua nudez,
palidamente esquecemos que mundo
existiu por você me amar tanto...
deixamos este mundo morrer...
num sonho que ainda sinto...
nas profundezas do coração...
"A loucura corroeu meu peito. A insanidade bateu em minha porta, me pegou pela mão e eu me deixei levar como uma criancinha que confia no adulto. E dentro de mim ela fez morada. Eu já não questiono mais o porquê da escolha, eu só aceito, aceito e sigo com ela. Louca, porém feliz."
LOUCURAS
O que e loucura para você?
Pensei pensei e não chequei a conclusão
Mas espumejando-se em absolvição
Aqui passo ocultar-me em palavras
Meio as neblinas da vivencia sempre amando sem poder
Olhares presos em meio a multidão mas entendiantes
Na loucura de um amor encaras risos forçados
Todavia uma paixão louca sonhando pelo encontro impossível
E vive por um sonho de amor mesmo inserto
E sentir as fortes brisas tângindo as altas ondas
Em meio as diferenças sociais existe um desejo
O amor é um sentimento inenarrável
Que rompe todas as barreiras e limites
Invade pensamentos e impulsiona emoções
Gera paz e euforia, alimenta sonhos e ilusões...
As vezes lutamos contra um amor
Mas ai vem a loucura para nós entendiar
As vezes mesmo fortes e reais
Não poderá ser vivido mas nunca se esqueça...
Quando alguém disser que te ama, duvide
Mas se esse alguém provar que te ama
Mesmo sendo uma loucura
Valorize...
DESIGUAL (soneto)
No passo, tateio a loucura que figa
Vagando na rígida profundidade
Duma lucidez de só ver a metade
Onde se díspar e muito se intriga
Não há ilusão sem a tal suavidade
Que agora me traga n'alma fadiga
Ou tão pouco no horizonte ortiga
Amargando o hoje de infelicidade
E, não mais me escondo pela vida
Nem abandono mais a dor rapariga
Quero apenas, precioso, poder ser
Sem o normal, abismal, sem ferida
Afinal, ter harmonia na ação parida
É ser desigual, mas o amor, haver!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
Fala a loucura:
“Não posso deixar, neste momento de manifestar um grande desprezo, não sei se pela ingratidão ou pelo fingimento dos mortais. É certo que nutrem por mim uma veneração muito grande e apreciam bastante as minhas boas ações; mas, parece incrível, desde que o mundo é mundo, nunca houve um só homem que manifestando o reconhecimento, fizesse o elogio da Loucura”.
Todo mundo já fez loucura por amor.
A gente só percebe que é loucura, quando um outro amor surge na lucidez de um outro amor.
Abracei-o com a loucura da saudade incrustada nas fendas de muitas eras. E depois da exaltação do reencontro o acolhi com delicadeza de pássaro sob as asas aveludadas da ternura.
Na real iminência da loucura tomei com sofreguidão todo o conteúdo da taça que com olhar de feiticeiro ele a mim ofereceu. No fundo, no fundo eu já sabia, mas me negava a acreditar que o único antídoto pra loucura é o amor.
A loucura preside ao ato sexual:
“Antes de tudo, dizei-me: haverá no mundo coisa mais doce e mais preciosa do que a vida? E quem, mais do que eu, contribui para a concepção dos mortais?”
“Vejamos, agora, os bobalhões dos estoicos, que se reputam tão próximos e afins dos deuses. Mostrai-me apenas um, dentre eles, que, mesmo sendo mil vezes estoico, nunca tendo feito a barba, distintivo da sabedoria (se bem que tal distintivo seja também comum aos bodes): não precisará deixar o seu ar cheio de orgulho, assumir uns ares de fidalgo, abandonar a sua moral austera e inflexível, fazer asneiras e loucuras. Em suma, será forçoso que esse filósofo se dirija a mim e se recomende, se quiser tornar-se pai”.
(Elogio da Loucura)
Fala a loucura: “Que seria esta vida, se é que de vida merece o nome, sem os prazeres da volúpia? Oh! Vós me aplaudis? Já vejo que não há aqui nenhum insensato que não possua esse sentimento. Sois todos muito sábios, uma vez que, a meu ver, loucura é o mesmo que sabedoria”.
(Elogio da Loucura)
Fala a loucura: “... dizei-me, por Júpiter, sim, dizei-me se há, acaso, um só dia na vida que não seja triste, desagradável, fastidioso, enfadonho, aborrecido, quando não é animado pela volúpia, isto é, pelo condimento da loucura. Tomo Sófocles por testemunho irrefragável, Sófocles nunca bastante louvado. Oh! Nunca se me fez tanta justiça! Diz ele, para minha honra e minha glória: “Como é bom viver! Mas, sem sabedoria, porque esta é o veneno da vida”. (Elogio da Loucura)
Fala a loucura: “Todos sabem que a infância é a idade mais alegre e agradável. Mas, que é que torna os meninos tão amados? Que é que nos leva a beijá-los, abraçá-los e amá-los com tanta afeição? Ao ver esses pequenos inocentes, até um inimigo se enternece e os socorre. Qual é a causa disso? É a natureza, que, procedendo com sabedoria, deu às crianças um certo ar de loucura, pelo qual elas obtém a redução dos castigos dos seus educadores e se tornam merecedores do afeto de quem as tem ao seu cuidado. (Elogio da Loucura)
Fala a Loucura: “Por tudo isso, observai, senhores, que, quanto mais o homem se afasta de mim, tanto menos goza dos bens da vida, avançando de tal maneira nesse sentido que logo chega à fastidiosa e incômoda velhice, tão insuportável para si como para os outros”. (Elogio da Loucura)
Cogites.
Reflitas.
Penses e desencantes.
O amor precisa.
Às vezes necessita; de loucura e dor.
Sábia é a flor; embriagas de perfume,
quem nela só ver espinhos e pudor.
Agites.
Excogites.
Sem amor; a vida não tem valor.