Mensagens de Libertação
O cajado nas mãos de Moisés no Antigo Testamento prefigura a imagem da cruz embebida do sangue do Cordeiro sobre o Gólgota. Naquele se abriu o mar vermelho; na última, as vias revoltas da morte que agora deixam passar íncolúmes os seguidores do Nazareno.
A cruz sacrificial torna-se o cajado do Pai como altar preparado ao novo Isaque. Nada resiste a autoridade desse gesto apaixonado. Nada detém, desde então, o reino que se instala em nosso meio.
Perdoar não significa ignorar o mal, mas liberar-se do peso da amargura e permitir que a graça de Deus transforme a situação. Esta prática de perdão contínuo é fundamental para a paz interior e para a construção de relações mais saudáveis.
Amar não é uma tarefa fácil, mas é um mandamento que nos transforma. Lembra-te do perdão que concedi à mulher pecadora: “Seus pecados estão perdoados” e “Sua fé a salvou. Vá em paz” (Lucas 7:48, 50). Aquele que ama, perdoa, e aquele que perdoa, é liberto. Amar os outros, mesmo os difíceis, é um reflexo do amor que Deus tem por nós.
A presença de constantes mentiras, perseguições, tristezas, sofrimentos, depressão e murmurações na vida de uma pessoa, é prova concreta que ela não foi liberta de seus pecados pessoais.
Jugos, regras, filosofias, tradições e culturas familiares de líderes e guias religiosos são verdadeiros venenos às almas das ovelhas que podem ser quebrados com apenas quatro palavras: Assim diz o Senhor.
Temos permissão do Alto para libertarmos almas do medo, do fracasso, da miséria e dos sofrimentos dos seus pecados, sendo possível imobilizar até interferências espirituais do mau.
Ensinar o povo de Israel a ser santo e obediente era mais complexo do que libertá-lo do Egito! Ainda é assim nos dias de hoje.
Caminhando na Chuva
Na vastidão do ser, o desejo de ser luz,
deixar o corpo se transformar em sol,
de não deixar marcas no chão,
caminhar livre, sem rastros,
apenas a pureza do agora.
Mas, em cada passo,
a chuva insiste em cair,
a tempestade de erros e escolhas
se faz presente, como um peso
que não se apaga,
não se apaga, mesmo no desejo de renascer.
É na dança do fogo da alma
e na chama da mente que busco fugir,
mas a chuva continua, incessante,
como se a dor não soubesse descansar.
E eu, que procuro entender o que fui,
que busco apagar o peso do ontem,
me vejo perdida nas correntes da memória,
nos primeiros erros que me definiram,
e ainda assim, a chuva cai.
Mas então, aprendo a aceitar,
a deixar o vento secar meus olhos,
a me encontrar na calma que vem com o tempo,
na serenidade que surge
não pela fuga das tempestades,
mas pela compreensão de que elas são parte de mim.
E, ao fim, encontro a paz,
não porque a chuva tenha cessado,
mas porque aprendi a caminhar na chuva,
sem medo de ser, sem medo de errar.