Mensagens de Conforto para Injustiçado
Receita para intolerância e injustiça
Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas
Adicione a seguir o ódio e a inveja
As dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno
Temperar com essência de espírito de porco
Duas xícaras de indiferença
E um tablete e meio de preguiça
Guerreiros
Olhai o mundo de injustiças e sofrimento ao redor. Talvez você já nem consiga fazer isso, ante a própria dor que sente.
Todo mundo sofre.E alguns sofrem insuportavelmente, até a morte.
Não, nem o mundo nem a vida são um mar de rosas. É preciso ter muita garra e disposição para enfrentar não só a miséria, a violência ou as doenças e tragédias que nos acometem. É preciso prostar-se como um guerreiro em todas as situações, mas principalmente contra a falta de Amor, contra a Indiferença, a Ambição e a Deslealdade de muitos.
É preciso ir à Guerra cientes de que não é apenas a espada, a armadura, o escudo e a lança que fazem o guerreiro, mas, sobretudo, a Paixão e o Espírito.
São, portanto, as principais armas de um guerreiro, seu coração e sua alma, coisas que ele precisará pôr em tudo, pois este mundo ainda pensa muito individualmente e quase nada coletivamente.
E para este pensamento mudar, será preciso que muitos guerreiros se unam na difícil tarefa de conseguir oferecer uma rosa para aquele que lhe fere o peito.
A injustiça, por ínfima que seja a criatura vitimada, revolta-me, transmuda-me, incendeia-me, roubando-me a tranquilidade e a estima pela vida.
Por favor, fala.
A falsidade não pode vir de ti, pois tu pareces
Modesta como a Justiça, e pareces um palácio
Para onde morar a verdade coroada.
Elogio da dialética
A injustiça avança hoje a passo firme;
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nós
De quem depende que ela acabe? Também de nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
Em oposição aos meus apaixonados sentimentos de justiça e deveres sociais, sempre experimentei a total ausência de me aproximar dos homens e das sociedades humanas. Apraz-me sentir-me só. Nunca me entreguei de corpo e alma a um círculo de amigos, ao Estado, nem à minha própria família. Pelo contrário, sempre senti nesses laços o indefinível sentimento de ser um estranho em seu desejo de solidão.
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza. Se ele interroga sua consciência sobre os atos realizados, ele se pergunta se não violou essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem nada a se lamentar dele, enfim, se ele fez a outrem tudo aquilo que queria que os outros lhe fizessem.
A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça. Cumpre que enxergue por igual à direita e à esquerda.
Em si mesma, a loucura é já uma rebelião. O juízo é a ordem, é a Constituição, a justiça e as leis.
É bom que as mulheres bonitas geralmente sejam estúpidas. Se também fossem inteligentes, seria uma injustiça.
A democracia tem necessidade de justiça, enquanto a aristocracia e a monarquia podem passar bem sem ela.
O dever dos juízes é fazer justiça; a sua profissão, a de deferi-la. Alguns conhecem o próprio dever e exercem a profissão.
O espetáculo da injustiça acabrunha-me, mas isso deve-se provavelmente ao fato de ela despertar em mim a consciência dos atos de injustiça de que sou capaz.
Ninguém considera a sua ventura superior ao seu mérito, mas todos se queixam das injustiças dos homens e da fortuna.
O espírito mais penetrante precisa da ajuda do tempo para garantir por segundos pensamentos a justiça dos primeiros.